sábado, 22 de fevereiro de 2020

Hoje, a Finlândia. Amanhã, o mundo. As sociais-democracias em seu último suspiro

Anthony P. Geller

Elas se tornaram financeiramente insustentáveis

A durabilidade de uma social-democracia depende de dois fatores: tanto a tributação quanto a taxa de fecundidade têm de ser crescentes.

A tributação tem de ser crescente porque os gastos sociais são crescentes: como a população está inevitavelmente envelhecendo — e utilizando cada vez mais serviços bancados pelo estado social-democrata, como saúde e previdência —, um volume cada vez maior de dinheiro tem de ser arrecadado.

Simultaneamente, para que este maior volume de dinheiro possa ser arrecadado, é imprescindível que a população tributada também esteja em crescimento contínuo. Se a população a ser tributada parar de crescer, a arrecadação tributária irá parar de aumentar.

Na mais benevolente das hipóteses, isto é, se a população tributada for muito produtiva, a arrecadação até poderá crescer, mas o fará a um ritmo muito mais lento, o que já bastará para afetar todo o sistema.
Os nórdicos já chegaram a este ponto.

A Suécia está gradualmente aumentando a idade mínima para se aposentar, e privatizou várias partes do seu sistema de saúde em uma tentativa de aumentar a eficiência.

A Dinamarca irá gradualmente aumentar a idade de aposentadoria para 73 anos — a maior do mundo — ao mesmo tempo em que está reduzindo impostos, benefícios e o valor do seguro-desemprego, para estimular as pessoas a trabalharem mais.

O problema tem sido particularmente mais grave na Finlândia, onde a taxa de fecundidade está em acelerado declínio.

Só que lá, as reformas não estão sendo aceitas. Essa mesma resistência está sendo encontrada ao redor do mundo.

Consequentemente, todo o arranjo social-democrata está ficando sem sustentação. Se for mantido, a tendência mundial é uma crise fiscal de estilo grego.

Leva um tempo para que o cenário estatisticamente inevitável se concretize. Mas irá se concretizar. Em todo o mundo ocidental.

Idades mínimas para aposentadoria irão subir continuamente. As prometidas aposentadorias e pensões serão continuamente reduzidas. Gastos com saúde e educação serão cortados. Haverá vários tipos de imposição burocrática (uma forma de racionamento) para se utilizar os serviços estatais de saúde. Remédios deixarão de ser subsidiados. Vários repasses assistenciais serão cortados, o que inclui subsídios agrícolas e empresariais.

Milhões de ocidentais irão descobrir, ao envelhecerem, que depositaram sua fé em um deus falso: o moderno estado social-democrata. Esse deus irá calotear.

As promessas dos políticos, em algum momento, irão se revelar desconectadas da realidade fiscal. Haverá calotes universais em vários programas assistenciais. Isso tenderá a solapar a confiança nos governos. Irá também acabar com a legitimidade deles perante os eleitores.

"Mas vocês prometeram!", dirão os eleitores. "Desculpe, calculamos mal", dirão os políticos em resposta.

Na Finlândia, isso já começou. No resto do mundo ocidental, é questão de tempo. Confira.


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