Kaike Souza
Essa
semana o diretório nacional do PT decidiu que não punirá os diretórios
municipais se estes decidirem por se aliar aos polos regionais do PMDB para a
disputa das eleições municipais ainda no final desse ano.
Isso não
seria problema algum, já que a aliança entre os dois partidos provem de anos,
porém o chocante é o discurso hipócrita de permitir tal aliança depois de
acusarem inúmeras vezes que o partido em questão teria fomentado, junto à
oposição, um golpe contra o governo federal, na imagem da presidente Dilma
Rousseff.
Essa
carta branca dada aos diretórios municipais em estabelecer a provável aliança
faz lembrar a obra de George Orwell “A Revolução dos Bichos” que, ao final do
livro, os animais da fazenda descobrem que os porcos (que se auto intitularam
líderes que os levariam ao progresso e venceriam as desigualdades impostas
pelos humanos) discutiam acordos e planos que interessavam apenas eles
próprios. Pouco se importavam com a vontade dos outros animais que seguiam seus
planos e confiavam na sua liderança.
Claramente
os animais da fazenda representam os militantes mais carentes que o partido dos
trabalhadores conseguiu juntar aos seus números de filiados e foram duramente
enganados com propostas de melhoria de vida.
O
partido dos trabalhadores se enquadra na obra de George Orwell por mover sua
militância contra o partido considerado o mais inescrupuloso da república,
possuinte de uma única diretriz ideológica: perpetuar-se no poder. Agora, vemos
esse mesmo partido vermelho resgatar o mínimo de apoio que lhe resta junto aos
“golpistas” enquanto seus militantes se digladiam em prol de uma ideologia
partidária que só existe entre as suas fileiras barulhentas.
Isso é
comum no Brasil, um país com 36 partidos (atualizado com o grande partido
ideológico PNC – Partido Nacional Corinthiano) e que pouquíssimos possuem uma
ideologia política definida ou que pelo menos a siga. É evidente que o número
extenso de partidos não visa garantir uma maior representatividade ideológica,
basta verificar o partido das mulheres que tem em seus maiores cargos homens.
Os
partidos, no Brasil, existem para angariar o fundo partidário que causa uma
espoliação, via impostos, dos contribuintes para financiar bandeiras que ele, o
pagador de impostos, sequer se identifica. Imagine um indivíduo progressista
sendo obrigado a pagar, via fundo partidário, parte do orçamento do PSC ou um
conservador ter que figurar entre os nomes que financiam o PSOL.
Hoje
temos uma crise de representatividade que nos leva a cair nas armadilhas
partidárias como essa, promovida pela partido dos trabalhadores, e imaginar que
essa é só mais uma das manobras que são facilmente perceptíveis. Porém, existem
aquelas alianças feitas dentro das casas legislativas onde ninguém tem a chance
de saber a existência e assim projetos são vendidos com a intenção única de
garantir o interesse próprio, como os porcos ao final do livro de Orwell.
Falta no
país não só liberdade, falta também o sentimento de autonomia em acreditar que
políticos não são o único meio de representatividade e que eles, humanos como
nós meros cidadãos, são suscetíveis à erros ou ações maliciosas em benefício
próprio.
Como bem
disse Nietzsche:
“Um político divide os seres humanos
em duas classes: instrumentos e inimigos.”
Instituto Liberal
Comentário do blog:
a necessidade de haver partidos políticos para a democracia funcionar, é
dogma. Ela funcionará melhor sem eles.(MBF).
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