domingo, 8 de maio de 2016

Origem da Teosofia


A PALAVRA TEOSOFIA É DE ORIGEM GREGA, DE THEOS, "DEUS", e sophos, "sabedoria", significando literalmente "sabedoria divina", ou "conhecimento divino".

O termo ganhou notoriedade no mundo ocidental a partir de 1875, com a fundação da Sociedade Teosófica, por Helena Petrovna Blavatsky, e pela grande polêmica que seus estudos criaram no meio cultural da época.
A Teosofia é um corpo de conhecimento que responde a diversas questões que envolvem a vida:

- Quem sou eu?
- O que estou fazendo aqui?
- Qual a origem do universo?
  
O antigo biógrafo grego Diógenes Laércio assinala em sua obra a existência da Teosofia numa época anterior à dinastia dos Ptolomeus, que reinou no Egito durante o período helênico - de 323 a.C. até o Egito se transformar em província romana, em 30 a.C. Segundo ele, o fundador da Teosofia seria um hierofante egípcio conhecido como Pot-Amun, um nome de origem copta (uma antiga forma de escrita usada no Egito), e significava "aquele que é consagrado a Amon", o Deus da Sabedoria. Pot-Amun exercia suas atividades ensinando Teosofia para aqueles que não eram iniciados nos mistérios egípcios.

A história mostra que ela foi revivida pelos filósofos neoplatônicos, Amônio Saccas (175-242) e Plotino (205-270), na Alexandria, Egito, durante o século 3. Conhecidos como philaletheus (amantes da verdade), fundaram a Escola Teosófica Eclética. O termo Teosofia fazia, então, referência a uma interpretação de acontecimentos do mundo exterior, como correspondentes de experiências da alma humana.

Os neoplatônicos também eram conhecidos como analogistas, porque não buscavam a sabedoria apenas nos livros, mas através de análises e correspondências da alma humana com o mundo exterior e com os fenômenos que envolviam a natureza. Eles se dividiam em neófitos, iniciados e mestres, e os seus discípulos eram obrigados por juramento a não divulgar as doutrinas mais elevadas. De acordo com o historiador da Antiguidade, Heródoto (484 -425 a.C.), suas regras foram copiadas dos antigos Mistérios de Orfeu, da misteriosa religião do antigo mundo grego conhecida como Orfismo.

Na Escola Teosófica Eclética havia ensinamentos sobre os sistemas religiosos e espirituais de diversos povos, além do estudo das filosofias gregas. Esse fato explica a existência entre eles de alguns comportamentos e pensamentos budistas e hindus; por exemplo, aqueles que se relacionam ao respeito aos mais velhos e aos pais, e o ideal da afeição por toda raça humana. Suas atividades procuravam estabelecer um sistema de disciplina moral que estimulava a sociedade a viver de acordo com a lei de seus próprios países e que incentivava a purificação da mente pela busca da Verdade Absoluta.

O objetivo da escola consistia em absorver e extrair dos diversos ensinamentos religiosos uma harmonia perfeita capaz de atingir todo coração que fosse amante da verdade. Dentro dessa concepção, a Teosofia seria a antiga e arcaica "Religião Sabedoria", conhecida em todos os países civilizados em que a sabedoria das escrituras servia como fonte de inspiração, com a personificação do princípio divino em nomes como Hermes, Thot e Buda.

Outros filósofos deram seqüência e se aprofundaram nos ensinamentos de Amônio e Plotino, como Porfírio (233-305) e Jâmblico (250-300). Jâmblico teria transformado a filosofia de Plotino numa teurgia, ou conjugação mágica de deuses. Em sua obra Mistérios do Egito, revelou a possibilidade da manipulação mágica dos deuses em prol da satisfação dos desejos humanos.

O termo Teosofia também foi utilizado pelo artesão filósofo Jacob Boehme (1575-1624) no século 17, em Alt Seidenberg, Alemanha. Sua doutrina era extremamente hermética e sua fonte de pensamento teria sido Paracelso, de quem adotou idéias e a terminologia química.

A Sociedade Teosófica (S.T.) foi fundada em Nova Iorque, E.U.A., em 17 de novembro de 1875, por um pequeno grupo de pessoas, dentre as quais se destacavam uma russa e um norte americano: a Sra. Helena Petrovna Blavatsky e o cel. Henry Steel Olcott, seu primeiro presidente.
Em 1878 o cel. Olcott e a Sra. Blavatsky partiram para a Índia. Em 3 de abril de 1905, foi estabelecida legalmente a sede internacional da S.T. no bairro de Adyar, na cidade de Chennai (antiga Madras), estado de Tamil Nadu, no sul da Índia, onde permanece até hoje.

Veja os Teosofistas mais famosos clicando aqui

109.2 - Teosofia - Uma Sabedoria Viva
Para que se possa compreender satisfatoriamente a S.T. e o seu trabalho é necessário entender o significado da palavra Teosofia. Em primeiro lugar, cumpre esclarecer que a S.T. não é uma religião, e a Teosofia não é um credo. Este fato já está evidenciado no primeiro objetivo da S.T..
A origem da palavra Theosophia é grega e significa primária e literalmente Sabedoria Divina. Foi cunhada em Alexandria, no Egito, no século III d.C. por Amônio Saccas e seu discípulo Plotino que eram filósofos neo-platônicos.

Fundaram a Escola Teosófica Eclética e também eram chamados de Philaletheus (Amantes da Verdade) e Analogistas, porque não buscavam a Sabedoria apenas nos livros, mas através de analogias e correspondências da alma humana com o mundo externo e os fenômenos da Natureza. Assim, em conformidade com seu terceiro objetivo, a S.T., enquanto sucessora moderna daquela Escola antiga, almeja tal busca da Sabedoria não pela mera crença, mas pela investigação direta da Verdade manifesta na Natureza e no homem.

Dizia Blavatsky: “o verdadeiro Ocultismo ou Teosofia é a ‘Grande Renúncia ao eu’, incondicional e absolutamente, tanto em pensamento como em ação – é Altruísmo”. “Teosofia é sinônimo de Verdade Eterna”, Divina, Absoluta, Paramarthika Satya ou Brahma-Vidya, que são seus equivalentes muito mais antigos na filosofia oriental. Teosofia, portanto, é uma Sabedoria Viva, o ideal que o verdadeiro teósofo busca alcançar e manifestar em sua vida diária como serviço à Humanidade.

A adjetivação teosófica na denominação da S.T. significa, desta forma, uma sociedade cujos objetivos refletem esta Sabedoria, ou que nesta têm sua inspiração. Isto não que dizer que todos os membros da S.T. possuam esta Sabedoria ao tentar realizar tais objetivos. Quer dizer, apenas, que uma sociedade “teosófica” é uma sociedade cujos objetivos podem trazer benefícios imensos ao mundo, desde que compreendidos e realizados apropriadamente.




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