Anthony P. Geller
Elas se tornaram financeiramente
insustentáveis
A
durabilidade de uma social-democracia depende de dois fatores: tanto a
tributação quanto a taxa de fecundidade têm de ser crescentes.
A
tributação tem de ser crescente porque os gastos sociais são crescentes: como a
população está inevitavelmente envelhecendo — e utilizando cada vez mais
serviços bancados pelo estado social-democrata, como saúde e previdência —, um
volume cada vez maior de dinheiro tem de ser arrecadado.
Simultaneamente,
para que este maior volume de dinheiro possa ser arrecadado, é imprescindível
que a população tributada também esteja em crescimento contínuo. Se a população
a ser tributada parar de crescer, a arrecadação tributária irá parar de
aumentar.
Na mais
benevolente das hipóteses, isto é, se a população tributada for muito
produtiva, a arrecadação até poderá crescer, mas o fará a um ritmo muito mais
lento, o que já bastará para afetar todo o sistema.
Os
nórdicos já chegaram a este ponto.
A Suécia
está gradualmente aumentando a idade mínima para se aposentar, e privatizou
várias partes do seu sistema de saúde em uma tentativa de aumentar a
eficiência.
A
Dinamarca irá gradualmente aumentar a idade de aposentadoria para 73 anos — a
maior do mundo — ao mesmo tempo em que está reduzindo impostos, benefícios e o
valor do seguro-desemprego, para estimular as pessoas a trabalharem mais.
O
problema tem sido particularmente mais grave na Finlândia, onde a taxa de
fecundidade está em acelerado declínio.
Só que
lá, as reformas não estão sendo aceitas. Essa mesma resistência está sendo
encontrada ao redor do mundo.
Consequentemente,
todo o arranjo social-democrata está ficando sem sustentação. Se for mantido, a
tendência mundial é uma crise fiscal de estilo grego.
Leva um
tempo para que o cenário estatisticamente inevitável se concretize. Mas irá se
concretizar. Em todo o mundo ocidental.
Idades
mínimas para aposentadoria irão subir continuamente. As prometidas
aposentadorias e pensões serão continuamente reduzidas. Gastos com saúde e educação
serão cortados. Haverá vários tipos de imposição burocrática (uma forma de
racionamento) para se utilizar os serviços estatais de saúde. Remédios deixarão
de ser subsidiados. Vários repasses assistenciais serão cortados, o que inclui
subsídios agrícolas e empresariais.
Milhões
de ocidentais irão descobrir, ao envelhecerem, que depositaram sua fé em um
deus falso: o moderno estado social-democrata. Esse deus irá calotear.
As
promessas dos políticos, em algum momento, irão se revelar desconectadas da
realidade fiscal. Haverá calotes universais em vários programas assistenciais.
Isso tenderá a solapar a confiança nos governos. Irá também acabar com a
legitimidade deles perante os eleitores.
"Mas
vocês prometeram!", dirão os eleitores. "Desculpe, calculamos
mal", dirão os políticos em resposta.
Na
Finlândia, isso já começou. No resto do mundo ocidental, é questão de tempo. Confira.
Mises Brasil
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