sexta-feira, 20 de setembro de 2019

A Soberania nunca foi um elemento da Carta internacionalista de 1988

Maurício Waissman

Qualquer iniciativa de organização político cultural, ou seja, militância de base, corpo a corpo, rua a rua, bairro a bairro, só tem sentido se houver a perspectiva em torno do projeto de plantar as bases para uma futura constituinte dentro de uma década ou mais. O atual governo e atual presidente, historicamente, representam a possibilidade de transição para uma nova Constituição no futuro, com bases num novo pacto social, um que represente de fato as pessoas de carne e osso.

O momento hoje é o de falsas institucionalidades, de uma “Lei” deteriorada, que nada mais comunica à maioria, que se direciona para a tirania com ares de instituições sólidas e outras baboseiras mais, que no fim, apenas sedimentarão um Estado Socialista/Comunista internacionalista eterno e ad infintum. O Olavo mencionou como prioridade a Soberania nacional num post de hoje. Fica claro que a CF de 1988 é um design de Estado internacionalista, bem no estilo p....teiro do mundo, e que aquilo que ali é estabelecido não veio, assim, do nada. Forças internacionais já vislumbravam o experimento social que foi o Brasil pós 1988, a concessão de TV à Rede Globo e a revolução cultural/comportamental colocada em ação por ela não veio do nada ou do acaso.

Um movimento de base hoje, só tem sentido se tiver a perspectiva de fazer do governo atual o link histórico para algo maior, que deixe um legado para as próximas gerações. Sem isso, é continuar a brincar de ir às ruas, reclamar da vida, brincar de xingar comunista na internet e ficar no desabafo infantil.

Ou se pensa em fundar um novo país, em sermos protagonistas de uma nova Constituição no futuro, ou então estamos enxugando gelo com ciclos e mais ciclos de oportunistas surfistas da onda anti petista, anti esquerdismo, etc.... Ou as pessoas se espelham nos Founding Fathers norte americanos e no que eles vislumbraram naquele momento, ou é brincadeira e micareta.
A geração da Dilma, do FHC, do Zé Dirceu, bem ou mal, teve peito de gerar a pressão na atmosfera para que estourasse as Diretas Já e houvesse a Constituinte de 1987, que gerou o país deles. Exatamente isso, eles fundaram o país deles, só deles, um pacto social fake, de universitários e do partidão do Prestes, com pequenas concessões a oligarquias míopes como o carlismo, fazendeiros ruralistas e tipos que sempre se julgaram espertinhos maquiavélicos.

Muitos dos que estão aqui hoje se perguntam como se deu algo assim, como um grupelho de estudantes botou todo um país de joelhos e fez uma Constituição só deles, desprezando a grande maioria da população brasileira. A resposta está em ação, motivação, militância, boca a boca, projeto de uma década ou mais, visão de poder e não mesquinharias do fisiologismo. Eles, a geração dos anos 70, fizeram. Resta saber se a atual direita vai viver a vergonha de não ser capaz de realizar algo, mesmo tendo eleito um presidente a despeito de todos e tudo e tendo o apoio maciço da maioria absoluta da população. Será uma vergonha como nunca vista, ter tido a chance, mas não ter feito nada em nome das institucionalidades e servilidade a uma Carta Constitucional completamente esvaziada de sentido, farisaica. A Lei imoral, invertida, ou quando se torna braço da inversão de valores, é apenas a reedição da simbologia que vemos no Evangelho.

A Soberania nunca foi um elemento da Carta internacionalista de 1988. E ficar nessa de mera luta anti corrupção é ser idiota útil demais para quem tem bom senso.

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