sexta-feira, 29 de abril de 2016

As emblemáticas escolhas de Temer

Martim Berto Fuchs

“Prostituta apaixonada falou para o deputado:
- Quero tirar você desta vida !”

Pois é. É neste picadeiro que o “novo” Presidente tem que escolher os seus Ministros e demais cargos importantes da res pública. Cercado e aconselhado pelos melhores ilusionistas, antigos freqüentadores do nosso circo mambembe, atores como Moreira Franco, Henrique Alves, Gedel Vieira, Roméro Jucá, Delfim Netto, faltando ainda consultar José Sarney, Newton Cardoso, Jáder Barbalho, e, através de algum médium, não pode deixar de ser consultado o ex-dono do PMDB de SP, Orestes Quércia.
Deixa ver ... quem mais ? É o velho P-MDB da oposição consentida. Triste sina deste nosso país.

Triste sina a de um país dominado por organizações criminosas auto-intituladas partidos políticos; tanto que para se convidar um Henrique Meirelles para o Ministério, tem que se arrumar emprego (sem trabalho) para todo PSD do mutante Gilberto Kassab.

Não por é por acaso que temos 39 Ministérios, pois afinal são 39 quadrilhas, e cada uma delas só se “sacrifica” pelo seu país se for regiamente recompensada com milhares de registros nas folhas de pagamento do setor público. Serve o registro em qualquer cargo, pois afinal o salário é diversas vezes maior do que ganha um trabalhador da iniciativa privada com esta função. E este tem que trabalhar, enquanto aqueles quando muito fazem hora em algum prédio alugado para esse fim. Faltando espaço físico, ou ficam passeando por aí fazendo apologia dos seus padrinhos, ou preparando alguma greve por aumento de salário, ou ficam em casa mesmo e só vão buscar seu “justo e suado” pró-labore no fim do mês.

Lembre-se sempre:  estamos sustentando com o dinheiro extorquido do nosso salário, conseguido com nosso trabalho, mais de 5 milhões desses “coitadinhos” ! ! !

Temer pensava em diminuir de 39 para 20 Ministérios, o que já é demais, mas está tendo que voltar atrás, pois está faltando espaço para acomodar todos novos velhos aliados. É bom lembrar que até 1985 eram 16 Ministérios. Com o advento da “nova República”, e a necessidade de acomodar os “heróis da resistência contra a ditadura”, esse número começou a inflar, chegando aos atuais 39, devendo-se 13 deles apenas ao último grupo à tomar lugar na Corte (os sindicalistas do lulo-petismo) e participar da eterna farra com o dinheiro público.

De todos conselhos que Temer teve que ouvir, o único sensato foi o do ex-tudo Nelson Jobim: abandonar a vida pública após o exercício da Presidência.  Digo sensato, porque Temer também está na corda bamba e se ele quiser aproveitar-se do cargo – como todos fazem – para se reeleger ou eleger algum dos seus comparsas, o STE vai lhe cassar o diploma.

Assim, se ele for apenas um magistrado pelo tempo pré-determinado, 2018, temos alguma chance de transpor este difícil obstáculo colocado à nossa frente pela incompetência dos “desenvolvimentistas” irresponsáveis, encabeçados pelos desmiolados da esquerda bolivariana.

Em algum momento do futuro, quanto antes melhor, os pensadores deste nosso Brasil hão de chegar a conclusão de que a democracia para chegar à plenitude, tem que extinguir partidos políticos, eliminando esse óbice ao pleno desenvolvimento das nossas capacidades, das nossas oportunidades, e dos nossos (não mais tão nossos) recursos naturais.

Os empresários deste nosso Brasil, hão de chegar a conclusão de que dividir o lucro resultante da produção de suas empresas com seus trabalhadores (50% para o capital e 50% para o trabalho), trará recompensa e dignidade para todos, inclusive para o capital.

Os políticos eleitos resultantes da escolha dos eleitores e não mais da imposição dos intermediários (partidos políticos), chegarão facilmente a conclusão de que no século XXI não cabem mais discussões do tipo esquerda x direita, e nem de que o bem-estar-social possa ser alcançado pelas benesses do Estado. O Estado vive do dinheiro que poucos lhe entregam, em maior ou menor proporção. Como então proporcionar bem-estar para todos ? Como essa conta não fecha, o bem-estar é maldosamente proporcionado para poucos e malandramente alardeado para muitos.

A população honestamente orientada para um novo Contrato Social, chegará a conclusão de que não deve mais esperar que o Estado lhe dê emprego sem trabalho. Os que, provisoriamente, administram o Estado, pessoas escolhidas por nós no nosso meio, não serão mais elevados à categoria de deuses, pois não o são.

Escolheremos alguns para ocupar os cargos públicos eletivos, cargos e funções claramente delineados, e onde alguns desempenharão melhor do que outros as suas funções; teremos então a prerrogativa, mas sem embates ideológicos a encobrir a realidade, de trocar políticos, não obstante eleitos, se estes se mostrarem incapazes ou falsos. A eleição não lhes dará o direito de errar por todo o tempo do mandato.

Candidatos por livre e espontânea vontade e eleitos para serem servidores públicos/trabalhadores, deverão receber para isto um bom salário, expresso na folha de pagamento. Não estará escrito e autorizado em lugar nenhum que isto lhes dará o direito de transformar o Estado e o Tesouro Nacional em condomínio particular.

Assim sendo, nada mais normal que o eleito que desrespeitar regras simples e claras ou não souber sequer interpretá-las, seja demitido por justa causa, após ter suas contas e atos julgadas por Tribunal isento. Para substituir os demitidos, existem milhares de outros cidadãos competentes querendo ser trabalhador público eleito, seja por vocação ou pelo bom pagamento, pagamento este claramente definido, e sem permissão para serem transformados na parte menor dos seus rendimentos.  



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