Martim Berto Fuchs
O boi
ele paga, a manada pagamos nós. Dificilmente alguém algum dia poderá mensurar o
custo para o país da luta dos sindicalistas pelegos para não desgarrar das
tetas do Tesouro Nacional. Frise-se que não é somente Lula e sua gerente Dilma, mas são milhares de
boquinhas que vão ter que procurar trabalho para subsistir, não obstante que
devem ter uma boa reserva na poupança, considerando o tanto que o cofre da
república foi “visitado”.
E não é
apenas o valor que eles estão pagando em dinheiro pelos votos dos políticos
venais, subornáveis por qualquer dos lados em disputa, mas some-se os gastos em
mídia, manifestações, ônibus fretados, pão, mortadela, mais dinheiro para a
Embrafilme, viagens ao exterior para dar entrevistas e tudo mais que se possa
imaginar, para colocar a opinião pública contra o impeachment.
Para um
país que já vinha devagar quase parando, refém de uma política heterodoxa
suicida, própria de economistas irresponsáveis e políticos ignorantes ou mal
intencionados, soma-se o abandono dos cargos pelos seus titulares, que passaram
a cuidar apenas de sua sobrevida política, o que fez com que o país parasse. Desnecessário
dizer que o desemprego aumenta diariamente, junto com o desespero das famílias.
Mas ... como
sempre tem um mas, esta moeda tem dois lados, cunhada que foi em 1943 pelo
ditador Getúlio Vargas para comprar, monitorar e dominar as corporações do
trabalho e as corporações patronais, que passaram à se reportar diretamente ao
Ministério do Trabalho e suas queixas encaminhadas para serem julgadas pela Justiça
do Trabalho, então subordinada ao mesmo Ministério.
Se os
sindicatos do trabalho passaram a ser apêndices do governante de plantão, o
mesmo se pode dizer dos sindicatos patronais, através das suas Federações e
Confederações.
Portanto,
não causa espanto que no 2º reinado de dona Dilma, ela tenha entregue o
Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para o presidente
da Confederação Nacional da Indústria, Sr. Armando Monteiro, cujo currículo
está mais para prontuário.
Faz sentido. Iguais se atraem.
No
ministério desde 01/12/2014, parece que esqueceu que tinha vindo da principal
Confederação do país, e para com ela, teoricamente, teria compromisso de
lealdade, respeito, e defesa de seus interesses. Os sindicalistas pelegos podem
ser acusados de muita coisa, mas não de esquecer seus parceiros, pelo
contrário, pois brigam por eles mesmo contra os interesses do país.
No
entanto, o representante dos empresários e automaticamente das suas empresas e
empregados, assistiu passivamente a débâcle do país, sem vir à público
denunciar o caos que se avizinhava caso as regras da economia não fossem
mudadas. Isto era o mínimo que lhe cabia fazer. Mas não, continua lá no
ministério de um governo que já acabou e que pode levar o país para uma
situação de difícil recuperação.
E os
presidentes das 27 Federações das Indústrias onde estão enfiados, que não se lê
nem vê uma reação à altura, salvo alguns arroubos do Sr. Jaci Skaf da FIESP,
que já está na política partidária e quer aparecer ?
Culpo a
esquerda pelo colapso da economia brasileira, que se iniciou com a saída do Sr.
Henrique Meirelles da presidência do Banco Central e a entrega do mesmo para os
“desenvolvimentistas heterodoxos”, orientados pela inacreditável incompetência
do poste fincado na presidência da república pelo chefe da quadrilha, senhor
Luiz Inácio.
Mas e os
defensores da iniciativa privada, onde estavam e estão ? Já fazem alguns anos
que Meirelles foi enganado pelos petistas e depois saído do Banco Central.
Portanto, deu tempo mais do que suficiente para que os empresários se
manifestassem, até ruidosamente, como fazem os sindicalistas pelegos cada vez
que pretendem lhes tirar o pão com mortadela.
Se os
dirigentes das Associações Empresariais, das Federações e das Confederações não
representam condignamente seus filiados, quem os representará ? Os políticos ?
Tem dó. Esses só representam a si mesmos e a seus patrões, os donos dos
partidos políticos.
Não
bastasse isso, a turma de políticos que está perdendo suas mamatas,
irresponsáveis como sempre foram, resolveram se unir e antecipar a insolvência
do país, tentando amarrar ao “poste” que está sendo arrancado tardiamente do
Palácio do Planalto, o quase Presidente Temer, e jogá-lo junto no lixo da
história, marcando novas eleições para o mês de outubro do corrente ano.
E agora
? O que vocês representantes dos empresários desesperados vão fazer para
defender seus filiados ? Vão usar as anuidade que recebem dos filiados apenas
para manter suas mordomias, enquanto confraternizam com esses políticos desqualificados
?
Lembrem-se
!!! As empresas privadas não tem o Tesouro Nacional por trás para mantê-las
solventes, independente do seu resultado operacional. E se entrarem em bancos
para buscar recursos para suas folhas de pagamento, estarão irremediavelmente perdidas.
Relembrem
as crises de 1964, 1976, 1982, 1992, 1997, 2008. Quantas empresas fecharam as
portas por culpa dos descalabros dos nossos governantes ? MILHARES !!! E agora,
mais uma vez, passivamente, vocês assistirão esse filme ?
Se for
assim, por favor, pelo menos apaguem das páginas da CNI o seu lema, que já é um
escárnio:
“Representando,
promovendo e defendendo a indústria brasileira”.
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