Márcio Accioly
O Brasil é um país governado por
camarilhas perigosíssimas, ladrões engravatados de altíssima periculosidade.
Sem contar que vivemos num Estado Policial. A Educação está desmontada, a Saúde
agoniza diariamente na imprensa, mas ninguém é capaz de fazer nada ou tomar
qualquer providência. O despreparo é alarmante e a população vive anestesiada
pela pornografia televisiva.
A preocupação da pilantragem é apenas
com o próximo pleito, as próximas eleições. Fundado em tal comportamento, o
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), está recebendo bancadas de
parlamentares de vários partidos, tentando pavimentar sua estrada até o Palácio
do Planalto nas eleições que irão acontecer apenas em 2018! Sua excelência não
pensa em outra coisa. Governar, que é bom, nada.
Vinculado a Opus Dei, Alckmin
acredita que Papai Noel mora na Lapônia e que com três meses de chuva a
situação gravíssima de falta de água, vivida por São Paulo e o resto do mundo,
será resolvida sem que ele seja contrariado por um assunto que o incomoda e
sobre o qual nada sabe a respeito. O importante para sua excelência é chegar
com tranquilidade a 2018. O Brasil, segundo ele, é formado por cretinos.
O mundo se encontra mergulhado numa
nova era glacial (nenhuma de nossas autoridades se pronuncia sobre isso), vai
faltar alimento e haverá colapso energético, mas os ladrões à frente do Estado
brasileiro resumem todos os nossos problemas a disputas eleitorais. Aqui, só se
faz alguma coisa (quando se faz), depois que não há mais como remendar estragos.
Não temos alternativa: qualquer um dos candidatos que aí se encontram carece de
credencial para enfrentar os infindáveis desafios.
O mais impressionante de tudo é
presenciar como a emoção conduz o povo brasileiro, que vive a repetir os mesmos
erros, reverenciando canalhas de sempre e cavando sepulturas encravadas no
final de tortuoso caminho de dor, intermináveis atribulações e desespero.
Seremos todos os imbecis do Alckmin?
Todos os dias, somos “contemplados”
com reportagens que expõem com clareza os assaltos perpetrados contra os cofres
públicos, sem que os apontados sejam punidos com a dureza que seria de se
exigir. As ligações existentes entre os que roubam e os que dirigem o Estado
são tão imbricadas (e se amontoam de tal maneira) que onde se mexe na
roubalheira de um desarruma a estrutura criminosa de outro.
Onde é que essas pessoas estão com a
cabeça? Será que não percebem não existir tranquilidade? Que aqueles que
trabalham para sustentar caprichos e fantasias, através de impostos extorsivos
insuportáveis, estão perdendo por inteiro a esperança? Hoje, no Brasil, a
estrutura administrativa do Estado é utilizada contra o cidadão comum,
combatendo os seus interesses e promovendo a desordem.
Não se cuida de mudar a legislação
penal, não se constroem novos presídios, não se facilita a mobilidade do
cidadão comum (em cidades cada vez mais estagnadas pelo trânsito invencível),
como se os responsáveis fizessem espécie de laboratório, esticando a corda para
vê-la arrebentar no final de todos os limites.
Na sua corrida a qualquer custo e
preço, em direção ao Planalto, o governador de São Paulo “fez uma avaliação da
conjuntura”, na última sexta-feira (08), e disse não identificar no cenário
“elementos que fundamentem o impeachment da presidente”.
Alguém precisa dizer a Alckmin que o
PT é uma legenda de ladrões e que o PSDB não está muito longe disso. Que esta
crise vai estourar e vai ficar difícil para ele até mesmo andar nas ruas. E é
bom dizer, a sua excelência, que o Brasil tem muitos idiotas e cretinos, mas
que não são todos. E que o governo dele, Geraldo Alckmin está cheio de
denúncias de roubos e de patifarias e que sua conversa mole já não convence.
Márcio Accioly é Jornalista.
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