Guido Nejamkis
Assim,
aliviada, se sentia toda a delegação argentina, após encontro com o presidente
Jair Bolsonaro e o chanceler Ernesto Araújo. O alívio incluiu o
chanceler Felipe Solá, o secretário de Assuntos Estratégicos, Gustavo Béliz; o
secretário de Relações Econômicas Internacionais do Ministério das Relações
Exteriores, Jorge Neme; e o embaixador designado em Brasília, Daniel Scioli.
“Houve
um grande avanço em todos os eixos em que trabalhamos. Todas as questões
abordadas foram descomprimidas. Eles entenderam a realidade argentina e nós, a
brasileira”, afirmou Solá, que é ex-governador de Buenos Aires.
Felipe
Solá disse que a missão que liderou causou uma mudança profunda no
relacionamento com o Brasil.
“Sim
[houve uma mudança]. Tem coisas que se entendem quando a gente está aqui ou
quando eles vão para a Argentina. E esta reunião foi muito importante para
isso. Para entender algumas realidades. Sim, muitas coisas mudaram, graças a
Deus”, disse Solá.
Os chanceleres
do Brasil, Ernesto Araújo, e da Argentina, Felipe Solá, na quarta-feira, em
Brasília, onde os dois lados destacaram os avanços na relação bilateral. (EFE/
Arthur Max Ministério das Relações Exteriores).
Do lado
brasileiro, o clima era parecido.
“Nossa
avaliação foi muito boa. Todos os tópicos foram revisados, do setor
agropecuário às telecomunicações. E a mensagem que recebemos é que o governo
argentino está comprometido com uma abertura comercial do Mercosul e com
negociações comerciais extrarregionais”, disse um alto funcionário do Itamaraty
ao Clarín.
No
governo brasileiro, esses compromissos argentinos foram bem recebidos. Incluem
a busca de acordos de livre-comércio do Mercosul com outras regiões ou países e
a disposição de manter a cooperação para combater o crime organizado nas
fronteiras, assumida pela ex-ministra da Segurança do governo Macri, Patricia
Bullrich, e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
Os
brasileiros ouviram explicações detalhadas sobre a situação econômica crítica
da Argentina, que derrubou as exportações brasileiras, e sobre a necessidade de
apoiar as negociações com o FMIe os detentores de dívida para, uma vez
concluídas, promover uma recuperação do crescimento do país que impulsione as
importações.
Solá,
alertado pelas reclamações dos empresários brasileiros sobre os obstáculos ao
comércio bilateral, disse ao Clarín que entregou um relatório
detalhado ao seu par Ernesto Araújo, indicando que nenhum pedido de importação
de produtos do Brasil foi rejeitado.
A
situação na Venezuela também foi abordada e todas as mensagens de
Solá foram recebidas com entusiasmo em Brasília, pois expressavam uma visão
coincidente sobre as características do regime de Nicolás Maduro e a
necessidade de o país petroleiro realizar eleições livres, transparentes e
fiscalizadas, nas quais os exilados também possam votar.
Os
brasileiros comemoraram especialmente o compromisso da
Argentina de
apoiar a busca de acordos comerciais do Mercosul com países de fora
do bloco.
Nesta
quinta-feira, o presidente Bolsonaro ratificou, em Brasília, que quer se
encontrar com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, no dia primeiro de
março, no Uruguai, quando devem participar da posse do futuro presidente do
país, Luis Lacalle Pou. Bolsonaro avalia ainda o pedido feito pelo chanceler
Solá, de que o Brasil apoie a Argentina nas renegociações da dívida com o FMI.
El Clarín
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