Jorge Serrão
Mesmo sem voto e popularidade,
Presidento Michel Temer, o Brasil espera de você, imediatamente, três atos
fundamentais. Primeiro, elimine a gastança inútil e improdutiva da
administração federal. Segundo, promova um corte de juros, como indicador de
que a dívida pública pode ser contida e reduzida. Terceiro, promova uma redução
drástica dos 93 impostos, taxas e contribuições em vigor. Tais medidas, no
curto prazo, fazem a economia brasileira reverter a suicida perspectiva de
crise.
Michel Temer tem conhecimento
suficiente para saber que o governo tem de criar condições honestas de estímulo
ao investimento público que, por sua vez, induz o investimento privado, desde
que exista um ambiente de segurança do Direito. Infelizmente, estamos longe
disso no Brasil. Todo mundo sabe que a gastança desenfreada na última década,
financiada pela rolagem da dívida pública a juros altos, provocou a disparada
da inflação - que se mantém resistente, mesmo com os juros nas alturas. Mexer
na usura oficial reduziria a pressão sobre a dívida pública, incentivaria o
investimento, estimularia o consumo e, como consequência, promoveria um aumento
da arrecadação de impostos.
O passo seguinte dependerá de uma
repactuação política com o setor produtivo. Reduzidos os impostos e os juros,
ao mesmo tempo em que se simplifica o pagamento de dívidas com os governos,
será fundamental um acerto geral com a sociedade para um realinhamento dos
preços relativos dos produtos e serviços. Este é o único jeito de conter e
reverter a inflação, sem lances de truculência econômica. O custo cobrado por
qualquer produto ou serviço no Brasil é absurdo e fora da realidade na
comparação com outros países, desenvolvidos ou subdesenvolvidos.
Depois de tomar as medidas básicas
que reverterão o processo de inflação alta sem crescimento, aí é preciso
sentar, urgentemente, com todos os segmentos esclarecidos da sociedade para um
redesenho do modelo de Estado no Brasil. Temos de romper com o Capimunismo
rentista e corrupto em vigor. Fazer meras "reformas" não resolve a
crise estrutural brasileira. Não podemos mais adiar as mudanças tributária,
fiscal, bancária, trabalhista, Previdenciária e educacional.
Sem isso, mudanças efetivas há como
redefinir um pacto federativo. É urgente reproclamar a República em bases
constitucionais realistas, verdadeiras e efetivamente democráticas (onde haja
segurança do Direito). O combate efetivo à corrupção - problema culturalmente
arraigado na sociedade brasileira - dependerá de mudanças que façam o
Judiciário cumprir seu papel de poder moderador. Do jeito que funciona
atualmente, o judiciário apenas legitima as ações do desgoverno do crime
organizado e de outras facções criminosas menos votadas. Magistrados
conscientes reconhecem o problema, e desejam trabalhar pela mudança.
Não existe outro jeito de mudar. Só
uma Intervenção Cívica Constitucional, bem executada politicamente, tem a
capacidade de reinventar o modelo estatal brasileiro. É preciso redefinir o
papel do Executivo, Legislativo, Judiciário. Temos também de fortalecer a
expressão Militar do poder. Sem ela, democraticamente atuando, não existe nação
que seja respeitada perante o resto do mundo. Os militares têm uma inestimável
contribuição a dar. Os comandantes querem participar do debate pelas mudanças,
mas acabam impedidos pelos preconceitos ideologicamente fabricados depois do
governo dos generais-presidentes.
Não existe milagre a ser feito por
um gênio da lâmpada ou por qualquer ditador carismático. A "salvação
nacional" só será efetiva se for feita através de uma Intervenção Cívica
Constitucional. O processo só será viável se for pactuado com a sociedade na
base da Política com "p" maiúsculo. Infelizmente, nossa classe
política não está preparada para isto. Pior ainda, ela não quer mudanças,
apenas finge desejar "reformas". No entanto, a maioria esmagadora dos
cidadãos-eleitores-contribuintes deseja mudanças reais, objetivas e efetivas.
O Presidento interino Michel Temer
tem a chance de se tornar Presidente de verdade. Não pode e nem deve
desperdiçar a oportunidade histórica. É preciso agir com conceitos corretos e
urgência cirúrgica. A crise estrutural brasileira é gravíssima. Se não for
resolvida depressa, tem tudo para nos levar a uma ruptura institucional
violenta, combinada com um desastre econômico de proporções nunca antes vista
em nossa História.
Resumindo: temos de ir muito além de
apenas tirar o PT do poder, substituindo-o pela turma do PMDB que era parceira
do petismo até outro dia. Se Temer não tiver capacidade de liderar o processo
político de mudança, vamos mergulhar no caos. Muita gente acredita que passar
por tal sacrifício possa ser o atalho para o Brasil tomar vergonha e se
reinventar. O problema é o alto custo humano e econômico que o processo de
ruptura vai demandar...
Por tudo isso pesado na balança, os
próximos 15 dias de Michel Temer serão decisivos para o sucesso ou fracasso do
Brasil. A percepção geral é que, se Michel Temer não mudar, acabará mudado. A
implacável sentença da História o mandará para casa, cuidar da Marcela...
Veremos sinais de pré-condições para futuras mudanças se Michel Temer, no
curtíssimo prazo, cortar os impostos, os juros e coibir a gastança (missões
complicadíssimas e quase impossíveis para quem tem uma base política
fisiológica e patrimonialista). Se o básico não for feito, o pirão vai
desandar. As consequências serão trágicas.
No salve-se-quem puder, com o famoso
botão phoda-se apertado, tudo pode acontecer... Melhor não pagar para ver...
E pode escrever: Se o pacotão do
Temer-Meirelles vier com aumentos de impostos, a porrada vai comer, mais
depressa que o previsto... Melhor não pagar para ver...
Alerta
Total – www.alertatotal.net
Nenhum comentário:
Postar um comentário