Luiz
Flávio Gomes
“Tramaram um
‘acordão’ para estancar a Lava Jato. Era uma ‘solução à brasileira’, típica dos
grandes conluios históricos que as elites econômicas/financeiras fazem com as
oligarquias políticas/administrativas para salvar a pele (e o bolso) de todo
mundo que se vale do extrativismo para enriquecer”
1)
Sete horas de áudios do Sérgio Machado explodem a República Velhaca
(1889-2016), que já nasceu torta e enviesada depois de um conluio entre os
militarizados revoltados (Benjamin Constant, Deodoro da Fonseca etc.) e as
oligarquias do café (do Partido Republicano Paulista), que protestavam contra o
fim da escravidão (decretada em 1888); se num país escravagista o fim da
escravidão virou motivo para revolução, a sua perpetuação abre brecha para
novas revoluções;
2)
A Nova República (1985-2016) incrementou a continuidade da roubalheira
republicana: Renan disse “que a situação está grave e vai complicar mais” (com
as delações da Andrade Gutierrez, OAS e Odebrecht); Sarney confirmou: “As
delações da Odebrecht são uma metralhadora calibre ponto 100”;
3)
“Pega todo mundo; sobrarão 5 ou 6 políticos” (disse Renan). Devastação geral. A
Lava Jato, para a cleptocracia brasileira, está sendo uma verdadeira febre
bubônica (peste negra), que dizimou metade da Europa no século XIV (começando
pela cidade portuária de Tanais, no Mar Negro);
4)
“Aécio está com medo” (disse Renan); “Dilma pediu ajuda eleitoral diretamente
para a Odebrecht” (disse Sarney); “Temos que fazer um
grande
pacto, para estancar a sangria” (afirmou Jucá);
5)
Tramaram um “acordão” (nitidamente antirrepublicano, que incluía até o Lula)
para estancar a Lava Jato e criar um parlamentarismo à la carte, que não se
concretizou. Era uma “solução à brasileira”, típica dos grandes conluios
históricos que as elites econômicas/financeiras fazem com as oligarquias políticas/administrativas
para salvar a pele (e o bolso) de todo mundo que se vale do extrativismo para
enriquecer;
6)
Os carcomidos e corruptos políticos assim como seus respectivos partidos são
pura podridão, degradação, degeneração, devassidão, abominação; o brasileiro
que der mais um voto para esses corruptos deverá ser tido como “traidor da
Pátria” que não pensa no futuro dos filhos e do país; não podemos trocar a
incógnita do novo pela certeza da corrupção do antigo;
7)
Todos os tradicionais partidos comprovadamente corruptos (dos novos, se usarmos
lupa, restarão 2 ou 3) deveriam ser eliminados do jogo político e arcar com os
imensos danos sociais causados para a população; claro que não há solução sem a
política, mas que essa Política seja com “pê” maiúsculo;
8)
A putrefação do sistema partidário (um sugador de rendas ilícitas) vem dos
tempos da colônia e, sobretudo, do Império (1822-1889), quando saquaremas e
luzias – PSDB e PT da época – se digladiavam, enquanto na sombra combinadamente
prosperava a roubalheira mancomunada das elites/oligarquias econômicas e
financeiras junto com as oligarquias/elites políticas e administrativas; os
barões ladrões se entendem entre eles, enquanto o povo se mata pelas suas
ideologias, em defesa deles; isso é totalmente incompreensível; falta a muitos
digladiadores a perspectiva histórica;
9)
Se essa roubalheira cleptocrata (Estado governado por ladrões) que une agentes
do mercado com agentes públicos (o público e o privado) é da nossa tradição, é
absolutamente ininteligível que em pleno século XXI, depois de 516 anos de
rapinagens e pilhagens bilaterais (elites econômicas e financeiras +
oligarquias políticas e administrativas), o povo perdedor desesperado (sem
emprego, sem estudo qualificado, sem saúde, sem escola, sem transporte decente,
sem mobilidade social, sem segurança, sem futuro…) ainda fique dividido
(fazendo o jogo dos ganhadores) e não reconheça os inimigos do bem comum: os
barões ladrões extrativistas que sugam a riqueza do país em benefício deles
(elites/oligarquias), que são os donos cleptocratas do poder;
10)
É hora de acordar. É hora de união. Vamos esquecer os abomináveis partidos. Os
13 anos de lulopetismo corrupto escancararam a podridão de todo o “sistema
extrativista” (político-partidário-eleitoral-empresarial), que mantém a
ignorância e o analfabetismo do povo enquanto promove o enriquecimento
politicamente favorecido de poucos (das elites/oligarquias). Crise + caos =
colapso. É hora de fazer o gigante acordar, sabendo bem quem são todos os
inimigos da nação.
Congresso
em Foco
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