segunda-feira, 18 de abril de 2016

Chega de capitalismo de estado. Chega de socialismo. Chega de empreguismo.

Martim Berto Fuchs

O primeiro passo foi dado: 367 x 137

De 1889 à 1930 os empresários enfeixaram o poder no Brasil. Empresários da agropecuária, primeiro ciclo econômico, que seja, mas empresários e detinham o poder.

Parceiros de festas e de convivência com a “nobreza” portuguesa, que cultivava o ócio como maior virtude, e, como segunda, as viagens a Paris a fim de conhecer as novidades da moda, não se deram conta de que ao fim da 1ª grande guerra, 1918, os impérios se diluíam, e novas nações se formavam; todas, com fortes índices de nacionalismo, até como fonte de defesa.

Também não se deram conta de que o mundo ocidental já estava no seu segundo ciclo econômico, o da industrialização.
Não se deram conta de que a norma de Manchester, de que deveríamos ser fornecedores de matérias primas e importadores de produtos acabados, ou seja, exportar açúcar por $ 5,00 e importar rapadura por $ 50, 00, jamais teria futuro.
Também não se deram conta do autoritarismo que começou a tomar conta da Europa, em especial o fenômeno comunista, socialista, coletivista, além do fascismo e do nazismo.

Foram incapazes de observar as mutações que se passavam em frente aos seus narizes, pois afinal, tinha sempre alguém desses empresários viajando para Paris. O resultado disso foi finalmente a ação dos nossos jovens militares, que cansados de não ver atendidos seus reclamos materiais e de participação nas decisões públicas, acabaram por se rebelar e elegeram um líder, Getúlio Vargas, para com ele tomar o poder das mãos dos empresários, poder este que até hoje não mais lhes voltou às mãos.
Desde então, os empresários desempenham um papel secundário nas tomadas de decisões à nível federal. Não passam de coadjuvantes.

Getúlio, com aprovação dos militares, implantou, à partir de 1930, com dinheiro cobrado da população através de impostos, as empresas estatais para dar impulso à industrialização e satisfação ao crescente nacionalismo militar.

Este ciclo de expansão estatal, capitalismo de estado, dura até hoje, tanto que temos uma quarta parte do nosso PIB produzido por empresas sustentadas pelo Estado, mas ... exploradas pelos seus funcionários e principalmente pelos nossos políticos de todos matizes, que fazem uso delas como se deles fossem.

Essa situação chegou à um custo não mais suportável, depois que os socialistas do lulopetismo chegaram ao poder central, e nele fizeram morada, regredindo nosso sistema eleitoral ao que era antes de 1930: compra descarada de votos para se manter no poder.

Assim como os militares buscaram em Getúlio um líder para acabar com a primeira república, temos que buscar no desenvolvimento e evolução das idéias a liderança para acabar com esta que é chamada de nova república, assim denominada em 1986, mas a bem da verdade, iniciada em 1930.

Capitalismo de estado foi enterrado na China em 1984 e em 1991 na Rússia, que por pouco não foi enterrada junto. No Brasil as notícias demoram um pouco mais a chegar, não obstante a internet, mas até pela própria experiência, já deu para ver que esse modelo de produção se condenou ao fracasso. Nem de inimigos precisa.

Então cabe a pergunta: - Quem vai comandar a mudança ? Os políticos ? Duvido. Os militares ? Duvido, pois até prova em contrário, continuam aferrados às empresas estatais. O pensamento de esquerda ? Jamais, pois perderiam seus empregos sem trabalho.

Para esta ação só restam os empresários, que com uma nova visão de mundo, devem encampar essa tarefa. Árdua, até impossível, se continuarem com visão imediatista e de egos inflados. Completamente possível se passarem a considerar os seus trabalhadores como colaboradores e portanto, com os mesmos direitos aos lucros que os acionistas.

Século XXI exige, até por não restarem mais opções, a colaboração entre empreendedores e seus auxiliares, e a divisão dos resultados da produção entre capital e trabalho.

Governo é indispensável, mas não para abiscoitar para si o resultado da produção, apenas para se auto sustentar e posar de redentor dos pobres. O dia a dia nos mostrou que os únicos que deixaram de ser pobres na era lulopetista, foram os próprios.

Capitalismo selvagem: até o final do século XIX.
Capitalismo liberal: até o final do século XX.
Capitalismo social: à partir do século XXI.

Capitalismo Social não apóia a especulação financeira. Apóia o crescimento através do trabalho e da produção e para manter esse ritmo, o trabalhador deve e merece participar dos resultados, tanto quanto o capital.


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