terça-feira, 12 de maio de 2015

A corrida presidencial




Márcio Accioly

O Brasil é um país governado por camarilhas perigosíssimas, ladrões engravatados de altíssima periculosidade. Sem contar que vivemos num Estado Policial. A Educação está desmontada, a Saúde agoniza diariamente na imprensa, mas ninguém é capaz de fazer nada ou tomar qualquer providência. O despreparo é alarmante e a população vive anestesiada pela pornografia televisiva.

A preocupação da pilantragem é apenas com o próximo pleito, as próximas eleições. Fundado em tal comportamento, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), está recebendo bancadas de parlamentares de vários partidos, tentando pavimentar sua estrada até o Palácio do Planalto nas eleições que irão acontecer apenas em 2018! Sua excelência não pensa em outra coisa. Governar, que é bom, nada.

Vinculado a Opus Dei, Alckmin acredita que Papai Noel mora na Lapônia e que com três meses de chuva a situação gravíssima de falta de água, vivida por São Paulo e o resto do mundo, será resolvida sem que ele seja contrariado por um assunto que o incomoda e sobre o qual nada sabe a respeito. O importante para sua excelência é chegar com tranquilidade a 2018. O Brasil, segundo ele, é formado por cretinos.

O mundo se encontra mergulhado numa nova era glacial (nenhuma de nossas autoridades se pronuncia sobre isso), vai faltar alimento e haverá colapso energético, mas os ladrões à frente do Estado brasileiro resumem todos os nossos problemas a disputas eleitorais. Aqui, só se faz alguma coisa (quando se faz), depois que não há mais como remendar estragos. Não temos alternativa: qualquer um dos candidatos que aí se encontram carece de credencial para enfrentar os infindáveis desafios.

O mais impressionante de tudo é presenciar como a emoção conduz o povo brasileiro, que vive a repetir os mesmos erros, reverenciando canalhas de sempre e cavando sepulturas encravadas no final de tortuoso caminho de dor, intermináveis atribulações e desespero. Seremos todos os imbecis do Alckmin?

Todos os dias, somos “contemplados” com reportagens que expõem com clareza os assaltos perpetrados contra os cofres públicos, sem que os apontados sejam punidos com a dureza que seria de se exigir. As ligações existentes entre os que roubam e os que dirigem o Estado são tão imbricadas (e se amontoam de tal maneira) que onde se mexe na roubalheira de um desarruma a estrutura criminosa de outro.

Onde é que essas pessoas estão com a cabeça? Será que não percebem não existir tranquilidade? Que aqueles que trabalham para sustentar caprichos e fantasias, através de impostos extorsivos insuportáveis, estão perdendo por inteiro a esperança? Hoje, no Brasil, a estrutura administrativa do Estado é utilizada contra o cidadão comum, combatendo os seus interesses e promovendo a desordem.

Não se cuida de mudar a legislação penal, não se constroem novos presídios, não se facilita a mobilidade do cidadão comum (em cidades cada vez mais estagnadas pelo trânsito invencível), como se os responsáveis fizessem espécie de laboratório, esticando a corda para vê-la arrebentar no final de todos os limites.

Na sua corrida a qualquer custo e preço, em direção ao Planalto, o governador de São Paulo “fez uma avaliação da conjuntura”, na última sexta-feira (08), e disse não identificar no cenário “elementos que fundamentem o impeachment da presidente”.

Alguém precisa dizer a Alckmin que o PT é uma legenda de ladrões e que o PSDB não está muito longe disso. Que esta crise vai estourar e vai ficar difícil para ele até mesmo andar nas ruas. E é bom dizer, a sua excelência, que o Brasil tem muitos idiotas e cretinos, mas que não são todos. E que o governo dele, Geraldo Alckmin está cheio de denúncias de roubos e de patifarias e que sua conversa mole já não convence.


Márcio Accioly é Jornalista.

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net




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