Ipojuca Pontes
A
primeira vez que ouvi falar do Clube Bilderberger pensei que se tratasse de uma
cervejaria alemã ou mesmo, quem sabe, de algum sofisticado antro de
prostituição nos confins da Europa ocidental: Clu-be Bil-der-ber-ger… Clu-be
Bil-der-ber-ger… – bem, não se esquece fácil um nome desses.
Passou-se.
Outro dia, transitando pela intransitável cidade de São Paulo, entrei num velho
sebo e dei de cara com uma cópia xerocada do livro “A verdadeira história do
Clube Bilderberger”, do jornalista e dissidente russo Daniel Estulin, com
tradução de Ignácio Trofino e Marta-Ingrid Rebon, publicado pela Editorial
Planeta, em 2005. Comprei-a no ato.
O Clube
Bilderberger é tudo aquilo que acreditamos só existir na literatura fantástica
ou nas narrativas de Ian Fleming, o criador do mirabolante James Bond. Mas
o livro de Estulin, tristemente verdadeiro, é um relatório minucioso
sobre a natureza e os propósitos da gente mais poderosa (e rica) da face da
terra, que se reúne secretamente para decidir, desde meados dos anos 1950,
os destinos econômicos, políticos e sociais da humanidade.
Os
agregados do Clube Bilderberger e seus serviçais acusam Daniel Estulin de ser
um teórico da conspiração – mas o mundo que o jornalista investiga e denuncia
com paixão bate perfeitamente com a realidade que nos circunda, motivo pelo
qual ficamos apreensivos com a leitura do seu livro. Mais do que apreensivos,
atordoados.
Pelo que
levantou Estulin, o Clube foi fundado entre os dias 29 e 31 de maio de 1954,
numa reunião secreta realizada no Hotel Bilderberger, na cidade de Oosterbecke,
nos Países Baixos. O organizador do evento foi o incrível príncipe Bernardo de
Holanda. Participaram do encontro – e do Clube se fizeram sócios – cerca de 100
representantes da elite dirigente, empresarial e financeira do Ocidente,
escolhidos a dedo pelos trilionários Laurence Rockefeller e Lorde Rothschild –
os banqueiros da assombrosa armação.
Ocorreu
o seguinte: ao analisar os rascunhos das atas do primeiro encontro do CB,
Estulin descobriu que a maior preocupação dos bilderbergers, tanto dos
Estados Unidos quanto da Europa, era a de que os poderosos do século não
estavam coordenando como deviam “os assuntos de importância crítica” que
rachavam o mundo do pós-guerra. Diante de tal constatação, os membros do Clube
partiram para a execução de um plano que tem por objetivo livrar o mundo do
Estado-nação, estabelecendo em seu lugar, por extensão, uma Nova Ordem Mundial,
cujas metas são as seguintes:
1 –
Firmar um só governo planetário com um único mercado globalizado, com um só
exército e uma única moeda regulada por um Banco Mundial.
2 –
Firmar uma só igreja universal que canalizará as pessoas para crença em uma
Nova Ordem Mundial. As demais religiões deverão ser destruídas.
3 –
Criação de serviços internacionais que partam para a destruição de qualquer
tipo de identidade nacional, através da subversão da nacionalidade. Só serão
permitidos o florescer e o culto de valores globais.
4 – A intensificação
do controle de toda a humanidade através dos meios de manipulação mental. Este
plano já está definido no livro “Technotronie Era”, de Zbignew
Breezinski, um filiado do Clube e impulsor do Instituto Tavistock (de
lavagem cerebral), radicado em Londres. Na vigência da Nova Ordem Mundial não
haverá classe média. Só governados (serventes) e governantes.
5 – A
vigência de uma sociedade pós-industrial de crescimento zero, que acabará com a
industrialização e a produção de energia elétrica nuclear – exceto para as
indústrias de ordenadores e serviços. (As indústrias canadenses e americanas
porventura existentes serão exportadas para os países pobres e de mão de obra
barata).
6 – O
crescimento zero se faz necessário para se destruir os vestígios de prosperidade,
bem como dividir os proprietários dos escravos, visto que quando há
prosperidade, há progresso – o que torna muito mais difícil a repressão e o
controle social.
7 – Cabe
incluir nisso o despovoamento das grandes cidades, segundo o experimento levado
a cabo no Camboja pelo ditador Pol Pot. (Como se sabe, os planos genocidas de
Pot foram desenhados pelo Clube de Roma).
8 –
Efetivação da morte de quatro bilhões de pessoas (às quais Henry Kissinger e
David Rockefeller chamavam de “estômagos imprestáveis”) por meio da guerra, da
fome e de enfermidades criadas em laboratórios.
Isto
estaria previsto para acontecer por volta de 2050. “Dos 2 bilhões de pessoas
restantes, 500 milhões pertencerão às raças chinesas e japonesas, que se
salvarão graças à sua grande capacidade de obediência junto às autoridades” –
segundo previsto no relatório “Global 2000 Report”, aprovado pelo ex-presidente
americano Jimmy Carter (e referendado pelo seu Secretário de Estado Edwin
Muskie), no qual se especula que a população dos Estados Unidos será reduzida,
em 2050, a 100 milhões de pessoas.
9 –
Intensificação de crises artificiais para manter as pessoas em um perpétuo
estado de desequilíbrio físico, mental e emocional. Elas (as crises)
confundirão e desmoralizarão as populações, evitando-se, assim, que decidam
sobre o seu próprio destino – o que dará lugar a uma apatia em escala massiva.
10 –
Efetivação de um férreo controle sobre a educação, com o propósito de
destruí-la. Uma das razões da existência da União Européia dá-se pelo
sistemático programa de “emburrecimento” dos seus habitantes. Embora pareça
incrível, tal esforço, para os bilderbergers, já vem obtendo “bons frutos”. A
juventude de hoje, siderada pela “magia” do rock e da droga, ignora por
completo a História, o real sentido das liberdades individuais e o significado
mesmo do conceito de liberdade. Para os globalistas do CB, fica muito
mais fácil lutar contra oponentes sem princípios.
11 –
Fomentar e intensificar o controle da política externa e interna dos Estados
Unidos, Canadá e Europa – esse já em andamento através da União Européia.
12 –
Ampliar os recursos financeiros da ONU a fim de torná-la mais poderosa
para que se converta num efetivo Governo Mundial. Uma medida importante para se
chegar a esse estágio é a criação de um imposto direto sobre o salário do
“cidadão mundial”.
13 – Afirmação
de uma Corte Internacional de Justiça com um só sistema legal.
14 –
Formatação de um estado do bem-estar socialista no qual se recompensará o
cidadão obediente e se punirá, até pelo extermínio, o sujeito inconformado.
Esta
monstruosa agenda traçada para o estabelecimento de uma Nova Ordem Mundial,
cujos principais itens podem ser considerados como “de direita”, saíram, na
verdade, da cabeça dos “socialistas fabianos” que compõem a maioria dos
integrantes do Clube Bilderberger, todos partidários entusiastas de um governo
mundial de corte elitista.
De como
os bilderbergers estão agindo para fechar o cerco e tomar conta do mundo, mais
rápido do que se imagina, só trataremos no nosso próximo artigo.
Até lá.
Diário do Poder
Nenhum comentário:
Postar um comentário