por Milton Pires
Exma.Sra.Presidente
da República, Dilma Rousseff: Aproveitando o ensejo da aproximação do dia 18 de
outubro, data que ficou conhecida no Brasil como “Dia do Médico” e que, se
dependesse da senhora, mudaria de nome para “Dia do Trabalhador da Saúde”,
dirijo-me uma vez mais (se Deus quiser a última) ao seu governo nesse apagar
das luzes da Ditadura Bolivariana Tupiniquim. Escrevo no Dias das Crianças –
essas pequenas maravilhas de Deus, desse mesmo Deus em que a senhora não
acredita, mas que hoje juntam-se aos verdadeiros médicos numa oração de
esperança num Brasil livre da senhora em 2015.
Difícil
seria, presidente, em poucas linhas conseguir resumir toda desgraça provocada
pelo PT na saúde pública brasileira. Eu poderia mencionar os hospitais fechados
desde 2003, poderia falar nos milhares de viciados em crack vagando pelas ruas
de São Paulo, nos leitos desativados, lembraria dos contratos criminosos com
laboratórios fantasmas que seu ex-ministro e candidato ao governo do estado
mais rico da nação assinou para desviar dinheiro para o PT...enfim: a lista das
barbaridades que a senhora e seu antecessor, Luís Inácio Lula da Silva,
protagonizaram não tem fim.
Se
eu quisesse levar esta carta para o lado pessoal, lembraria o drama que vivo
como médico do Grupo Hospitalar Conceição em Porto Alegre – essa instituição
que é grande demais para ser um hospital e pequena demais para ser um de seus
ministérios. Acusado de um crime não cometi eu, como milhares de outros colegas
brasileiros durante o governo PT, fui assediado moralmente, humilhado e
provocado até o limite da sanidade mental sendo mais um exemplo típico daquilo
que a senhora e seus comparsas fizeram de melhor no período em que tiveram o
poder sob suas patas – destruir reputações de opositores.
Deixo
porém meu drama de lado para me reportar ao panorama da minha profissão no
Brasil, presidente. Não tenho dúvida alguma em afirmar que a história da
medicina nesse país se divide entre antes e depois do PT. Mais irônico, mais
indigno ainda é observar que a senhora teve, e ainda tem, da parte de alguns
pseudomédicos apoio suficiente para ser manifestado nesse documento chamado
“Médicos com Dilma”...nessa verdadeira imundície assinada por mais de 600
ex-colegas que esqueceram tudo que aprenderam e traíram tudo que juraram para
cerrar fileiras com um partido de mensaleiros, de ladrões da PETROBRÁS, de
assaltantes de fundo de pensões...enfim, com a ralé da classe política
brasileira que formou essa organização criminosa chamada Partido dos
Trabalhadores. Esses infelizes, que não são dignos de levar um “Doutor” na
frente do nome, são a prova máxima de que a ambição política e o fanatismo cego
não reconhecem limites nem dentre aqueles incumbidos de preservar a vida e a
dignidade da condição humana em primeiro lugar.
Quando
lhe escrevi pela primeira vez, presidente, disse da guerra que a senhora
enfrentaria conosco..com essa nossa classe na qual a senhora escolheu colar o
rótulo de “inimigos do povo” e da qual tentou, até aqui sem sucesso, tirar
dividendos eleitorais. Vejo hoje, com imensa satisfação, que o país inteiro dá
as costas a esse seu governo de estelionatários, a esse seu discurso do ódio e
a sua fingida indignação social capazes de fazer com que um ministro recomende
ao povo comer ovos e frango ao invés de carne para controlar a mesma inflação
que a senhora insiste em dizer “jamais ter sido tão baixa”.
Seu
partido é hoje um fantasma de si mesmo, presidente. A senhora mesma não
consegue mais se reinventar, se substituir nem se superar. Ao seu criador e
chefe do mensalão, Luís Inácio Lula da Silva, pouco mais resta fazer do que
dizer que “está de saco cheio”com a denúncias contra o PT. Ele que espere e
prepare-se para aquelas que virão quando a senhora estiver fora do governo.
Não
foram os médicos que derrotaram a senhora, presidente. Não são nossos pacientes
que convencemos a votar em Aécio nem as mentiras da repórter do IG sobre
“castração química de nordestinos” que não funcionaram para lhe reeleger. A
senhora e seu partido assassinaram suas próprias reputações.
Seu governo acabou
– Adeus, Presidente Dilma!
Milton Simon Pires é Médico – CREMERS 20958.
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