João Cesar de Melo
Começo
com uma pergunta muito simples: Onde estão os membros do 1° e do 2° escalão do
governo da extinta União Soviética? Respondo: Controlando, direta ou
indiretamente, as maiores empresas russas.
Os
comunistas que outrora impediam a influência capitalista, hoje são os maiores
empresários do país. Os comunistas que trabalhavam para preservar um regime
onde a propriedade privada e o lucro eram proibidos, hoje são proprietários de
grandes fortunas.
O grande
público precisa entender que o comunismo não é um sistema econômico, mas um
sistema político de controle social através da economia. Marx pregou o controle
do modo de produção porque sabia que isso é a base de uma sociedade.
Controlando a economia, controla-se tudo. Controla-se todos.
Muitos
tentaram. Ninguém obteve sucesso porque é impossível se controlar o mercado.
Mesmo sob o rígido controle do governo central, o equivalente a 40% do PIB da
União Soviética circulava no mercado negro, com pessoas comercializando os mais
diversos produtos e serviços quase sempre na forma de escambo e com a
participação de funcionários do próprio governo. O desmoronamento da União
Soviética pôs fim a um regime comunista, mas o ideal comunista de controle
social continuou vivo.
A lição
aprendida pelos comunistas é que, em vez de tentar controlar toda a economia,
devem controlá-la parcialmente, o bastante para manter toda a sociedade
dependente do governo.
Dez anos
antes da queda do Muro de Berlin, a China começou a abrir sua economia.
Permitiram o crescimento do mercado apenas por entender que o regime seria
fortalecido com isso. Em vez de proibir o capitalismo, passaram a tirar
proveito dele. A exemplo do que houve na União Soviética, membros do partido
comunista chinês transformaram-se em grandes empresários. O que não mudou foi a
obsessão pelo controle social, político e cultural.
A
pequena abertura econômica que os comunistas promoveram em Cuba aconteceu logo
depois do fim da União Soviética. Sendo um país latino americano, ou seja, onde
as lições demoram décadas para serem aprendidas, Cuba concedeu apenas um
tiquinho de liberdade econômica aos seus cidadãos, permitindo o surgimento de
bares, restaurantes e pousadas; ao grande capital financeiro internacional,
concedeu a construção de hotéis voltados para estrangeiros e a exploração de
alguns serviços públicos, como telefonia e energia elétrica. Contudo, os
comunistas continuaram mantendo o controle social, político e cultural. Isso é
o comunismo. Enquanto no capitalismo as empresas se adaptam ao mercado, o
movimento comunista ajusta seu espírito totalitário aos “novos tempos”.
Cinco
décadas antes da queda do Muro de Berlin, já circulavam as ideias de Gramsci,
porém, só com o colapso da União Soviética é que sua obra passou a ser
seriamente estudada e seguida pelas “viúvas” do comunismo.
O
conceito: Revoluções violentas deveriam ser substituídas por revoluções
graduais, com ideias coletivistas sendo implantadas em todos os nichos da
sociedade, da mídia, da cultura e da política sem que ninguém as percebesse
como manobra comunista.
A
estratégia: Fazer as pessoas desejarem uma sociedade em que os interesses
coletivos prevalecessem sobre os interesses individuais, enxergando o estado
como a ponte entre os homens e suas necessidades.
A
ferramenta: O estado democrático de direito, a partir do qual os novos
comunistas são eleitos e, uma vez no poder, destinam recursos para os diversos
movimentos de apoio, cooptando os grandes empresários, os grandes veículos de
comunicação e os partidos outrora de oposição.
O
objetivo: Alterar a constituição de uma forma que torne a imprensa, a cultura,
a política e o mercado propriedades de um estado fundido ao partido. Foi o que
Lula tentou fazer no Brasil.
É um
sintoma de ignorância dizer que, pelo fato do PT ter se aliado a grandes
empresários, ele se inclinou à direita. Uma simples observação refuta essa
impressão: Se um partido é defendido fervorosamente por movimentos comunistas,
se financia ditaduras comunistas, se participa de eventos que reverenciam
líderes comunistas, se seus militantes ostentam imagens de heróis comunistas,
se sua linguagem e retórica remetem à teoria comunista de guerrilha política,
ele só pode ser identificado como um partido COMUNISTA.
O fato é
que a cartilha gramsciana foi tão bem implantada em determinados nichos da
sociedade que seus militantes não têm a menor noção do que defendem. Muitos nem
se sentem petistas, apesar de defender o PT. Defendem partidos comunistas,
defendem movimentos comunistas, defendem ideias comunistas… mas insistem em
dizer que não são comunistas. Algo como se um eleitor de um partido que tem
como símbolo a suástica dissesse que, apesar de apoiar algumas ideias
específicas, não é nazista.
Dilma
participava de um grupo terrorista-comunista financiado pela União Soviética,
ora bolas!
O PT é
comunista porque manifesta o mesmo viés totalitário, utiliza-se das mesmas
estratégias que já foram empregadas por todos os outros movimentos comunistas
da história.
O líder
comunista não é um anjinho altruísta. Ele é um ser humano como qualquer outro,
que gosta de conforto, que deseja o luxo e que tem lá suas perversões, porém,
ciente de sua incapacidade de conquistar tudo isso trabalhando, prefere tentar
fazer com que os outros trabalhem por ele. Lula.
Outra
evidência do quão comunista é o PT é que ele enxerga o PSDB como um partido de
direita. Assim o fazem porque é fundamental para o comunista tratar os
não-alinhados como inimigos. Já fizeram e continuarão fazendo de tudo para
destruí-lo.
Em
tempo: A esquerda no Brasil é representada por pessoas como Cristóvão Buarque e
Fernando Henrique Cardoso.
Em
artigo de título Esquerda Nostálgica, publicado no jornal O Globo do
último
dia 30, Cristóvão Buarque evidenciou o abismo entre a esquerda e o PT.
Escreveu:
“Prisioneira
de seus dogmas, com preguiça para pensar o novo, com medo do patrulhamento
entre seus membros, viciada em recursos financeiros e empregos públicos, a
‘esquerda nostálgica’ parece não perceber o que acontece ao redor.
(…)
Com
nostalgia do passado, reage contra o “espírito do tempo” que exige agir dentro
da economia global e romper com a visão de que a estatização é sinônimo de
interesse público; não reconhece que a inflação é uma forma de desapropriação
do trabalhador; que o progresso material tem limites ecológicos e é construído
pela capacidade nacional para criar ciência e tecnologia; que os movimentos
sociais e os partidos devem ser independentes, sem financiamentos estatais;
ignora que a revolução não está mais na expropriação do capital, está na
garantia de escola com a mesma qualidade para o filho do trabalhador e o filho
do seu patrão; que a igualdade deve ser assegurada no acesso à saúde e à
educação, sem prometer igualdade plena, elusiva, injusta e antilibertária ao
não diferenciar as individualidades dos talentos; não assume que a democracia e
a liberdade de expressão são valores fundamentais e inegociáveis da sociedade,
tanto quanto o compromisso com a verdade e a repulsa à
corrupção”.
Sobrou
pudor nas palavras do senador. Pudor em chamar de comunistas aqueles que ele
identifica como “esquerda nostálgica”.
O
Partido dos Trabalhadores acabou. Seus membros e militantes já estão procurando
abrigo noutras bandeiras vermelhas. Cai um partido, mas o movimento continua.
As manifestações e os discursos que os comunistas ainda fazem em defesa do PT
têm o propósito de plantar o sentimento vitimista e o desejo revanchista que
alimentará a militância por mais algumas décadas.
Tenhamos
uma certeza: Nenhum comunista irá a TV anunciar-se como tal, dizer com todas as
letras quais são seus objetivos.
Instituto Liberal
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