SBEE - Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas
Reencarnação é o
processo pelo qual o espírito, estruturando um corpo físico, retorna,
periodicamente, ao polissistema material. Esse processo tem como objetivo, ao
propiciar vivência de conhecimentos, auxiliar o espírito reencarnante a
evoluir.
O reencarne obedece a um
princípio de identidade de freqüências, ou seja, o espírito reencarna em um
determinado continente, em um determinado país, em uma determinada região desse
país, em uma determinada localidade dessa região, com determinadas
características culturais (idioma, usos, costumes, valores, tradições, história
etc.), bem como em uma determinada família, de acordo com a sintonia que a
freqüência do seu pensamento consiga estabelecer em relação a cada um desses
elementos.
O espírito realiza a
reencarnação conscientemente, inclusive traçando o seu próprio plano geral para
a existência material que está se iniciando. O espírito reencarnante, de acordo
com suas limitações, será mais ou menos auxiliado por espíritos com mais conhecimento
e com os quais tenha afinidade. No entanto, se não estiver suficientemente
equilibrado ou consciente, será orientado no planejamento de sua passagem pelo
polissistema material.
Todavia, reencarnado o
espírito, inicia-se o processo de existência corporal no polissistema material.
É um processo aberto, pois a trajetória pessoal do encarnado segue o exercício
do seu livre-arbítrio. Portanto, não há que se falar em destino, em caminhos
previamente traçados.
O espírito encarnado,
fundamentando-se em seu existente (a bagagem de conhecimentos e experiências
adquiridos ao longo de toda a sua história, seja encarnado, seja desencarnado),
passa a exercitar sua capacidade, a constatar e desenvolver suas
potencialidades, enfim, passa a construir seu momento presente e seu momento
futuro. Vai enfrentando contradições, dificuldades, obstáculos, facilidades,
administrando encontros e desencontros, permanecendo no seu plano geral ou se
desviando em função de algumas variáveis do processo, mas sempre de acordo com
sua vontade.
No exercício do
livre-arbítrio, o espírito encarnado vai construindo seu equilíbrio ou seu
desequilíbrio, de acordo com a maneira pela qual enfrenta as situações e a
vida. Vai, por assim dizer, determinando-se, segundo a natureza de seus pensamentos
e atos. Por menos que faça, ou por mais que se desequilibre, o espírito sempre
alcança progressos em um ou outro aspecto do seu ser.
A evolução não está necessariamente
vinculada ao tempo de vida material, mas à intensidade com que ela é vivida. A
quantidade de experiências e o aproveitamento que é feito delas é fundamental
para o crescimento do espírito, não importando se as experiências estão sendo
vivenciadas no polissistema material ou espiritual.
É de se ressaltar que,
entre uma encarnação e outra, o espírito continua trabalhando, continua
aprendendo, continua evoluindo, de modo que ele não reencarna no mesmo estágio
em que desencarnou.
A Doutrina Espírita
trabalha, atualmente, com a hipótese de que o processo reencarnatório envolve
os conceitos de missão, provação, expiação e carma.
Vale ressaltar que no
entendimento atual da Doutrina, os processos reencarnatórios apresentam facetas
desses quatro conceitos, mas que algumas reencarnações podem apresentar o
predomínio de algumas dessas características. Eles não são conseqüência de uma
interferência ou controle externo ao espírito reencarnante, descartando-se
portanto qualquer idéia de castigo, punição ou recompensa. Eles são decorrentes
da lei de causa e efeito e das condições de equilíbrio e harmonia do espírito.
Missão é a situação na
qual o espírito reencarnante aplica conhecimentos internalizados a favor de uma
pessoa ou do grupo de sua convivência.
Provação é a situação na
qual o conhecimento em processo de acomodação e internalização deve ser
vivenciado; é a situação na qual o espírito é desafiado ao limite de seu
conhecimento.
Expiação não se refere à
aplicação de conhecimento, mas, sim, a uma conseqüência de um conhecimento
aplicado, que provocou conseqüências difíceis, desagradáveis, muitas vezes
dolorosas, que o seu responsável deverá enfrentar.
Carma ainda é um
conceito útil dentro da concepção da Doutrina, desde que se esteja atento para
o seu significado, diverso do de outras Doutrinas. Para o Espiritismo, carma
caracteriza a situação na qual o espírito está enfrentando as conseqüências de
atos seus que lhe provocaram um desequilíbrio muito intenso, tanto em qualidade
como em quantidade, e que, pela sua intensidade, o espírito poderá levar toda
uma encarnação, ou mais de uma, para recuperar seu equilíbrio.
A pessoa em
desequilíbrio estará sempre em recuperação tanto pela sua reação própria como
pela ajuda de outras pessoas ( curar, aliviar, consolar; conhecimento técnico,
moral e afetivo).
O que varia é apenas o tempo necessário para que o equilíbrio seja novamente
retomado. É importante frisar que as dificuldades que o espírito encarnado
encontra em seu cotidiano muitas vezes não são explicadas pela reencarnação.
Reencarnação não explica tudo. Há muitas situações de desequilíbrio causadas em
sua encarnação atual.
Em resumo, reencarnação
não serve para explicar tragédias e desgraças; não serve para esconder a
ignorância, não serve como desculpa ao imobilismo; não serve como consolo para
aquelas situações que deveriam ser modificadas e não o são; não serve para
destacar o passado e paralisar o presente. Reencarnação é oportunidade de
aprendizado, é oportunidade de se aplicar o que se sabe e superar as limitações
através de vivências sucessivas no polissistema material. Reencarnação é
afirmação da unidade e da continuidade da vida.
http://www.sbee.org.br/portal/reencarnacao/doutrina-dos-espiritos/principios/reencarnacao
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