Aileda de Mattos Oliveira
Cultura adquire-se com Educação de qualidade, portanto, é inútil
um Ministério específico ou uma Secretaria para os mesmos fins.
O que nos falta é uma bem-elaborada Lei de Diretrizes e Bases da
Educação, voltada para os campos humanístico e científico-tecnológico; a
cultura é consequência. Só a adquirimos, aprimorando o intelecto, o que parece
não ser o ponto forte dos privilegiados sócios do Ministério da Cultura, que
permuta o dinheiro público por apoio político. De outro modo, não recuariam
diante daqueles que autoproclamam “culturais” espetáculos de nível duvidoso, ou
mesmo, sem nível.
Os grandes intérpretes do cenário teatral já se foram. Punham a
alma na vivência das personagens de clássicos dramaturgos. Era teatro de peso!
Os do cenário musical valorizavam a melodia, sem a corrupção das palavras que
transmitiam o estado de espírito do compositor. Nunca soubemos que fossem
beneficiários dos cofres do Estado. Ambas as categorias faziam sucesso. O
teatro lotava; os auditórios, também. Lotavam, porque havia seriedade no
trabalho profissional; lotavam, porque cada um exercia o seu mister com
devoção.
Dinheiro não compra cultura nem transforma atores em modelares
intérpretes; nem funkeiros, nem os que dedilham o violão enganador, nem os que
berram e pulam do alto de trios elétricos, em cantores e músicos.
Hoje, alocam-se, no meio artístico, os que fazem dele solução
para seus problemas, à custa do contribuinte. É simples. Os órgãos ditos
culturais lhes repassam a verba desejada, subtraída dos tributos que deveriam
ser aplicados em serviços para a coletividade. Mas a montagem do espetáculo
está garantida; o engajamento político, também.
O contribuinte é vítima de dupla extorsão, por via da
mancomunação do governo com a classe artística. Sobre ele recaem todas as
despesas, mas irá ao guichê se quiser assistir à encenação, apesar de já tê-la
pago, com a verba repassada, sem o seu consentimento. Não há retorno aos cofres
públicos, por se aninhar nos bolsos de quem solicitou a verba o total da
bilheteria.
Ao cessar a sangria do dinheiro que não lhes custa trabalho,
apenas cinismo em pedi-lo, manifestam-se como funcionários públicos com
direitos adquiridos. As sandices que disseram e as cusparadas ‘culturais’ foram
provas do intercâmbio do governo petista, com os membros perpétuos da ribalta e
da confraria musical.
Fonte milagrosa é a Lei Rouanet que libera verbas aos achegados
do partido, que, durante treze nefastos anos, fez a apologia à ignorância, à
ausência de valores, à incompetência, à falta de cultura.
Lamentamos que o governo recém-instalado tenha recuado na
decisão de exterminar um Ministério que esbanja dinheiro para os apadrinhados
da classe, dita artística.
Se Temer mostra-se complacente com os órfãos da Rouanet, que
almejam serem alimentados, indefinidamente, com o dinheiro da Nação, e com os
despersonalizados que trocaram o Brasil por outro país, exibindo cartaz para
olhos estrangeiros, quantas deferências fará, então, frente às outras
exigências de uma esquerda velhaca?
O que são alguns milhões para esses governantes desde que os
pastoreados artistas sejam intérpretes, como mandava o roteiro petista, das
mentiras de seus governos despudoradamente corruptos, ou do atual, claudicante
nas decisões?
Aileda de Mattos Oliveira
Dr.ª em Língua Portuguesa. Vice-Presidente da
Academia Brasileira de Defesa.
Alerta Total – www.alertatotal.net
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