quarta-feira, 6 de maio de 2015

Triplicar o Fundo Partidário é um verdadeiro deboche


Francisco Bendl

O sistema político brasileiro está em crise porque atualmente se confunde com corrupção, desonestidade, improbidade, inutilidade e incompetência, afora a existência de partidos nitidamente de aluguel, que vendem apoio e tempo na mídia para engordar as suas burras.

Em princípio, quem rejeita a sociedade são os políticos, e não o contrário. O Legislativo se divorciou do povo, e tratou de legislar em causa própria. São raros os projetos de deputado ou senador que visem a beneficiar a população brasileira.

Quanto a ser triplicada a verba partidária, trata-se de um deboche, diante da gritante falta de dinheiro que o governo divulga, inclusive para setores de carências urgentes.

Os parlamentares ganham nababescos proventos que são complementados por verbas de gastos de gabinete que podemos considerar imorais e muitas delas criminosas, pois não resistiriam a meia hora de auditoria.

FUNDO PARTIDÁRIO
Impossível aceitar que neste país, onde a miséria ainda persiste, a tal verba para os partidos seja aumentada em mais de três vezes à anterior, e em plena crise gerada pelo governo com relação ao povo, menos para os três poderes, evidentemente.

A classe política se transformou em casta, justamente pelo poder de roubar, enganar, mentir, iludir, trair o eleitor e País. E as denúncias são sempre as mesmas: não trabalham e são perdulários, responsáveis, tanto quanto o governo, por dificultarem o desenvolvimento social e econômico; a maioria não possui qualquer credibilidade junto aos cidadãos; muitos se vendem por milhões ou até tostões, demonstrando que nada valem; praticamente todos possuem assessores em demasia; visitam o Congresso três dias por semana, e folgam os outros quatro, e têm vários períodos de férias e recessos parlamentares pagos com o dinheiro do trabalhador.

Além disso, muitos estão permanentemente envolvidos em escândalos, desvios de verbas, comissões sobre contratos, amizades íntimas com criminosos, o Congresso é um antro de maus elementos e balcão de negócios escusos, com as exceções de sempre.

COMO MELHORAR
Diante desta situação pública e notória, é preciso encontrar oportunidades de melhora, que poderiam ser as seguintes:
1) Proibidas quaisquer coligações;
2) Cancelar as indenizações pessoais e de gabinete;
3) Limitar para três os assessores para cada parlamentar;
4) Salário fixo atual, sem qualquer outra forma de complementá-lo;
5) Trabalho de segunda à sexta-feira. As ausências não justificadas serão descontadas, e publicadas mensalmente em jornais de grande circulação para controle do povo;
6) Haverá apenas uma reeleição, e não mais a representação por décadas;
7) Completa reformulação de funcionários no Congresso, visando a diminuição de 40% de seu efetivo;
8) Diminuição do número de parlamentares pela metade, medida a ser levada a efeito nas próximas eleições;
9) O parlamentar não poderá fazer parte do Executivo. Uma vez eleito para a função que se candidatou, permanecerá nela, caso contrário, perderá o mandato, como ocorre nos EUA;
10) Não haverá mais aposentadoria parcial. O tempo como parlamentar será contado para fins de aposentadoria como qualquer brasileiro, com o homem se aposentando com 35 anos de trabalho e, a mulher, com 30 anos.
Ou assim ou que se feche o Legislativo, pois falta não fará à nação e ao povo brasileiro.

Francisco Bendl  -  comentarista/articulista da TI.

Tribuna da Internet  -  28.04.15.


Comentário do blog: este blog existe justamente em função de debater um novo Contrato Social para o Brasil, dentro de um novo paradigma.

Nosso país ainda mantém em sua Constituição resquícios da Monarquia Absolutista, e, digamos, em grau muito elevado. Compreende-se.

Quando analisamos nossa atual Constituição, datada de 1988, e como a conclusão da mesma se deu, nota-se uma construção híbrida, ou seja, para satisfazer monarquistas (que ainda os há), democratas e autoritários. Estão todos contemplados na mesma.

Quando analisamos as Constituições anteriores, desde a primeira, nota-se o mesmo fenômeno. Isto se dá porque não existe uma proposta que esqueça os privilégios em voga, e que os constituintes, via de regra, os mesmos que ditam as Leis ordinárias no Congresso, não aceitam abrir mão.

Francisco Bendl tem se mostrado um pensador imparcial, se baseando em princípios morais, procurando aperfeiçoar o que nos governa. Merece toda atenção e respeito.  

O problema, no meu ponto de vista, é que torna-se difícil conciliar pontos de vista tão divergentes, como capitalismo (produção pela iniciativa privada e mercado livre) e comunismo (produção pelo Estado e mercado dirigido), mantendo o atual sistema político, completamente dominado por quadrilhas, arrogantemente auto-denominadas de partidos políticos.

As propostas devem continuar e o debate deve ser estimulado, mas enquanto houverem partidos políticos e seus dogmas, sem falar em outros prejuízos que eles nos trazem, estaremos andando em círculo. (MBF).


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