ALGUMAS CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A
reencarnação não foi inventada pelo Espiritismo. Ela consta dos
princípios de diversas religiões, desde a mais remota antiguidade. Ela
está implícita ou explicitamente contida na Bíblia.
Se
raciocinarmos, não poderemos negar a reencarnação, até mesmo por um princípio
de justiça Divina. O Pai , em sua imensa sabedoria e amor, criou-nos todos iguais
e nos deu a mesma oportunidade de crescimento e de decisão quanto aos nossos
atos- o livre arbítrio.
Se
assim não fosse, teríamos que considerar que Deus é parcial, injusto,
intolerante e por demais severo. Teria Ele dado a uns todas as benesses
de inteligência, corpos perfeitos e saudáveis, nascimento em ricos
berços; enquanto a outros teria imposto a idiotia, defeitos físicos,
nascimento em lares paupérrimos. Estaria Deus, então estabelecendo em
sua Criação o princípio da desigualdade e em não havendo reencarnação,
aqueles privilegiados teriam recebido um prêmio enquanto os outros
teriam sido castigados sem motivo aparente.
A
reencarnação ou a pluralidade das existências é necessária ao nosso aprimoramento
e seria insensato acreditarmos que apenas uma existência terrena seria
o suficiente para ganharmos o Paraíso ou merecermos o Inferno eternos.
As
múltiplas experiências pelas quais passamos, nos permitem o aprimoramento necessário
à nossa evolução espiritual, a correção e ou reparação dos erros cometidos;
enfim, a oportunidade de aprendermos a amar sem limites aos nossos semelhantes,
a praticar a caridade e a solidariedade, a perdoar a quem quer que nos tenha
ofendido, como Jesus ensinou no "Pai Nosso".
Enfim,
não podemos acreditar que, após milênios, haja a ressurreição dos corpos
materiais para unirem-se às respectivas almas no Juízo Final.
O que ocorrerá sim, será o nosso ressurgimento como um corpo glorioso,
espiritual, como afirmou Paulo de Tarso em epístola aos Coríntios.
"O
Concílio de Constantinopla - 553 D.C."
Vivaldo J. de Araújo
Até meados do século VI, todo o Cristianismo aceitava a Reencarnação que a cultura religiosa oriental já proclamava, milênios antes da era cristã, como fato incontestável, norteador dos princípios da Justiça Divina, que sempre dá oportunidade ao homem para rever seus erros e recomeçar o trabalho de sua regeneração, em nova existência.
Vivaldo J. de Araújo
Até meados do século VI, todo o Cristianismo aceitava a Reencarnação que a cultura religiosa oriental já proclamava, milênios antes da era cristã, como fato incontestável, norteador dos princípios da Justiça Divina, que sempre dá oportunidade ao homem para rever seus erros e recomeçar o trabalho de sua regeneração, em nova existência.
Aconteceu, porém, que o segundo Concílio de Constantinopla, atual Istambul, na Turquia, em decisão política, para atender exigências do Império Bizantino, resolveu abolir tal convicção, cientificamente justificada, substituindo-a pela ressurreição, que contraria todos os princípios da ciência, pois admite a volta do ser, por ocasião de um suposto juízo final, no mesmo corpo já desintegrado em todos os seus elementos constitutivos.
Teodora, esposa do famoso Imperador Justiniano, escravocrata desumana e muito preconceituosa, temia retornar ao mundo, na pele de uma escrava negra e, por isso, desencadeou uma forte pressão sobre o papa da época, Virgílio, que subira ao poder através da criminosa intervenção do general Belisário, para quem os desejos de Teodora eram lei.
E assim, o Concílio realizado em Constantinopla, no ano de 553 D.C, resolveu rejeitar todo o pensamento de Orígenes de Alexandria, um dos maiores Teólogos que a Humanidade tem conhecimento. As decisões do Concílio condenaram, inclusive, a reencarnação admitida pelo próprio Cristo, em várias passagens do Evangelho, sobretudo quando identificou em João Batista o Espírito do profeta Elias, falecido séculos antes, e que deveria voltar como precursor do Messias ( Mateus 11:14 e Malaquias 4:5 ).
Agindo dessa maneira, como se fosse soberana em suas decisões, a assembléia dos bispos, reunidos no Segundo Concílio de Constantinopla, houve por bem afirmar que reencarnação não existe, tal como aconteceu na reunião dos vagalumes, conforme narração do ilustre filósofo e pensador cristão, Huberto Rohden, em seu livro " Alegorias ", segundo a qual, os pirilampos aclamaram a seguinte sentença, ditada por seu Chefe D. Sapiêncio, em suntuoso trono dentro da mata, na calada da noite: " Não há nada mais luminoso que nossos faróis, por isso não passa de mentira essa história da existência do Sol, inventada pelos que pretendem diminuir o nosso valor fosforescente ".
E os vagalumes dizendo amém, amém, ao supremo chefe, continuaram a
vagar nas trevas, com suas luzinhas mortiças e talvez pensando - " se
havia a tal coisa chamada Sol, deve agora ter morrido ". É o que deve
ter acontecido com Teodora: ao invés de fazer sua reforma íntima e
praticar o bem para merecer um melhor destino no futuro, preferiu
continuar na ilusão de se poder fugir da verdade, só porque esta fora
contestada pelos deuses do Olimpo, reunidos em majestoso conclave.
From: Amália Clélia Kloppe,através de email de Elio Mollo
From: Amália Clélia Kloppe,através de email de Elio Mollo
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