Martim
Berto Fuchs
Em discurso
pronunciado no Senado em 04.04.16., o
senador Paim (PT) do RS, um dos mais antigos parlamentares brasileiros, e um
dos fundadores do PT, pertencente à cúpula do sindicalismo no final dos anos
1970 e nas décadas de 1980 e 1990, sugere uma mini reforma política através de
uma Assembléia Nacional Constituinte,
Diz
ele:
“O Brasil vem
atacando os sintomas da doença...
... A corrupção é
um exemplo. Nunca tantas e tantas pessoas foram e estão sendo investigadas no
Brasil: muitas já foram presas e condenadas. Queiram ou não, isso é uma
situação inédita em nosso país.
Mas as causas da
doença são deixadas de lado. Não há essa preocupação. Quê causas são essas,
Senhoras e Senhores? Faço esse questionamento.”
Mini reforma política
Basicamente
o que ele sugere:
1.Mudar
as leis de funcionamento dos partidos. Não
diz como.
2.Da realização
das eleições. Não diz como.
3.E do financiamento
da política. Não diz como.
Também
diz:
“É fundamental ter
claro que as conquistas sociais e trabalhistas da Constituição Cidadã de 1988,
uma das mais avançadas do mundo, ...
... fruto do anseio
popular e de muitos que tombaram pela democracia e liberdade, estarão garantidas.”
É
importante observar ao ler as palavras acima, que em 1988 quando da votação da
Constituição, o PT, mostrando a sua “índole democrática”, votou contra essa
mesma Constituição Cidadã, mas que agora é citada elogiosamente, ao propor o congelamento
das ditas conquistas trabalhistas, preferencialmente, quem sabe,
transformando-as em cláusulas pétreas. Não custa recordar que o Sr. Paim era
líder sindical antes de se tornar Senador e continuar arvorando-se como “defensor
eterno” da classe trabalhadora.
O
Senador Paim, propõe um mini reforma política, sem sinalizar quais poderiam ser
as novas regras. Tipo, depois a gente vê.
Já
dona Marina Silva, não sabendo o que propor e para não ficar calada e passar
despercebida, o que teria sido melhor, lançou o slogan “Nem Dilma nem Temer, nova eleição é a solução”. Ou seja,
eles não conseguem resolver a situação, mas eu consigo. Coitada. Quem viria à
ser sua base enlameada, uma vez que sua rede não lhe daria sustentabilidade suficiente ?
Ou
seja, simplesmente não sabem o que fazer para o Brasil sair da crise na qual os
políticos, Paim e Marina inclusos, o colocaram.
Aos
dois digo o seguinte: a primeira questão à ser analisada em termos de reforma,
é o debate livre e aberto pela sociedade, da necessidade ou não de continuarmos
a ter partidos políticos, fazendo o meio de campo entre o eleitor e o poder.
A
segunda questão à ser analisada e quem sabe a mais importante, é a forma com
que vamos produzir e gerar empregos. Se vamos continuar gerando empregos sem
trabalho através do empreguismo no setor público, e emprego sem produção nas
empresas estatais, também conhecidas como 2 em 1, um trabalha e dois olham, ou
vamos começar criar a necessidade de produzir para valer e aí empregar pessoas
capacitadas para se encarregar dessas tarefas, dividindo com elas o lucro da
produção ?
A
terceira questão à ser analisada e indispensável para que as outras duas
alcancem seus objetivos, é instituir regras claras para a atuação do governo,
dos poderes então constituídos.
Desde
o Império nossos partidos políticos tem a prerrogativa de intermediar os
reclamos do povo junto aos governantes, começando por impor ao eleitor aqueles
que deverão se prestar à esse papel. Desde então, apenas cuidaram dos seus
interesses.
Desde
o Império, à grande maioria das empresas privadas é permitido operar tão
somente para serem exploradas e manter o governo e suas empresas estatais funcionando.
Se conseguirem fechar as empresas privadas, como estão sempre a querer os neo-socialistas,
em breve faríamos companhia à extinta URSS, sem contar Cuba, Venezuela, etc.
Desde
o Império, o Estado brasileiro é um fim em si mesmo. Para eles, Deus criou o
Estado e este pariu os otários para sustentá-lo.
Para
não perder o hábito, estamos novamente em crise. Crises deveriam ser
aproveitadas para mudanças. Resta saber se desta vez vamos mudar para melhor,
ou mudar para nada mudar, como sempre fazem nossos políticos de todos matizes,
como mostram o Senador Paim e dona Marina Silva, que nem sabem o que querem ou
o que precisamos. Única preocupação deles é manter as sinecuras, sempre às
nossas custas. Para isso, é óbvio, eles tem que propor alguma coisa, qualquer
coisa, do contrário não seriam sequer notados em meio a crise.
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