Existem
palavras e expressões que paulatinamente foram apropriadas pelo progressismo
(globalismo, socialismo, comunismo, tudo a mesma coisa) a fim de garantir-lhe a
posse de um conjunto de ferramentas discursivas que o identificasse ao mesmo
tempo como uma ideologia do “bem” e o portador singular de verdades
irrefutáveis.
E eu me
pergunto insistentemente – como o povo brasileiro não se apercebeu dessa ladina
armadilha?
Até
pouquíssimo tempo atrás, palavras como racismo, homofobia, feminicídio, dívida
histórica, apropriação cultural, arte popular, poliamor, tolerância,
multiculturalismo, opressão, relações homoafetivas, coletivos políticos,
vítimas da sociedade, vulnerabilidades, fronteiras abertas, minorias,
fascistas, excluídos, imperialistas, justiça restaurativa, garantismo, direitos
humanos entre outras expressões formaram um verdadeiro dialeto privativo da
esquerda internacional e adotado cabalmente pelos progressistas tupiniquins.
Formou-se assim uma linguagem própria que passou a ser difundida e exigida nas
dependências de todas as instituições do Estado. Quem não aprendeu a “nova
língua”, logo foi identificado como “estrangeiro”. Ao contrário da utopia
adotada pela esquerda iluminada, que conjectura um “mundo de paz sem
fronteiras”, os forasteiros (nós) fomos perseguidos até que nos tornamos
invisíveis, verdadeiros Plufts sociais a la Maria Clara Machado. Mas o erro
fatal da esquerda foi não ter frequentado a classe de um dos seus filósofos
favoritos, justamente a aula em que ele alertou que “o poder circula”.
Aos
poucos, restabelecida a democracia, as experiências dolorosas de quem sentiu na
pele a dor de ser considerado um estranho na sua própria casa serão reveladas
aos ouvidos narcotizados dos nossos compatriotas. Não tenho dúvidas.
Mas o
que eu quero dizer com tudo isso? Quero chamar a atenção sobre uma antiga
técnica de exclusão dos cidadãos insurgentes, ao que tudo indica, método
hodiernamente revisitado pela esquerda brasileira no afã desesperado de afastar
a nova liderança política e ideológica que vem se sedimentando no País.
O
filósofo francês Michel Foucault, apreciado pela elite intelectual brasileira,
nasceu em 1926 e morreu, em Paris, no ano de 1984. Foi o titular da cátedra
História dos Sistemas do Pensamento no famoso Collège de France, de 1970 até
1984. Era uma figura bastante excêntrica para a época, causava até uma certa
curiosidade. Seus seminários geralmente contavam com mais de uma centena de
alunos. Escuta-se que nas festividades acadêmicas ou sociais, ele costumava se
apresentar de uma forma peculiar – prazer, Michel Foucault, homossexual.
Certamente, nas décadas de 1970/80 uma apresentação tão genuína deveria
suscitar mesmo algum desconforto aos presentes.
Pois
muito bem, sem mais delongas - Foucault, que na juventude fora internado em um
hospício pelo próprio pai, produziu vários estudos tanto sobre as instituições
totais (prisões, asilos, quartéis e hospitais), quanto também criou uma
arqueologia do saber sobre temas como a loucura, a sexualidade e a
criminalidade. Entre as suas inúmeras obras eu destaco a “história da loucura”;
“vigiar e punir” e a “história da sexualidade”.
Ironicamente,
foi o filósofo Axel Honneth, um representante da terceira geração da Escola de
Frankfurt, a realizar uma contundente e bem fundamentada crítica à sua obra,
que é encontrada no livro Crítica del Poder.
Mas foi
no texto “o nascimento da clínica” que Foucault melhor pode nos mostrar de que
forma a ciência foi utilizada como aparato legítimo para afastar do convívio
público todos aqueles que viessem a atrapalhar o establishment político e
social da época. A partir do século XVIII, o discurso científico foi apropriado
pelos poderosos – em oposição ao conhecimento sensível, mitológico e da
tradição, e passou a ser instrumento do poder instituído capaz de neutralizar
os desafetos e opositores do sistema. E como isso era feito?
Institucionalizaram a ciência como única fonte do saber: a medicina, em conluio
com as elites poderosas, passou a “diagnosticar” os doentes e os loucos. E foi
assim que muitos opositores foram afastados da cena pública através da
“institucionalização”. Eram ridicularizados, humilhados, levados à mendicância
e ao descrédito, até o limite do enclausuramento institucional e à morte.
Perplexa,
leio hoje numa revista de circulação nacional que um dos filhos do presidente
da República, o Carlos, está sendo apontado por membros do alto escalão do
governo como portador de uma patologia mental – a bipolaridade. Segundo o
jornalista, ministros falam abertamente que o filho mais envolvido politicamente
do Presidente, e adepto à ideologia conservadora de direita, tem um diagnóstico
de distúrbio psíquico. Fez-me lembrar de imediato Michel Foucault.
Cônscia
da falsidade das matérias veiculadas na grande mídia e da pútrida moral dos
jornalistas progressistas, que povoam as redações dos jornalecos brasileiros de
quinta categoria, eu tendo a duvidar do conteúdo da matéria, mas não da
intenção. Acusar de loucos os que atrapalham os objetivos políticos obscuros
dos poderosos é tática deveras antiga que vez ou outra, em tempo de desespero,
é utilizada. Golpe baixo e facilmente desmascarado por quem está
suficientemente vacinado contra calhordas progressistas.
É tácito
que os globalistas buscam seres eticamente rastejantes para que realizem o
serviço mais sujo, cujo objetivo é viabilizar a implementação do governo
global. Eles têm verdadeira ojeriza da remota possibilidade de o conhecimento
chegar nas mãos do povo – não à toa que o sistema educativo e informativo está
sendo desmontado em todo o mundo. Conhecimento é subversivo, não atende aos
interesses dos poderosos globalistas mal-intencionados.
Conhecimento
é hoje a moeda de maior valor no mercado político mundial. Ninguém o encontrará
dentro das instituições de ensino formal. Quem quiser deixar de ser ovelha,
adiante-se. Só de posse do conhecimento poderemos fazer frente ao poderio
econômico e desacreditar a súcia criminosa que não aceita a ordem natural das
coisas. Falsos deuses, nascidos nus e desde sempre já envergonhados. D’us
escolheu o que é fraco na Terra para envergonhar o que é, pretensamente,
forte.
Uma
mídia manipuladora, vil e destruidora como a que se rasteja por aqui, dá o seu
último suspiro.
A
autoridade brasileira deve frear, não as redes sociais, mas as redações
delinquentes da grande mídia. Nada e ninguém oferece mais risco à estabilidade
do governo do que elas.
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