Fernando Rossit
“Estou na cozinha e de repente começo a sangrar. No
entanto, hoje ao meio-dia ainda estava tudo bem no ultrassom. Tudo acontece
muito rápido: meu marido chama a ambulância e vejo a poça de sangue embaixo de
mim; tenho um pressentimento terrível. Acho que meu filho não vive mais. Fico
desesperada. Quando os enfermeiros me deitam na maca, fico calma – tudo
parece irreal. No hospital, todos que me atendem parecem agitados. A
ultrassonografia confirma o que eu já sabia, mas insistia em não acreditar: meu
bebê está morto. É preciso fazer logo uma curetagem. O médico diz que eu ainda
poderei ter muitos filhos. Mas meu bebê está morto. Ele não pode ser
substituído por nada nem por ninguém. Nunca.” (Depoimento de paciente do
Hospital da Universidade de Münster que sofreu um aborto-Fonte:UOL/Folha)
A morte do filho antes do nascimento joga a maioria das
mães e pais em uma profunda crise. Se os médicos supunham há 30 anos que o
melhor para os casais seria esquecer o evento o mais rápido possível, hoje –
graças à psicologia e à psicanálise – se sabe que as reações à perda de um
filho antes do nascimento só se diferenciam fracamente das que ocorrem em
outros casos de luto.
No entanto, sua magnitude raras vezes é percebida por
aqueles que rodeiam as pessoas que passam por essa situação.
Dependendo do estudo, entre 10% e 30% das crianças morrem
ainda antes de nascer.
Em muitos casos, alterações genéticas são responsáveis
pela morte do feto.
Nesses casos, o bebê não estaria apto a sobreviver e por
isso é expelido pelo corpo da mãe. Às vezes, a falta do hormônio progesterona
pode provocar o aborto. Nesse caso, o óvulo não se aninha na membrana mucosa do
útero. Infecções e doenças maternas também facilitam a morte da criança durante
a gestação. Mulheres grávidas de múltiplos têm um alto risco de perder o bebê.
Os estudos dos pesquisadores confirmam o que os Espíritos
revelaram em “O Livro dos Espíritos” no que se refere às questões físicas,
orgânicas das mortes.
Os Espíritos acrescentam informações importantes,
esclarecendo-nos que o retorno ao corpo na Terra não é um processo fácil,
considerando que nosso mundo é por demais material e grosseiro, ficando
sujeito, portanto, às vicissitudes e instabilidade das coisas. É isso que os
Espíritos Superiores nos ensinaram com essas palavras: “Dão-lhes causa (a
morte), as mais das vezes, às imperfeições da matéria.”(2)
Além disso, acrescentam que a morte prematura pode ser o
complemento de uma existência anterior que foi interrompida antes da hora
determinada. Exemplo: se uma pessoa tinha que viver 70 anos numa existência
anterior, mas morreu com 65 anos, poderá renascer para completar os anos que
faltavam. Situação comum nos casos de suicídios. Também constitui provação para
os pais, porque é notório o sofrimento deles.(1)
O Espírito reencarnante se assemelha a um viajor que
nunca tem a certeza que passará pelas vias do nascimento sem que nada aconteça
ao seu corpo em formação.
A médium Yvonne Pereira, no livro Cânticos do Coração,
afirma que a desencarnação na infância verifica-se, na maioria dos casos,
por fatores NÃO previstos espiritualmente. Isto quer dizer que a desencarnação
prematura muitas vezes não era um acontecimento previsto anteriormente.
Quando morre um bebê em gestação ou recém-nascido,
desligando os laços e voltando o Espírito para a pátria espiritual, isso,
certamente, é uma prova muito forte para os pais, de modo a abalar os corações
mais sensíveis.
A vida continua e, não raro, esses Espíritos que não
conseguiram reencarnar, retornarão mais tarde, seja através da mesma mãe ou
outra, preferencialmente da mesma família.
Vinhas de Luz
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