quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Cronologia de uma farsa

Martim Berto Fuchs

O Senado tem um representante nos 14 membros. É justamente ele que está forçando a barra para afastar Deltan Dallagnol. O Alcolumbre pode pressionar, mas não pode se expor, e não tem a força que o Renan tinha.

14 pessoas compõem o Conselho Nacional do Ministério Público.
- 1 Procurador-Geral da República, que o preside;
- 4 membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma de suas carreiras;
- 3 membros do Ministério Público dos Estados;
- 2 juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça;
- 2 advogados, indicados pelo Conselho Federal da OAB-Ordem dos Advogados do Brasil;
- 2 cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.

27/06/19
1.- Conselho do MP arquiva representação contra procuradores da Lava Jato.
Corregedor nacional do Ministério Público, Orlando Rochadel Moreira conclui que “veracidade dos elementos de prova não pode ser comprovada, além de não ser possível verificar adulterações” em diálogos atribuídos a Deltan Dallagnol, seus colegas e ao ex-juiz Sérgio Moro.

13/08/19.
2.- Conselho Nacional do MP desarquiva reclamação contra Deltan e nega recurso de procurador contra processo.
O pedido para o caso ser desarquivado foi apresentado na sessão desta terça-feira pelos conselheiros Leonardo Accioly da Silva e Erick Venâncio Lima do Nascimento, que são representantes da OAB no colegiado.

3.- Em outro caso, o conselho também negou um recurso apresentado por Deltan Dallagnol, contra a abertura de um processo administrativo disciplinar.
Esse segundo episódio diz respeito às declarações de Deltan à rádio CBN, em que ele sugeriu que o Supremo Tribunal Federal (STF) passa a imagem de leniência a favor da corrupção. Com a negação do recurso, o processo seguirá tramitando normalmente no órgão.

4.- Em uma terceira decisão envolvendo Deltan, o CNMP também decidiu adiar a análise de um outro caso, movido pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), se refere a críticas disparadas por Deltan ao longo da campanha eleitoral do ano passado. O conselheiro Luiz Fernando Bandeira – indicado pelo Senado - criticou a lentidão do conselho em analisar os processos de Deltan.

Conclusão:
Tudo isto por quê ? Porque Dallagnol está cotado para ser o novo PGR e vai desengavetar os processos contra os poderosos, inclusive os do STF e outros Tribunais, sem contar Câmara, Senado, e pessoas que não são da esfera política.
Esconder, engavetar, postergar, ficará então à cargo unicamente do STF e do Presidente do Senado e da Câmara. Nas gavetas da PGR, processos dos poderosos não irão mais mofar.
Isto, os que mandam no Brasil não podem permitir, e portanto, tem que afastar Deltan Dallagnol deste futuro cargo. Melhor ainda se conseguirem afastá-lo também da Lava-Jato.
Na Itália, em operação similar, desencadeada por Procuradores e juiz - Operação Mãos-Limpas -, eles resolveram a questão assassinando Procurador e Juíz. Com isto, lá tudo voltou ao normal, e os corruptos ficaram livres para prosseguir na senda do crime. Que o diga Berlusconi.

Bolsonaro sabia e sabe que não será fácil. Precisa do apoio da população que quer um novo Brasil para si, para seus filhos e netos.

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