sábado, 28 de maio de 2016

Teori x Gilmar. Até agora o jogo está empatado

Martim Berto Fuchs

Por enquanto o jogo do “segura na gaveta” está empatado. Teori (nomeação da Dilma) segura o processo do demitido Lula da Casa Civil, que ele não ocupou formalmente, apenas informalmente no Royal Tulip Brasília (não sabemos quem pagou a conta, uma vez que seus amigos empreiteiros estão presos) x Gilmar (nomeação do FHC) que segura o(s) processo(s) contra o escondido Aécio.

Isto apenas os mais notórios, pois são de dois presidenciáveis. O número de processos contra políticos, conforme já noticiado, supera 500, sendo que apenas 5 foram condenados, até hoje.
Por exemplo: no Senado, 60% dos seus membros, entre efetivos e suplentes, que votaram no impeachment, respondem a processos. Se não tivessem o Foro Privilegiado (excrescência), os “juízes” poderiam fazer os julgamentos lá mesmo na cadeia. Não estando soltos, ficariam longe da chave do cofre, que é a único objetivo desses senhores estarem na vida pública.  

É fácil entender esses números. Todos principais Tribunais do país tem seus membros indicados por políticos, que, tempos depois, serão julgados pelos indicados. Ora, se eu indico um amicíssimo meu para determinado cargo, salvo que ele se chame Sérgio Machado, será muito difícil se voltar contra mim tempos depois. No mínimo, muito constrangedor. Por isso mesmo já proibiram, no papel (papel aceita tudo), a indicação de parentes (sempre acham uma maneira de burlar).

Esses cargos, além de bem remunerados, são vitalícios. Para quem não se importa com ética e moral, essas “banalidades” provincianas e totalmente fora de moda, é o paraíso na terra. Vida boa, tranqüila e pouco trabalho. Cada Tribunal desses tem milhares de pessoas à disposição dos “reizinhos”. Basta levantar a mão e dezenas de áulicos se apressam atender os desejos dos politicamente indicados, registrados e entronizados.

Por exemplo. O STJ-Superior Tribunal de Justiça, o tribunal da “cidadania” (os marketeiros sempre arranjam uns nomes pomposos para enganar o povão), criado em 1988 pela “Constituição Cidadã” do Ulisses Guimarães, o conciliador.

O STJ tem 2.741 servidores efetivos, e como miséria pouca é bobagem, tem mais 1.018 terceirizados. Para trabalhar mesmo, eles contrataram, sem licitação, mais um serviço externo de secretariado (O Globo).
Já o STF, mais “modesto”, tem um pouco menos de “trabalhadores”.

Sem contar que em Brasília também tem o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJ-DF), que vai gastar cinco vezes mais que o Supremo Tribunal Federal (STF) com a folha de pagamento e o dobro das despesas do Superior Tribunal de Justiça (STJ) com pessoal (Estadão).

Pois é, mesmo assim, os processos simplesmente ficam na gaveta. Ora, se for para não serem julgados e sim engavetados, bastaria contratar uma empresa especializada em guardar objetos, e deixá-los mofando por lá. Ou, poderiam manter nos quadros do Tribunal apenas arquivistas.
Nós, contribuintes compulsórios, seríamos extorquidos um pouco menos, o que antecipadamente agradeceríamos.

Esta esbórnia com dinheiro dos impostos e descaso com aquilo que seria justiça, não se restringe à Brasília, pois se estende pelos 26 estados, e também pelos 5.565 municípios. Todos tem Tribunais, TODOS tem pessoal em excesso e TODOS engavetam processos dos amigos e cúmplices. Exceção parece ser o Tribunal Federal na “República de Curitiba” em que opera o juiz Sérgio Moro. Pelo número de processos que ele está despachando, creio até que esteja faltando servidores. Dinheiro já está faltando, pelo menos para as operações da Polícia Federal.

Estrutura do Estado
Precisamos repensar a estrutura do Estado brasileiro. Somos um país rico em recursos naturais, um dos mais ricos do planeta, e permitimos que a sociedade padeça com os desmandos do setor público que criamos.
Melhor seria dizer, do setor público que nos impingiram, pois os princípios que adotamos até hoje foram trazidos pelo pessoal que aportou por aqui em 1808, obrigados que foram pelos invasores de Napoleão, de trocar de endereço.

A inoperância do Poder Judiciário está na razão direta do empreguismo escancarado. Órgãos que abrigam milhares de pessoas desnecessárias em suas folhas de pagamento, sabidamente um ato de corrupção, de roubo, não tem moral para julgar ninguém. Que moral tem um criminoso para julgar outro criminoso ?

É imperioso lembrar, que a implosão da URSS se deu pela burocracia (pleno emprego sem trabalho) que acabou por paralisar a atividade econômica na Rússia. O burocrata, para que as horas que permanece no setor designado não se transformem num suplício, pois trabalho não tem, cria formulários desnecessários que circulam de mesa em mesa, de secção em secção, para cima e para baixo, em tal quantidade, que simplesmente paralisa o andamento daquilo que efetivamente precisa de atenção. O primordial, misturado a quantidade de papéis supérfluos, estaciona nas centenas de gavetas. Volta à circulação apenas quando reclamado em altos brados por pessoas de fora do departamento, e mesmo assim, depende de outros fatores. Por exemplo: no departamento em que o documento está engavetado, será que neste dia tem alguém fazendo plantão, ou estão todos em licença médica ou em férias, ou de folga porque amanhã é feriado ?

A conclusão à que eu cheguei, e com certeza não sou o único, é que nossos políticos, que seriam os encarregados de refazer a estrutura do Estado brasileiro, não farão. Não fizeram ontem, não farão hoje, nem farão amanhã.

E então ? Deixa como está para ver como fica ? Vamos esperar pela  eventual volta da incomPeTência afastada ? Sabemos que se depender do ministro Lewandowski e seu colega Marco Aurélio, a desonesta volta.
Vamos esperar por uma solução por parte dos atuais ocupantes do Palácio, que já recuaram duas vezes em apenas 15 dias naquilo que deveria ser feito ?
Vamos esperar pelo aumento de impostos que fatalmente virá, pois ou diminui a despesa, o que não está sendo feito, ou aumenta a receita. Simples.

Ou vamos tomar a iniciativa democrática (Poder do Povo) de Intervir por tempo pré-determinado e estabelecer uma nova estrutura ? Esta seria, por incrível que pareça, a forma menos dolorosa de resolver o impasse que se prolonga e que poderá levar a ruptura. Se houver confronto, haverá Intervenção de toda forma e aí ela será mais traumática.

“1.Militares da reserva, que possuem homens cultos, patriotas e conhecedores dos nossos problemas, apoiados pelas FFAA, assumem o Poder Executivo, escolhendo entre si um líder, sem interferência de civis.
2.Extinguem todos partidos políticos formados e os em tramitação.
3.Cassam os direitos de todos políticos com mandato, em todo país, ficando as Casas Legislativas fechadas até que a Justiça Eleitoral organize a Assembléia Nacional Instituinte Exclusiva. Trabalho com prazo determinado.
3.1.Nomeiam os Ministros de Estado do Poder Executivo, não mais de 14.
3.2.Nomeiam os governadores e seus Secretários, não mais de 14.
3.3.Nomeiam os Prefeitos e seus Secretários, não mais de 14.
Único. Todos atuarão exercendo ativamente suas funções, não obstante transitórias.
4.Os políticos cassados e com ficha suja passam à ser julgados imediatamente pelos órgãos competentes, estritamente dentro das Leis vigentes. Caso os julgadores façam corpo mole como até agora, serão aposentados incontinenti e nomeados outros. Os aposentados estarão proibidos de voltar ao serviço público, seja via eleição ou concurso.
5.Revisão imediata da função e necessidade de permanecer no serviço público, em todas esferas, os concursados que detestam trabalhar e os não concursados sem capacidade e sem trabalho. 
6.Para as eleições da A.N.I.E., serão aceitos todos cidadãos com ficha limpa, mesmo os atuais políticos cassados, apenas que todos como candidatos independentes e aprovados na Prova de Qualificação aplicada pela Justiça Eleitoral. Partidos políticos: extintos e proibida a formação de novos.
Único. Os que participarem da A.N.I.E. não poderão se candidatar para as eleições que se darão logo após o término da Assembléia, as quais concederão mandato de 5 anos para os novos eleitos.
7.Uma vez apuradas e confirmadas as apurações da eleição, os governos de transição à nível federal, estadual e municipal, transmitirão para os novos eleitos seus cargos.”

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