Martim Berto Fuchs
Sem entrar na história da civilização, na sua evolução, nas
suas complexidades, poderíamos dizer que a comunidade criou o Estado para
atender suas necessidades coletivas, começando por Segurança.
Segurança contra outras comunidades, e segurança contra
membros da sua própria comunidade. Em vez de cada elemento da comunidade
providenciar segurança para si e para sua pequena comunidade (família),
contribuia com uma pequena parcela do seu ganho para que houvesse segurança
coletiva.
Infra-estrutura. Da mesma forma as vias de locomoção.
Contribuindo com mais uma pequena parcela do seu ganho, ruas e estradas seriam
construídas para o uso coletivo.
As disparidades de ganho financeiro entre os membros da
comunidade, levou esta, mediante mais uma pequena parcela dos ganhos dos seus
membros, a instituir escolas com o ensino gratuito e atendimento em saúde da
mesma forma.
Estado. Alguém tinha que receber estas pequenas parcelas
do ganho de cada membro da comunidade e tornar realidade a sua finalidade. Aí
entra a serventia do que chamamos de Estado. Basicamente, atender as
necessidades coletivas da comunidade em Segurança, Infra-estrutura, Educação e
Saúde.
A comunidade então, através de seus membros, deveria
estruturar e dimensionar o Estado para que este, da melhor forma possível, com
os valores que lhe foram confiados, exercesse esse desiderato.
Deveria. A triste realidade é que os membros da
comunidade que criaram o Estado, também se outorgaram o direito de tornar o
Estado patrimônio particular. Passaram a receber pequenas parcelas do ganho de
cada membro da comunidade para mantê-lo, e à medida que gastavam a contribuição
de forma irresponsável, descabida e supérflua, passaram a EXIGIR valores cada
vez maiores, não mais para atender as demandas básicas que originaram sua
criação, mas apenas para manter-se como fim em si mesmo, sem se preocupar em
retornar à comunidade, os serviços pelo qual foram pagos.
Democracia (Governo, poder do povo). Após a Primeira
Guerra Mundial, os donos do Estado começaram criar as Nações e à elas aplicar o
termo Democracia, para encobrir que
apenas os rótulos estavam sendo alterados; a essência continuava exatamente a
mesma. Cem anos se passaram e continuamos com a OBRIGAÇÃO de sustentar o
Estado. Este nos devolve as sobras, e se não sobrar nada, como quase sempre
acontece, nos cobra mais, sob pena de multa e prisão.
Este é o desafio que temos pela frente. Um primeiro passo,
pois o desafio é grande, o Governo Bolsonaro se propos realizar, começando por
inverter o fluxo da arrecadação, fazendo com que retorne à quem de direito: a
comunidade.
Os “donos” do Estado não estão aceitando a perda daquilo
que consideram propriedade particular. Sim, o Estado no Brasil tem dono, e não
somos nós, e os “donos” declararam guerra, abertamente.
Este tem que ser nosso foco, e não podemos permitir que
nos desviem a atenção com assuntos menores, como já estão fazendo, e como,
infelizmente, muitos estão aceitando.
Ou o Estado representa a comunidade, ou esta estrutura de
poder que o mantém tem que ser totalmente desmontada, e instituída uma nova.
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