terça-feira, 15 de outubro de 2019

Nosso rumo à modernidade tem três inimigos, declarados

Martim Berto Fuchs

1.- A esquerda, ou aquilo que se denomina esquerda, hoje uma confusão de propósitos, que ia do econômico, quase abandonado, ao politicamente correto e outras pautas, mas que não os obriguem a mostrar resultados, só reclamar.

2.- O centrão, como é denominado o grupo que defende o modo atual de fazer política e de fazer negócios, onde o principal ingrediente é a propina.

3.- E o mais perigoso dos três: os marajás do funcionalismo público e seus sindicatos, pois cuidam de não permitir que se ataque o problema número UM do Brasil, qual seja: o empreguismo no setor público e as vantagens que se outorgam.

O primeiro grupo só terá sucesso, se o segundo e o terceiro não puderem ser contidos. A esquerda está fora do poder, embora tenha deixado um rastro de destruição por onde passou, mas tem pouca força para fazer aprovar suas pautas exóticas.

Para o segundo grupo, a propina é o mesmo que o lucro para as empresas privadas. Sem lucro, as empresas privadas param. Sem propina, os representantes do Centrão ficam sem função, pois os negócios, principalmente os envolvendo os cofres públicos, dispensariam a intermediação dos mesmos.

Mas é no terceiro grupo que está o problema maior. Empreguismo (empregar sem necessidade) é a raiz da corrupção. Um administrador da res pública que acoberta, ou pior, participa desta fraude, perde toda moral para impedir os desvios subseqüentes dos outros agentes públicos.  
Do empreguismo, à instituição de regras que beneficiassem desmedidamente a parte alta do funcionalismo, foi um passo. Além de se concederem toda sorte de privilégios, continuaram criando, desnecessariamente, toda tipo de departamentos, cargos, comissões, associações, sem nenhum motivo válido.
Para coroar esse verdadeiro desastre, criaram regras que engessaram esta estrutura, tornado-a impermeável à novas regras.

Dos três inimigos do país no seu caminho rumo à modernidade e conseqüente justiça social, o terceiro será o maior desafio do Governo Bolsonaro, pois para enfrentá-lo, terá apenas o apoio dos seus eleitores, de poucos políticos, e de menos ainda setores da estrutura do próprio Governo,que o boicotam por dentro.


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