BBC Brasil
Ao redor
do mundo, países vêm liberando recursos multimilionários para combater a
pandemia de coronavírus.
Mas de
onde está vindo todo esse dinheiro?
Os
recursos vêm, sobretudo, de empréstimos. Governos podem tomar dinheiro
emprestado de diferentes formas, mas uma das mais recorrentes é por meio dos
chamados títulos públicos.
Títulos
públicos são contratos emitidos pelo Tesouro Nacional pelos quais investidores
– desde pessoas físicas a empresas e até outros governos – emprestam dinheiro
ao governo por um período de tempo determinado.
No
vencimento, eles recebem o dinheiro que emprestaram com juros, ou seja, com uma
determinada rentabilidade, que pode ser pré-fixada (taxa de juros fixa) ou
pós-fixada.
Esses
títulos são negociados no mercado financeiro, por bancos, fundos de
investimento e investidores.
E como
esse dinheiro é pago de volta?
Governos
normalmente devolvem o dinheiro emprestado por meio da arrecadação dos impostos
e, em alguns casos, lucros de suas empresas estatais, como a Petrobras, no caso
do Brasil.
Só o
tempo dirá se os impostos vão aumentar ou se os governos vão cortar gastos para
aumentar sua liquidez (dinheiro disponível em caixa).
Mas os
bancos centrais também têm um papel nisso.
O banco
central é diferente dos bancos comerciais. Ele regula a oferta de moeda, os
juros e o sistema bancário comercial.
Alguns
bancos centrais compram títulos do governo e outros ativos. Eles criam
"dinheiro novo" para pagar por isso com uma canetada.
É o
chamado afrouxamento monetário.
Pode
ficar mais fácil para os governos venderem os títulos que precisem se o banco
central comprar parte deles.
E se o
banco central mantiver o título até o vencimento, talvez o governo não precise
pagar por eles.
Ou seja,
o governo toma emprestado dele mesmo e paga a si mesmo.
Muitos
bancos centrais ao redor do mundo já disseram que vão fazer mais afrouxamento
monetário nesta pandemia.
Mas isso
significa que mais dinheiro será impresso?
O
afrouxamento monetário, de fato, é associado à impressão de dinheiro, mas esse
dinheiro não é físico.
Alguns
economista alertam para uma possível elevação dos preços, e se a oferta de
dinheiro aumentar muito rápido, pode haver inflação.
Isso
ainda não aconteceu, mas é possível.
Assim,
esse dinheiro de emergência pode acabar sendo pago indiretamente por preços
mais elevados, o que reduz o poder de compra da população em geral.
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