Martim Berto Fuchs
Desde que
Getúlio Vargas transformou o DNP-Departamento Nacional de Propaganda em DIP-Departamento
de Imprensa e Propaganda, 1939, que os
governos ditos populares ganham visibilidade com um marketing bem planejado e executado,
além de agressivo.
O DNP
tinha a função de propagar as obras executadas pelo governo e as em execução.
O DIP continuou
com estas funções, mas principalmente passou a divulgar o que o governo iria fazer, não só em obras, mas a ação
presente e futura de todos seus ministérios, bem assim como se defender e
contra-atacar as afirmações corretas ou não da oposição.
Mais
ainda, copiando o bem sucedido modelo alemão implantado por Joseph Goebbels, no
auge do nazismo, 1939, passou também a criar o culto à personalidade,
transformando Getúlio no “pai dos pobres”,
o que rende mais dividendos do que obras, ainda mais repetido à exaustão.
Os “marketeiros”
dos nossos governos militares conseguiram produzir duas pérolas: “Brasil, ame-o ou deixe-o” e “Plante
que o João garante”. Um mais infeliz que o outro.
“Brasil,
ame-o ou deixe-o” foi ampliado pela oposição com “O último a sair apague a luz”.
“Plante
que o João garante” foi um plano para incentivar o plantio de trigo em larga
escala, produto que até hoje importamos em grande quantidade, pois nosso clima
não se presta para isso, já o dizia Assis Chateaubriand em 1954. Esse plano
previa um preço mínimo, alto, para a saca de trigo, como incentivo para o
plantio. Porém, na hora de vender a
colheita para pagar as dívidas, o Banco do Brasil não aceitou pagar o preço
combinado. Alguns agricultores entraram na justiça e ganharam a questão. Acabou
o “Plante que o João garante” e os governos militares.
Hoje em
dia, ou, desde 2003 quando do primeiro governo Lula, o marketing bem planejado
e bem executado, tem feito a felicidade das hostes populistas do lulopetismo.
Independente
da qualidade, para se ter uma idéia de quantidade, FHC em meados do seu segundo
mandato, período em que os gastos excessivos dos estados e da própria União
estavam levando seu governo à estagnação, ele
tomou duas iniciativas: uma, criar a LRF-Lei de Responsabilidade Fiscal,
indispensável para qualquer país que se
preze. Outra, investir em publicidade daquilo que iria fazer, pois até então, o
que tinha sido feito vinha sendo ofuscado pela situação e exposição das contas
públicas que se deterioravam.
O
governo FHC gastou em publicidade no seu último ano de mandato, 2002, tentando
eleger seu candidato, R$ 252 milhões.
Pois
bem, o seu sucessor, sucessor em mais de um sentido, Lula, fez toda sua imagem
em cima da publicidade. Abraçou as causas sociais, que em termos de valores
custaram pouco para seu governo, mas que foram otimizadas ao máximo pela
publicidade bem dirigida.
Especializou-se
na tática de promover aquilo que ELE, deus Lula, iria fazer. Depois, pouco gastou em mostrar o que havia feito, pois
pouco havia sido feito. Para se ter uma idéia de valores, estes foram subindo
ano a ano, chegando à R$ 5,2 bilhões
em 2008, quando ele vendeu a idéia da “marolinha” e mesmo com a crise despontando,
conseguiu emplacar sua gerentona no cargo de Presidente.
Pessoa
completamente incapaz e desonesta além de teimosa, ao ponto de conseguir a
oposição (fora dos holofotes) do próprio criador, acabou sendo defenestrada por
conta das maquiagens efetuadas nas contas públicas.
Não
obstante ter sido afastada do cargo, o que só em si deveria diminuir seu “prestígio”,
o marketing bem planejado e executado está mantendo-a em evidência e colocando seu
substituto em apuros. Este, tendo pegado nas mãos uma bomba com o pavio se
extinguindo, não está sabendo enfrentar a guerra de propaganda que se move
contra ele.
Precisa
contratar urgentemente um marketeiro profissional, afastar os palpiteiros e colocá-lo
junto consigo no gabinete presidencial. Fazer dele um primeiro-ministro, como o
foram Duda Mendonça e João Santana para os governos dos populistas, e parar de
produzir desastres em comunicação.
A
situação das contas públicas é grave e exige medidas enérgicas e por
conseguinte, impopulares. Por mais necessárias e bem intencionadas que sejam
estas medidas, a sua implementação deve ser precedida por divulgação feita por
profissional, pois do contrário, a contra-propaganda do lulopetismo pode por
tudo à perder. E quem pagará a fatura seremos nós. De novo.
Mesmo
medidas erradas, como provaram inúmeras vezes Lula e Dilma, são amenizadas
quando bem embaladas, pois conseguem enganar a maioria, maioria formada por
pessoas que ignoram completamente como estão as contas públicas, ainda mais
tendo sido corrompidas sistematicamente pela publicidade anterior e que
continua atuante.
Um
segundo ponto desfavorável para o atual governo, e que exige divulgação
profissional, é que os assuntos mais polêmicos e que agravam as contas, como as
diversas reformas que já deveriam ter sido feitas, mas que estrategicamente e
covardemente foram postergadas pelo “capo” Lula, agora não permitem mais
adiamentos, e disto estão se aproveitando os irresponsáveis agora na oposição,
para prestar mais um desserviço para o país.
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