Martim Berto Fuchs
Termos colocado na Presidência um político honesto, e
patriota ainda por cima – binômio muito raro-, colocou o país num impasse.
Nossos políticos, seus financiadores, e seus divulgadores,
queiramos ou não, a elite do país, pois são eles que mandam, não concordaram com
isto.
Praticamente toda classe política, tanto do Legislativo
como do Executivo, membros do Poder Judiciário, principalmente o nosso Tribunal
Supremo, STF, mais toda a grande mídia, estão contra que se mude as regras de
funcionamento da nossa economia, porque não dizer, a nossa cultura, que sempre foi alicerçada
na corrupção. Corrupção é marca registrada em nosso país, intocável, é o eixo
em torno do qual as decisões são tomadas.
Cada decisão do Presidente da República, por menor que
seja, que contrarie as regras não escritas, mas institucionalizadas, recebe de volta
uma enxurrada de críticas, principalmente dos Presidentes das duas Casas que
compõem o Congresso Nacional.
Como mudar o nosso Complexo de Vira Latas (Nelson
Rodrigues), que faz com que estejamos sempre sentados no colo da potência
econômica da vez ?
No século XIX era a Inglaterra que mandava no Brasil. No
século XX, o EUA. Agora, século XXI, como ainda não fizemos o dever de casa,
são os chineses que começam dar as ordens por aqui.
Num regime presidencialista, como teoricamente é o nosso,
caberia ao Presidente da República tomar as iniciativas e propor os novos
rumos, para que saíssemos definitivamente dessa situação de capachos.
Mas como mudar, se as propostas tem que ser aprovadas
pelo Congresso, e, eventualmente pelo STF, se esses dois Poderes não aceitam
um Governo que pauta pela honestidade ?
Como vamos sair deste impasse ? A população continua a crescer e a economia e
o desenvolvimento para absorver este novo contingente de pessoas, estagnaram.
Essa conta não vai fechar.
Afirmo, sem medo de errar, que nunca vivemos em uma
democracia, e sim numa cleptocracia, e isto tem que mudar. Por bem ou por mal.
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