Martim Berto Fuchs
O
partido está voltando para a oposição, onde se sente mais a vontade. Na
oposição não há compromisso com o êxito, pois basta ser contra tudo e contra
todos; no final do mês receber seu salário, e no mês seguinte esperar pelo
próximo dia 30.
Há
logicamente uma substancial diminuição no contra-cheque, pois não estando com a
chave do cofre na mão, não dá para associar-se aos recursos públicos.
Mas nada
disto importa, pois o prazer de ser do contra e sem compromissos com a
realidade, abafa a tristeza da diminuição da renda, sem contar que a “poupança”
conseguida nos bons tempos, permite uma vida folgada por muitos anos.
Confio
tanto no PT, que desta vez ao puxarem a descarga, eles descem junto para o
esgoto. Como todo bom marxista, já cumpriram seu papel, que é demonstrar que só
servem para a oposição, ou, são bons em fazer diagnósticos e péssimos para
receitar. Mostrar que há pobreza, o que aliás não precisa de muita pesquisa,
foi desde Marx a única coisa aproveitável da esquerda. Cada vez que ela se viu
obrigada a mostrar que sabe como resolver, foi um vexame só.
Em nosso
país, quando o lulopetismo surgiu com sua bandeira socialista, já haviam outras
hasteadas com o mesmo símbolo, foice e martelo. O que não havia em 1980 era a
internet, que agora dissemina em tempo real o que em verdade se passa na
administração pública. Não dá mais para contar uma história irreal para a
sociedade, como foi nos tempos de Getúlio Vargas e seu D.I.P., e como era até
poucos anos.
Os
outros partidos de esquerda, não fosse o advento do lulopetismo, já teriam se
tornado insignificantes, ou sumido. Tiveram essa sobrevida, conseguindo bons
rendimentos mensais para seus membros pendurados nas diversas folhas de
pagamento do setor público, emprego sem trabalho, que aliás é a sua
especialidade, por mais esses 13 anos. Acabou a farra. Confio em que o PT, que
lhes deu sobrevida, os leve junto para o ostracismo, para a irrelevância. Digamos
que dos sangue-sugas da esquerda estejamos, dentro em breve, livres. Fora do
poder e baderneiros por vocação, vão se imolar no altar da mediocridade.
Resta, à
partir de agora, para que esse país volte a se desenvolver - desta vez com suas próprias pernas, o que
não vai acontecer -, analisarmos
porque permitimos que desastres como o lulopetismo aconteçam, e o que fazer
para que miopias políticas, verdadeiras amebas ideológicas, não voltem a tomar
conta.
O PT
sozinho, leia-se esquerda, jamais teria chegado pelas vias democráticas ao
poder. Mesmo contando com o voto dos analfabetos, estes não seriam suficientes
para lhes entregar a chave do cofre. Tiveram pois que contar com o apoio de
alguém, que não da esquerda. E esse apoio lhes foi dado pelo PMDB, que desde o
fim dos Presidentes militares se especializou em indicar o vice, mesmo um vice
de mentirinha como Sarney, ou um sem votos como Michel Temer.
Aquilo
que chamamos de direita, mas que na verdade não passa de um meio termo entre nada
e coisa nenhuma, pois quando falam em Estado mínimo, paralelamente estão empregando
no setor público toda sua grande família (cabos eleitorais, parentes, amantes e
amigos); essa direita esquisita está de volta ao topo.
A
primeira tarefa que terão que se desincumbir será o ajuste fiscal, ou,
equilibrar as contas nas colunas de receita e despesa. A volta ao
desenvolvimento impõe como condição sine
qua non esta providência, sem a qual nada poderá ser feito.
É aí que
nosso sistema político se atravessa na solução do problema. Nossos homens
públicos eleitos, indicados que foram pelos donos dos partidos e apenas
referendados pelos eleitores sem opção, naquilo que chamam de “eleições
democráticas”, não tem credencial nem liberdade de ação, funcionários que são
de quadrilhas que dominam a atividade política em nosso país.
Acompanhando
pela mídia as conversações do quase Presidente Temer para compor seu Ministério
de “notáveis”, escancara a negociação rasteira no preenchimento dos cargos,
onde as primeiras ofertas do toma lá da
cá são nos cargos de administração das inefáveis empresas públicas, que de
públicas nada tem, pois servem em primeiríssima mão aos políticos e seus
sabujos
aduladores/apoiadores.
Para
conseguir equilíbrio nas colunas de receita e despesa, sem aumentar muito os
impostos, sobrará a venda à preço de banana de mais empresas nacionais, falidas
que foram pelos 13 anos do desastre socialista, e corte discriminado nas
despesas públicas, salvando dos mesmos aqueles que afetem os votos futuros do
funcionalismo público 2 em 1, um trabalha e dois olham.
Nossos
políticos de “direita”, - que deveriam aproveitar a saída dos esquerdistas pela
porta dos fundos do Palácio, quem sabe até para a extinção -, em vez de enfrentar
os verdadeiros problemas que nos afligem, estão novamente confabulando para uma
conciliação que só a eles interessa, começando por manter as centenas de
milhares de cargos públicos que existem tão somente para essas ocasiões. Claro
que cargos ocupados pela sua grande família, isto é, eram ocupados pela
esquerda e agora serão novamente ocupados pela direita.
Quem
agradece penhoradamente por mais esta “conciliação nacional” são os banqueiros
nacionais e internacionais que voltarão a ter maiores garantias de retorno dos
seus empréstimos muito bem remunerados, sem contar que a Oligarquia Financeira
Internacional, dona das principais empresas multinacionais, conseguirá se
adonar à preço de liquidação, de mais algumas centenas de empresas nacionais
falidas, como aliás já está acontecendo e continuará a acontecer, enquanto não
mudarmos nosso sistema político.
Confio
no PT, que ao apagar das suas luzes, dê uma contribuição decisiva para as mudanças
necessárias, usando de toda sua irracionalidade congênita e propensão explícita
para a baderna, implodindo essa república das elites e democracia de
mentirinha, para que a sociedade brasileira possa participar da mudança do sistema político e da revolução que nunca fizemos.
Ironicamente,
seria um partido de esquerda que facilitaria a passagem do nosso
semi-capitalismo, ou capitalismo de estado, ou como queiramos chamá-lo, para um
Capitalismo Social.
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