Martim Berto Fuchs
O primeiro passo foi dado: 367 x 137
De 1889 à 1930 os empresários enfeixaram o poder no Brasil. Empresários da agropecuária, primeiro ciclo econômico, que seja, mas empresários e detinham o poder.
Parceiros
de festas e de convivência com a “nobreza” portuguesa, que cultivava o ócio
como maior virtude, e, como segunda, as viagens a Paris a fim de conhecer as
novidades da moda, não se deram conta de que ao fim da 1ª grande guerra, 1918, os
impérios se diluíam, e novas nações se formavam; todas, com fortes índices de
nacionalismo, até como fonte de defesa.
Também não
se deram conta de que o mundo ocidental já estava no seu segundo ciclo
econômico, o da industrialização.
Não se
deram conta de que a norma de Manchester, de que deveríamos ser fornecedores de
matérias primas e importadores de produtos acabados, ou seja, exportar açúcar por
$ 5,00 e importar rapadura por $ 50, 00, jamais teria futuro.
Também não
se deram conta do autoritarismo que começou a tomar conta da Europa, em
especial o fenômeno comunista, socialista, coletivista, além do fascismo e do
nazismo.
Foram
incapazes de observar as mutações que se passavam em frente aos seus narizes,
pois afinal, tinha sempre alguém desses empresários viajando para Paris. O
resultado disso foi finalmente a ação dos nossos jovens militares, que cansados
de não ver atendidos seus reclamos materiais e de participação nas decisões
públicas, acabaram por se rebelar e elegeram um líder, Getúlio Vargas, para com
ele tomar o poder das mãos dos empresários, poder este que até hoje não mais lhes
voltou às mãos.
Desde
então, os empresários desempenham um papel secundário nas tomadas de decisões à
nível federal. Não passam de coadjuvantes.
Getúlio,
com aprovação dos militares, implantou, à partir de 1930, com dinheiro cobrado
da população através de impostos, as empresas estatais para dar impulso à
industrialização e satisfação ao crescente nacionalismo militar.
Este
ciclo de expansão estatal, capitalismo de estado, dura até hoje, tanto que
temos uma quarta parte do nosso PIB produzido por empresas sustentadas pelo Estado,
mas ... exploradas pelos seus funcionários e principalmente pelos nossos
políticos de todos matizes, que fazem uso delas como se deles fossem.
Essa
situação chegou à um custo não mais suportável, depois que os socialistas do
lulopetismo chegaram ao poder central, e nele fizeram morada, regredindo nosso
sistema eleitoral ao que era antes de 1930: compra descarada de votos para se
manter no poder.
Assim
como os militares buscaram em Getúlio um líder para acabar com a primeira
república, temos que buscar no desenvolvimento e evolução das idéias a
liderança para acabar com esta que é chamada de nova república, assim denominada
em 1986, mas a bem da verdade, iniciada em 1930.
Capitalismo
de estado foi enterrado na China em 1984 e em 1991 na Rússia, que por pouco não
foi enterrada junto. No Brasil as notícias demoram um pouco mais a chegar, não
obstante a internet, mas até pela própria experiência, já deu para ver que esse
modelo de produção se condenou ao fracasso. Nem de inimigos precisa.
Então
cabe a pergunta: - Quem vai comandar a mudança ? Os políticos ? Duvido. Os
militares ? Duvido, pois até prova em contrário, continuam aferrados às
empresas estatais. O pensamento de esquerda ? Jamais, pois perderiam seus
empregos sem trabalho.
Para
esta ação só restam os empresários, que com uma nova visão de mundo, devem
encampar essa tarefa. Árdua, até impossível, se continuarem com visão
imediatista e de egos inflados. Completamente possível se passarem a considerar
os seus trabalhadores como colaboradores e portanto, com os mesmos direitos aos
lucros que os acionistas.
Século
XXI exige, até por não restarem mais opções, a colaboração entre empreendedores
e seus auxiliares, e a divisão dos resultados da produção entre capital e trabalho.
Governo
é indispensável, mas não para abiscoitar para si o resultado da produção,
apenas para se auto sustentar e posar de redentor dos pobres. O dia a dia nos
mostrou que os únicos que deixaram de ser pobres na era lulopetista, foram os
próprios.
Capitalismo
selvagem: até o final do século XIX.
Capitalismo
liberal: até o final do século XX.
Capitalismo
social: à partir do século XXI.
Capitalismo
Social não apóia a especulação financeira. Apóia o crescimento através do trabalho
e da produção e para manter esse ritmo, o trabalhador deve e merece participar
dos resultados, tanto quanto o capital.
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