por Martim Berto Fuchs
É um
erro deixar acontecer. Explico. O processo para se formar uma empresa do porte
da Odebrecht é demorado e caro. Leva anos montar uma equipe técnica gabaritada
como eles tem e como tem também as outras grandes empresas do setor. Elas são
grandes empresas nacionais, ainda, e tem que ser preservadas à todo custo.
Qual então
a solução ? É simples. Comprovada a corrupção, fraude ou a falta grave
cometida, pune-se o proprietário e não mais a empresa.
Por
exemplo:
1. Digamos
que a empresa envolvida tem um capital social de R$ 1 bilhão, 60% pertencente
ao acionista majoritário envolvido. A Justiça multa o corruptor, após todas as
instâncias serem cumpridas, em R$ 600 milhões, aceitando suas ações como
pagamento da multa. Concomitantemente, vende estas ações para os empregados da
empresa, para pagamento em, digamos, 10 anos, sem juros, apenas corrigindo o
valor pela inflação.
2. O
corruptor devolverá o que for conseguido recuperar e cumprirá pena de prisão à
ser determinada.
3. O(s)
corrompido, que via de regra é apenas um indicado para ocupar aquele cargo
estratégico e intermediar o ato lesivo, também cumprirá pena, além de devolver
o que for conseguido.
4. O(s)
responsável pela indicação, que é quem recebe a parte maior do roubo, pois se
não recebesse nada, o próprio roubo não faria sentido, também cumprirá pena,
independente de ser ou não político, o que não lhe dá direito à impunidade.
5. As
penas serão iguais para todos.
Em
Capitalismo Social, classifico todas empresas como empresas sociais, suporte do
emprego e do desenvolvimento do país.
Não
podemos culpar, nem indiretamente, os empregados destas empresas, fazendo com
que percam o emprego, por culpa das “maracutaias” levadas à efeito pelos seus
patrões, em conluio com os políticos que eles ajudaram, financeiramente, a
eleger.
Empregos
e empresas tem que ser mantidos. Patrões e políticos podem e devem mudar, se
preciso. Estamos sempre nos referindo à concentração de renda como um mal. Pois
bem, por que permitimos então, abertamente, que ela se dê de forma fraudulenta
?
No
Brasil, pelo que consta, são 112 empresas estatais de grande porte, sendo elas
responsáveis por ¼ parte do PIB. Se efetuar uma Operação Lava Jato nelas, não
escapa uma. Isto é líquido e certo. Propina é regra nos negócios com
órgão/empresa pública. Não é exceção. É comum obras públicas serem orçadas e licitadas por determinado valor e custarem na sua conclusão TRÊS vezes mais !!!
O
sistema capitalista, tão criticado, é um grande gerador de renda e de impostos.
Se o Estado nunca tem dinheiro para cumprir com suas obrigações constitucionais,
devemos procurar as verdadeiras causas de tal problema. Logo descobriremos o
quanto de dinheiro é desperdiçado, mal administrado e desviado pelos nossos
“governantes”.
Pelos
motivos expostos – desperdício, má gestão, desvio – novo arrocho sobre a
sociedade se iniciou este ano, para que mais uma vez o governo refaça suas
finanças e cubra seus rombos, como aliás vem acontecendo nos últimos 60 anos; e
sempre culpando os outros pelas suas mazelas.
Na
verdade, empreguismo descarado e roubo dos cofres públicos em plena luz do dia,
à vista de todos, são as causas principais de os “governantes”, ciclicamente,
arrocharem a população com mais impostos, etc., para recomporem as finanças
públicas.
Parem de transformar o capitalismo em bode expiatório. E deixem os trabalhadores da
iniciativa privada em paz. São sempre os primeiros prejudicados em cada crise
fabricada pelos governantes desonestos e incompetentes e seus financiadores.
Temos
que começar punir à quem merece !!!
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