quinta-feira, 19 de setembro de 2019

E se tudo der em nada?

Jorge Serrão 

O espectro da insegurança não só assombra, mas também inviabiliza o futuro imediato do Brasil. Pergunta básica: É legítimo que um ministro do Supremo Tribunal Federal emita uma sentença prévia, antecipando que o STF mandará trancar a CPI da Lava Toga, caso seja instalada no Senado?

O Senado não tem independência? A máquina do Judiciário é intocável? É justo que um presumido guardião da Constituição a interprete como bem deseja? Definitivamente, contrariando o ex-árbitro de futebol Arnaldo Cezar Coelho, no Brasil, “a regra não é clara”.

Tamanha insegurança jurídica torna muito difícil acreditar que o Brasil conseguirá melhorar, no curto prazo. O curioso é que o mesmo problema que  alimenta o pessimismo também é gerador de um processo de revolta. O ambiente fica mais insuportável e, por conseqüência, intolerante. Quando a situação sair de controle, o gatilho da mudança pode ser acionado de forma implacável.       

As pré-condições para uma Revolução Brasiliana estão em andamento, como nunca antes na História deste País... No entanto, o Mecanismo do Crime Institucionalizado se reinventa para barrar as mudanças estruturais, sabotando as reformas estruturantes. O grande desafio do momento é a luta pela efetiva implantação da Democracia no Brasil, através da discussão e elaboração de um Projeto Estratégico de Nação. Sem isso, o Brasil seguirá no ritmo merdejante.

Insistir é preciso... O problema do Brasil é estrutural: o Estado-Ladrão, sob regime Capimunista Rentista (alta usura improdutiva), com uma Constituição-Vilã que se finge de “cidadã”. O regramento excessivo, a cultura da impunidade e a falta de Educação (Base moral familiar + Ensino de qualidade) formam a base para a prevalência do Crime, da Injustiça e da Impunidade. Assim, Crise é Institucional – e não apenas conjuntural. Os poderes refletem os defeitos e vícios da estrutura social. Temos Democracia (Segurança do Direito) só na formalidade, mas não na vida real dos “sobreviventes”.

Os poderosos de plantão deveriam saber que não é só o governo Bolsonaro que entra em processo de questionamento crítico. A bronca popular com o Poder Legislativo e com o Poder Judiciário é muito maior e crescente. A eleição de Bolsonaro foi a insatisfação com a situação vigente, principalmente com corrupção que inviabiliza a vida pública, na medida em que promove e consolida a ilegalidade, a impunidade e a injustiça social.

Até que ponto o Brasil agüenta mais um fracasso de governo? É a pergunta que os poderosos deveriam se fazer, antes que a situação “exploda”... Insatisfação com a realidade gera depressão ou porrada... O eventual fracasso de Bolsonaro custará caso para todo mundo, inclusive para os bandidos institucionalizados, mas principalmente para os Generais que apostaram no projeto de poder pela via eleitoral... O Brasil é cruel...

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