sábado, 12 de outubro de 2019

O Estado como fim em si mesmo

Martim Berto Fuchs

“...o alto gasto com funcionalismo público no Brasil não decorre exatamente de um excessivo número de funcionários público, mas sim do elevado custo (altos salários) deles.”

Errado. Decorre sim. Temos 5.700 Prefeituras com excesso de pessoal; 27 estados com excesso de pessoal, e a União com excesso de pessoal.
São poucos os setores onde faltam funcionários. Na polícia civil, falta. Em SC, para 297 municípios, temos apenas 3.600 policiais civis. Mas se você for analisar o número de pessoas encostadas nas folhas de pagamento do estado, é impressionante. Eles simplesmente não tem o que fazer. Por mais burocracia que inventem, ainda assim as pessoas, em grande parte, estão ociosas.

Também faltam médicos. Ou seja, onde precisa realmente de qualificação e tem que trabalhar, faltam funcionários. Do contrário, sobram, e sobram muitos. Apenas alguns exemplos:

STF + STJ = 5.000 “funcionários”.
Senado = 13.000 “funcionários”.
Câmara = 18.000 “funcionários”.
INPI (2015) = 1.240 “funcionários”, sendo que apenas 70 técnicos na atividade fim, qual seja, analisar pedidos de patentes. Pedidos de patentes chegam a levar 11 anos para serem deferidos ou indeferidos. Quando sai o resultado, aquele projeto já se tornou obsoleto, e outros atualizados já estão na fila de espera.

Gastamos quase que toda arrecadação pública com folha de pagamento. Completo absurdo. O Estado como fim em si mesmo.


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