segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Falência de empreiteiras

por Martim Berto Fuchs

É um erro deixar acontecer. Explico. O processo para se formar uma empresa do porte da Odebrecht é demorado e caro. Leva anos montar uma equipe técnica gabaritada como eles tem e como tem também as outras grandes empresas do setor. Elas são grandes empresas nacionais, ainda, e tem que ser preservadas à todo custo.

Qual então a solução ? É simples. Comprovada a corrupção, fraude ou a falta grave cometida, pune-se o proprietário e não mais a empresa.

Por exemplo:
1. Digamos que a empresa envolvida tem um capital social de R$ 1 bilhão, 60% pertencente ao acionista majoritário envolvido. A Justiça multa o corruptor, após todas as instâncias serem cumpridas, em R$ 600 milhões, aceitando suas ações como pagamento da multa. Concomitantemente, vende estas ações para os empregados da empresa, para pagamento em, digamos, 10 anos, sem juros, apenas corrigindo o valor pela inflação.
2. O corruptor devolverá o que for conseguido recuperar e cumprirá pena de prisão à ser determinada.
3. O(s) corrompido, que via de regra é apenas um indicado para ocupar aquele cargo estratégico e intermediar o ato lesivo, também cumprirá pena, além de devolver o que for conseguido.
4. O(s) responsável pela indicação, que é quem recebe a parte maior do roubo, pois se não recebesse nada, o próprio roubo não faria sentido, também cumprirá pena, independente de ser ou não político, o que não lhe dá direito à impunidade.
5. As penas serão iguais para todos.

Em Capitalismo Social, classifico todas empresas como empresas sociais, suporte do emprego e do desenvolvimento do país.

Não podemos culpar, nem indiretamente, os empregados destas empresas, fazendo com que percam o emprego, por culpa das “maracutaias” levadas à efeito pelos seus patrões, em conluio com os políticos que eles ajudaram, financeiramente, a eleger.

Empregos e empresas tem que ser mantidos. Patrões e políticos podem e devem mudar, se preciso. Estamos sempre nos referindo à concentração de renda como um mal. Pois bem, por que permitimos então, abertamente, que ela se dê de forma fraudulenta ?

No Brasil, pelo que consta, são 112 empresas estatais de grande porte, sendo elas responsáveis por ¼ parte do PIB. Se efetuar uma Operação Lava Jato nelas, não escapa uma. Isto é líquido e certo. Propina é regra nos negócios com órgão/empresa pública. Não é exceção. É comum obras públicas serem orçadas e licitadas por determinado valor e custarem na sua conclusão TRÊS vezes mais !!!

O sistema capitalista, tão criticado, é um grande gerador de renda e de impostos. Se o Estado nunca tem dinheiro para cumprir com suas obrigações constitucionais, devemos procurar as verdadeiras causas de tal problema. Logo descobriremos o quanto de dinheiro é desperdiçado, mal administrado e desviado pelos nossos “governantes”.

Pelos motivos expostos – desperdício, má gestão, desvio – novo arrocho sobre a sociedade se iniciou este ano, para que mais uma vez o governo refaça suas finanças e cubra seus rombos, como aliás vem acontecendo nos últimos 60 anos; e sempre culpando os outros pelas suas mazelas.

Na verdade, empreguismo descarado e roubo dos cofres públicos em plena luz do dia, à vista de todos, são as causas principais de os “governantes”, ciclicamente, arrocharem a população com mais impostos, etc., para recomporem as finanças públicas.


Parem de transformar o capitalismo em bode expiatório. E deixem os trabalhadores da iniciativa privada em paz. São sempre os primeiros prejudicados em cada crise fabricada pelos governantes desonestos e incompetentes e seus financiadores. 

Temos que começar punir à quem merece !!!


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