sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Congresso Lamaçal

Martim Berto Fuchs

A campanha eleitoral de 1960 foi minha estréia em política. Função: pregar cartazes do Jânio e sua vassoura, em árvores e postes. Vassoura para varrer a podridão da política nacional.

Eleito, se viu apertado por uma inflação decorrente da irresponsável construção de Brasília através das nossas conhecidas empreiteiras. Lembro que logo no início do seu governo, ele teve que decretar o aumento do preço da gasolina e dos selos. Na época, tudo era pelo Correio, pois o telefone, na mão do Estado, era uma questão de sorte. Pedia-se uma ligação interurbana para a telefonista na central telefônica, de manhã, cedo, e fala-se à tarde, quando não no outro dia.

Obstruído pelo Congresso Lamaçal em seu compromisso de campanha, de varrer a sujeira da política nacional, Jânio resolveu passar por sobre as propositalmente emperradas decisões do Poder Legislativo, tentando com sua renúncia ser trazido de volta ao cargo de Presidente, nos braços do povo ou das FFAA. As forças ocultas, leia-se Congresso Lamaçal, deixaram-no esperando até hoje dentro do avião em Cumbica e lá se foi a tão decantada varredura na podridão estimulada por Juscelino, cujo lema era:  roubar em apenas 5 anos o previsto para se roubar em 50.

Collor, parodiando Jânio, resolveu mexer com o vespeiro, e enfrentar os marajás do funcionalismo público e seu custo escandaloso para os cofres públicos. Escolado pelo insucesso de Jânio, apostou em outra abordagem, qual seja, comprar (opinião pessoal minha) o Congresso Lamaçal. Causou-me estranheza na época, o porquê de serem chamados a prestar declaração na Polícia Federal, os srs. Antônio Ermírio de Moraes, Diretor Superintendente do Grupo Votorantin,  e o Presidente da Mercedes-Benz do Brasil, entre outros, para justificar as doações que fizeram para P.C.Farias, tesoureiro, depois das eleições.
A história hoje é conhecida. O Congresso Lamaçal “abreviou” o mandato do Presidente Collor e cassou-lhe os direitos políticos por 8 anos, para que pelos menos neste período não atrapalhasse mais a normalidade dos negócios no balcão da Câmara e do Senado.

Jânio e Collor, conhecedores da política brasileira, sabiam que, ou punham um freio - cada um a seu modo - na compra e venda de favores, base da política nacional desde o Império - quando o Imperador vendia títulos nobiliárquicos -, ou o caixa do Tesoura Nacional estaria sempre em déficit, sendo o dinheiro e o Poder, usados para enriquecimento pessoal dos nossos “políticos” e seus financiadores, e as necessidades do país relegadas aos empréstimos dos rentistas, classe preferida e prestigiada desde D.Pedro II.

Luíz Inácio, o Lula, não obstante semi-analfabeto, é um líder nato, sem contar ser um pilantra inescrupuloso. Junto com seus comparsas, um seleto grupo que nele se apoiava ao mesmo tempo que lhe dava suporte logístico, copiou primeiro o esquema pensado por Collor – comprar o Congresso Lamaçal, leia-se Mensalão; depois, copiou o esquema que deu certo para Juscelino: empreiteiras amigas, e que acabou no, por enquanto, Petrolão. Mas já está vindo o “Fundão”, das estatais. E não vai parar por aí, pois o estrago foi grande, o buraco é ainda maior. Tem mais umas 140 estatais para averiguar.

Até prova em contrário, há, entre Collor e Lulla, uma “sutil” diferença de propósitos: o primeiro pensava em mudar o país para os moldes de desenvolvimento do primeiro mundo, onde o empreguismo desvairado no setor público não é aceito, nem pensado.
O segundo tinha como propósito, e ainda tem, propósito pensado e desenvolvido no Foro de São Paulo, qual seja a implantação de um modelo econômico e social falido no mundo inteiro, o socialismo, alicerçado numa ideologia natimorta (bolivarianismo) e de um esquema de Poder, esquerdista, mais defunto ainda.
Parodiando a extinta URSS, junto com seus cúmplices do F.S.P., eles tem na UNASUL-União das Nações da América do Sul, o seu desiderato.

Como por enquanto Lulla e sua quadrilha estão mais às voltas com a República de Curitiba do que com a política, transferiu para os militontos comandados pelo MST, CUT, UNE e outras menos votadas, a tarefa de continuar desgraçando o país. Para nos enfiar goela abaixo o socialismo, eles tem primeiro que acabar com o capitalismo. E nós, povo, ficamos no meio.

Governo Temer
De um lado os congressistas que não querem que mude, salvo para equilibrar as contas e eles continuarem mamando. De outro, a esquerda jurássica, ainda comandada pelo pilantra inescrupuloso, que aposta no quanto pior melhor. Óbvio, pois se o governo Temer der certo, ele e sua quadrilha somem na poeira, ou, nos cárceres.

Com o Congresso Lamaçal em plena atividade, sem ter ainda seus tentáculos cortados, será muito difícil conseguir mudar a estrutura de poder que consome nosso país. Convivemos com graves problemas estruturais já antes da era lullopetista. Agora, somam-se os estragos causados pela incompetência e desonestidade de uma “governanta” despreparada para o cargo.

De um modo ou de outro, continuamos nas mãos do Congresso Lamaçal e acho muito difícil eles pensarem no Brasil antes de pensarem em si e nos seus interesses. E não adianta culpar o Judiciário, pois este é o que é por culpa do Congresso que apóia todas indicações políticas do Executivo.



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