por Carlos
Newton
Nunca antes, na História deste país, um governante
(no caso, governanta) torceu tanto como Dilma Rousseff para que Carnaval
chegasse logo e em Aratu ela pudesse mergulhar num provisório esquecimento, que
lhe desse um mínimo de alívio. Mas acontece que a mídia é como o relógio, nunca
deixa de funcionar. E já surgem más notícias sobre o chamado pacote
anticorrupção, bolado pelo marqueteiro João Santana, que julga estar num circo
e vai tentar convencer o respeitável público de que Dilma Rousseff se tornou a grande
guardiã da ética e dos bons costumes, enfrentando até seu próprio partido, o
PT.
Santana é um publicitário especializado em
factóides. Ou seja, inventa pseudos fatos e os apresenta como se fossem
verdadeiros. Assim, o marqueteiro agora quer nos convencer de que lutar
contra a corrupção é o forte deste governo, no exato momento em que Dilma é
atingida uma enxurrada de acusações de corrupção na Petrobras e nomeia para
presidi-la justamente um executivo de notória ficha suja, que dirigiu o Banco
do Brasil e fazia poupança no colchão, comprou apartamento em dinheiro vivo,
foi denunciado pelo próprio motorista e ainda usou dinheiro público do próprio
BB para patrocinar a carreira de uma bela amigona (digamos assim) na televisão.
NADA
DE NOVO…
O tal pacote anticorrupção é bem conhecido, porque
já foi anunciado num longo e enfadonho discurso, escrito pelo marqueteiro e que
a presidente leu na reunião de seu Ministério. No ardiloso pronunciamento,
constaram como de autoria de Dilma Rousseff alguns projetos apresentados há
anos ao Congresso por parlamentares de diversos partidos e que estão parados,
porque o governo da própria Dilma jamais fez o menor esforço para aprová-los.
Agora, por obra e graça de João Santana, que é uma
espécie de Rasputin do Planalto, Dilma Rousseff mais uma vez tentará
assumir a autoria dessas propostas de parlamentares, cometendo uma usurpação
política jamais vista na História deste país, registre-se.
Ao agir com tamanha deslealdade e falta de ética,
tanto Santana quanto Dilma se utilizam de uma estratégia fantasiosa de fazer
inveja a quem desfila no Sambódromo. Em seu carnavalesco delírio de Poder,
Santana e Dilma agem como se todos os brasileiros estivessem vestidos de
palhaços e impedidos de raciocinar. Mas é óbvio que a farsa será facilmente
desmentida. Basta que se confiram os projetos e emendas apresentados ao
Congresso, e logo surgirão os verdadeiros autores das propostas que Dilma tenta
usurpar.
É
TUDO MENTIRA
Ao contrário do que dizia Orson Welles em seu
documentário filmado no Brasil, “é tudo mentira” no caso de Dilma e seu
marqueteiro, incluindo o carro-chefe do pacote anticorrupção – a suposta
criação de uma Secretaria de Controle das Empresas Estatais (SEST), que existe
desde 1979 e foi substituída em 1990 pelo Departamento de Coordenação e
Governança das Empresas Estatais (DEST), até hoje subordinado ao Ministério do
Planejamento.
A única novidade que pode ser atribuída à
criatividade de Santana, que tem tido preciosa ajuda do ministro Aloizio
Mercadante nesse tipo de tarefa ilusória, é subordinar a nova SEST à
Controladoria-Geral da União. Mas acontece que a CGU está à míngua, conforme
denunciou recentemente o então ministro Jorge Hage, que se demitiu revelando
que a Controladoria não tem recursos para desempenhar suas próprias funções,
mas agora passará a suportar ainda mais despesas com falsa criação da SEST.
Do jeito que vai, a CGU se arrisca a ficar como as
embaixadas e consulados, sem verbas para pagar nem mesmo as contas de água,
energia, telefone e internet. Mas Dilma, Santana e Mercadante não estão nem aí,
o único interesse deles é seguir enganando a opinião pública com factóides que
propaguem a ilusão de que Dilma Rousseff não tem nada a ver com a corrupção do
PT e que, pelo contrário, não faz outra coisa a não ser lutar contra os
“malfeitos” do partido e da base aliada.
SÓ
FALTA A NOMEAÇÃO
Para culminar, só falta Dilma nomear para a nova
SEST o petista Sérgio Seabra, secretário-adjunto de Controle Interno da CGU.
Ligado ao ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, Seabra chegou a ser
investigado por vazamento de informações, sua casa foi alvo de um mandado de
busca e apreensão em 2013, mas estranhamente a investigadora da Controladoria
responsável pelo caso acabou recuando. Segundo o repórter Gabriel Castro, da
Veja, Seabra é braço-direito de Francisco Bessa na CGU e está cotado para
assumir a SEST.
“Ambos trabalharam com Mercadante quando ele foi
ministro da Educação. Bessa ainda esteve ao lado do ministro na Casa Civil. A
dupla se junta a Valdir Simão, o ministro-chefe da CGU, outro nome de confiança
do ministro. Para quem conhece Mercadante, não chega a ser novidade seu
gosto pelo controle”, assinala o jornalista.
E ainda acham que impeachment é golpe?
Carlos Newton - editor da Tribuna da Internet
18 02
15.
UND http://capitalismo-social.blogspot.com.br/2015/01/empresarios-paulistas-lancarao.html
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