A
Umbanda é uma religião fundada há mais de 100 anos, no estado do
Rio de Janeiro. Brasileira, é uma religião sincrética que
absorveu conceitos, posturas e preceitos cristãos, indígenas e afros, pois
estas três culturas religiosas estão na sua base teológica e são visíveis em
suas práticas.
O marco
inicial da Umbanda é a manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas no
médium Zélio Fernandino de Morais, em 1908, diferenciando-a do espiritismo e
dos Cultos de Nação e Candomblé de então.
A
Umbanda tem suas raízes nas religiões indígenas, africanas e cristã, mas
incorporou conhecimentos religiosos universais pertencentes a muitas outras
religiões. Umbanda é o sinônimo de prática religiosa e magística
caritativa e não tem a cobrança pecuniária como uma de suas práticas usuais.
Porém, é lícito que os médiuns e as pessoas que frequentam seus templos
contribuam para a manutenção deles ou para a realização de eventos de cunho
religioso ou assistencial aos mais necessitados.
OS ARQUÉTIPOS DAS CRIANÇAS NA UMBANDA SÃO CHAMADOS DE
ERÊS OU IBEJÍS
A
Umbanda não recorre aos sacrifícios de animais para assentamento de Orixás e
não tem nessa prática um dos seus recursos ofertatórios às Divindades. Na
Umbanda, as oferendas se caracterizam por flores, frutos, alimentos e velas
como reverência às Divindades. A Fé é o mecanismo íntimo que ativa Deus
(Olorum), suas Divindades e os Guias Espirituais em benefício dos médiuns e dos
frequentadores dos seus templos.
A
Umbanda não é uma seita e sim uma religião, ainda meio difusa devido a seus usos e costumes
variados formados livremente onde quer que ela se manifeste. A Umbanda não
apressa o desenvolvimento doutrinário dos seus fiéis, pois tem no tempo e na
espiritualidade dois ótimos recursos para conquistar o coração e a mente dos
seus fiéis.
A mediunidade
de incorporação é um de seus pilares, servindo para o desenvolvimento
dos médiuns e aconselhamento dos consulentes, pessoas comuns que buscam
orientação espiritual para suas vidas. A mediunidade independe da crença
religiosa das pessoas, mas encontrou na Umbanda terra fértil para se manifestar
livremente. Com médiuns bem preparados, assiste seus fiéis, auxilia
na resolução de problemas graves ou corriqueiros, todos tratados com a mesma
preocupação e dedicação espiritual e sacerdotal.
A
Umbanda é uma religião espírita e espiritualista. Espírita porque está, em
parte, fundamentada na manifestação dos espíritos guias. E espiritualista
porque incorporou conceitos e práticas espiritualistas (referentes ao mundo
espiritual), tais como magias espirituais e religiosas, culto aos ancestrais
Divinos, culto religioso aos espíritos superiores da natureza, culto aos
espíritos elevados ou ascencionados e que retornam como guias-chefes, para
auxiliar a evolução das pessoas que frequentam os Templos de
Umbanda. O tempo e o auxílio espiritual desinteressado ou livre de
segundas intenções tem sido os maiores atrativos dos fiéis umbandistas.
A
Umbanda, por ser sincrética, não alimenta em seu seio segregacionismo religioso
de nenhuma espécie e vê as outras religiões como legítimas representantes
de Deus. E vê todas como ótimas vias evolutivas criadas por Ele para acelerarem
a evolução da humanidade.
A
Umbanda prega que as divindades de Deus (os Orixás) são seres Divinos
dotados de faculdades e poderes superiores aos dos espíritos e tem nelas um dos
seus fundamentos religiosos, recomendando o culto a elas e a prática de
oferendas como uma das formas de reverenciá-las, já que são indissociadas da
natureza terrestre ou Divina de tudo o que Deus criou.
A
Umbanda prega a existência de um Deus único e tem nessa sua crença o seu maior
fundamento religioso, ao qual não dispensa em nenhum momento nos seus cultos
religiosos e, mesmo que reverencie as Divindades, os espíritos da natureza e os
espíritos ascencionados (os guias-chefes), não os dissocia D’Ele, o nosso Pai
Maior e nosso Divino Criador.
Fonte: No
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