Márcio
Accioly
Quem
olha a cara de salafrário do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão
(PMDB), acusado na roubalheira da Lava-Jato (juntamente com seu antecessor,
Sérgio Cabral, PMDB), entende o porquê de nada funcionar neste país lamentável.
Sua excelência, internado num hospital de primeira linha do Rio de Janeiro, não
reúne a menor credencial ou qualificação para ocupar o cargo. Mas ele não se
encontra sozinho!
A
maioria esmagadora de nossos “administradores”, a começar pela presidente da
República, não conhece nada de administração pública e está nos seus postos
apenas para meter a mão nos recursos públicos, gozar mordomias infindas e se
refestelar no poder. São intelectual e moralmente desqualificados, pois não têm
coragem de admitir o despreparo, já que possuem como objetivo roubar tudo
aquilo que lhe caia às mãos.
Cada
um é pior do que o outro. Quem acompanha de perto os desdobramentos da
atividade política nacional, guardando na memória passagens e episódios do dia
a dia, haverá de concordar: o Brasil jamais se formou como nação. O país compõe
o seu cenário político-administrativo com o que existe de pior na escumalha.
São pessoas desprovidas de qualquer sentimento de solidariedade e que buscam
apenas levar vantagem.
Recentemente,
soubemos que o ex-ministro do regime militar (1964-85), Delfim Netto, foi
flagrado com a mão na cumbuca, levando cerca de R$ 15 milhões de propina no
escândalo da Lava-Jato. Numa hora em que alguns defendem o retorno dos
militares (por suposta honestidade), eis que um de seus mais poderosos
representantes, denunciado largamente ainda durante aquele período, reaparece
como ladrão.
Está
claro que se a situação nacional se deteriorar, atingindo ponto de confronto
generalizado (Lula da Silva está prometendo combate nas ruas), as Forças
Armadas terão de ser mobilizadas, cumprindo função constitucional. Nada além
disso. Só conseguiremos nos tornar uma nação no dia em que as instituições
funcionarem de forma plena, cada qual cumprindo seus direitos e limites
legalmente determinados.
O
que corrói o Brasil é a prática do tão apregoado “jeitinho”. Não temos
presídios suficientes nem legislação penal que de fato combata os crimes
diariamente cometidos, em especial aqueles contra a administração pública nos
assaltos aos cofres nacionais. Os mesmos personagens vão e voltam com
frequência como se nada houvesse acontecido.
Nos
últimos dias, o ex-deputado Roberto Jefferson, que prestou importante serviço
ao país (ao fazer denúncia que resultou no Mensalão), reapareceu mobilizando a
chamada mídia, dando entrevistas e aventando a possibilidade de ser reconduzido
à presidência do PTB, depois de cumprir pena prisional e de ser beneficiado por
indulto presidencial. Num país sério, o ex-deputado seria banido da política.
No
Rio de Janeiro de Pezão, os aposentados que ganham salários acima de R$ 2 mil
tiveram seus rendimentos suspensos e a maioria, alquebrada pelos anos, não
dispõe de meios sequer para comprar remédios indispensáveis à cura de seus
males. Sem hospital ou segurança, sem ter como cuidar da saúde (embora os
impostos paguem despesas médicas do governador Pezão), terão de deixar até
mesmo de comer.
O
governador, que defende a permanência da presidente Dilma (pessoa despreparada,
moralmente desqualificada e cúmplice de ladrões), não consegue imaginar os
motivos de nossa falência econômica. Não sabe que ela vem sendo produzida por
anos de mordomias e desmandos que culminaram com a rapinagem praticada por um
partido dito dos trabalhadores, aparelhando o Estado e saqueando à vista de
todos.
Os
grandes conflitos nacionais têm se iniciado sempre com incidentes fortuitos.
Situações como essa do Rio de Janeiro poderão detonar clima de beligerância
incontrolável. A fornalha está acesa e precisa de alimento.
Márcio
Accioly
Jornalista.
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