Jorge Serrão
Cena na
saída da posse do novo ministro da Saúde, no Palácio do Planalto. O repórter do
G1 perguntou ao vice-Presidente Antônio Hamilton Mourão: “Como vai?”... O
General respondeu, de bate pronto: “Tudo sob controle”... Só que, depois da
pausa irônica, arrematou, sorrindo: “Não sabemos de quem”...
Mourão
não pode sair falando abertamente... Mas as pessoas de bom senso sabem que, há
muito tempo, estamos sob controle do Mecanismo do Crime Institucionalizado. E
tem mais: os bandidos e parasitas do Mecanismo não darão trégua no ritmo de
aproximações golpistas sucessivas até derrubar o Presidente Jair Bolsonaro
(cuja eleição presidencial é considerada uma “zebra” da História).
A turma
do Mecanismo tem uma arma mortífera: a Constituição de 1988. O pilar da corrupta
Nova República de 1985 é um problema infinitamente grave. A Carta Vilã,
batizada de cidadã para enganar otário, representa um desastre equivalente a um
Coronavírus. Trata-se de um texto prolixo, que permite infinitas
interpretações, dependendo das circunstâncias e interesses políticos ou
econômicos. Na prática, é a Coronaconstituição de Bruzundanga –
emendada e remendada mais de 150 vezes.
Fala
sério... A Constituição foi estrategicamente escrita pela velha oligarquia que
opera o Mecanismo. Por isso, é ingenuidade imaginar que a Carta dará respaldo
para reformar e mudanças. Na verdade, ela foi feita para garantir que isso
nunca ocorra. A ruptura do sistema não será feita pelas interpretações falhas.
O sistema escreveu as regras. Segui-las é jogar o jogo do Mecanismo. Por isso,
ela tem de ser substituída, assim que forem criadas as pré-condições
democráticas.
Não
adianta perder tempo com papo furado. Só é bom saber, previamente, que não dá
para vencer um Mecanismo autoritário, criminoso, mafioso, extremamente
burocrático, cartorial e cartelizado, com inocentes invocações de uma
Democracia inexistente. Nossa realidade é de plena insegurança jurídica, porque
isto interessa à ditadura criminosa. Falando clara e francamente, a
Constituição é ilegal e ilegítima em uma análise de Direito Natural.
O
problemaço? A Constituição é o reflexo de um Projeto de Nação. Os (supostos)
segmentos esclarecidos da sociedade ainda não comprovaram capacidade,
competência e força para debater e definir um rumo estratégico para o Brasil.
Não existe um claro projeto que se contraponha à hegemonia do Mecanismo – que
reflete o esquema da oligarquia que sempre aplicou variados Golpes de Estado
desde 15 de novembro de 1889, quando se proclamou uma República até hoje não
implantada correta e civilizadamente.
A
situação de Jair Bolsonaro é incômoda. Ele é atacado e sabotado, sem trégua,
pela oligarquia que sustenta a Nova República. É odiado pela extrema esquerda
que arrasou com o Brasil. É execrado pela mídia canalha ou idiotizada que
promove a propaganda suja do Mecanismo. Sofre preconceito da classe média e
alta que o elegeu, mesmo sabendo que ele não tinha a sofisticação retórica e
marketeira sonhado pelo imaginário de quem se acha “elite”, porém é “zelite”.
Além
disso, Bolsonaro faz auto-oposição: se perde na inteligência emocional, fala
demais e fornece munição aos inimigos. Tais erros são até compreensíveis
(embora não justificáveis) porque é espúria e covarde a pressão gigantesca
sobre um Presidente da República que é obrigado a se submeter a um
Parlamentarismo ilegítimo, disfarçado, imposto pela Constituição de 88. Na bola
dividida com o Senado e a Câmara dos Deputados, quase todo conflito que for
mediado pelo STF, será vencido pelos parlamentares, porque a Carta Vilã tem esta
lógica. O Governo Federal perde de véspera no “tapetão” do Supremo...
Por
força da constituição malandramente parlamentarista, o Presidente só governa se
fizer acordo espúrio com um Congresso Nacional composto por parlamentares com
pouca representatividade, a maioria eleita e financiada pelos esquemas
criminosos que “roubam” o setor público na União, Estados e Municípios.
Bolsonaro já cansou de avisar que não faria acordos espúrios com os
parlamentares. A postura é bacana, só que compromete a capacidade de governar.
Até agora, Bolsonaro contabiliza poucas vitórias legislativas e muitas
sabotagens. A previsão é de “colisões” com o Congresso.
O
experiente e insuspeito ex-deputado federal Roberto Jefferson – que foi
cassado, condenado, preso pelo escândalo do Mensalão e driblou até um câncer –
postou ontem uma mensagem no Twitter que desenha o drama vivido pelo Presidente
da República: “Bolsonaro é criticado por não ter base no Congresso. Fui
deputado do Figueiredo até o Lula. Todos fizeram governo de coalizão, ou seja,
toma-lá-dá-cá. Isto é, corrupção. Bolsonaro acabou com essa mamata. Querem que
ele volte com isso?”.
Os
bandidos querem que nada mude... Por isso, só resta a Bolsonaro acelerar a
missão de seu primeiro mandato, vocacionado para um Governo de Transição, que
precisa promover reformas, de preferência profundas, na estrutura estatal.
Bolsonaro tem de mudar seu foco de ataque. Não basta apontar para as figuras os
eventuais presidentes dos poderes. Os reais inimigos de Bolsonaro são os operadores
do Mecanismo e da Constituição. Assim, o Presidente deveria botar a tropa dele
para concentrar energia na formulação, debate e implantação da Nova
Constituição.
Bolsonaro
tem de entender que não adianta enxugar gelo, nem remar contra a maré, pois
será afogado pelo Mecanismo. Precisa parar de perder tempo com as polêmicas
inúteis acerca da crise pós-coronavírus. O povão que o elegeu é bem pragmático:
deseja resultados de melhora na economia, junto com a sempre desejada qualidade
no atendimento à saúde (agora colocada á prova de maneira extrema, diante do
KungFlu - o letal vírus chinês).
O jogo é
cruel: Se a doença matar mais que o normal, e a recessão com desemprego for
gigantesca, não adianta chorar, nem reclamar, Bolsonaro será o maior
responsabilizado.
Se não
quiser terminar como derrotado, Bolsonaro tem de usar toda inteligência para
neutralizar e detonar os bandidos e parasitas do Mecanismo. Além disso, não tem
outra alternativa senão trabalhar pela Nova Constituição. Até agora, o
ex-parlamentar com quase 30 anos de parlamento não tocou no assunto com a
necessária intensidade, importância, transparência e sinceridade (o que lhe é
característico).
Resumindo:
Vamos combater o Coronavírus. Mas também precisamos de uma Nova Carta para
substituir a Coronaconstituição de 1988. Até lá, tome quarentena e
muita polêmica insana, enquanto o Mecanismo segue em ritmo golpista até
Bolsonaro não suportar. Só que, se a economia não melhorar, quem não suportará
somos nós, infectados ou não pelo KungFlu, com medo e sem dinheiro para
sobreviver, entre mortos e mortos-vivos...
Por fim:
A boa Ciência (Social) recomenda uma Nova Constituição para o Brasil ser menos
Bruzundanga...
Alerta Total
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