Martim Berto Fuchs
Nada a
ver com 1889, 1930 ou 1964. É passar a régua e recomeçar. Uma revolução
cultural é o caminho.
Esta
cultura arraigada em nossa sociedade começou em 1808.
Em 1822
nos separamos de Portugal apenas politicamente. Economicamente passamos a ser
dependentes da Inglaterra, e socialmente incorporamos a cultura do ócio remunerado implantada pelos
“nobres” portugueses, da qual, infelizmente, não nos livramos, ainda.
O golpe
de Estado perpetrado pelos “liberais” escravagistas em 1889 com apoio dos militares,
apenas incorporou de vez ao principal hábito da Corte (ócio remunerado), os
burgueses que ainda estavam de fora. Os empresários que ainda não tinham
comprado um título de nobreza, passaram à ela mesmo sem título e sem casamento.
Pouco
mudou em 1930, quando Getúlio apoiado pelos militares ditos nacionalistas,
afastou do comando dos negócios e da economia os burgueses liberais, que
perderam grande parte dos privilégios que ainda detinham, que era explorar a
mão de obra em nome de um pseudo progresso, onde os trabalhadores ficavam com todo trabalho e os “empresários” com todo lucro.
O
comunismo em 1959, em plena Guerra Fria, tinha conseguido um aliado de peso
aqui nas Américas com a revolução comandada pelos irmãos Castro na ilha de
Cuba, quando estes trocaram de posição com o ditador Batista; eles
ocuparam o palácio e Batista teve que ir gozar seus milhões em outras plagas.
Como
todas revoluções comunistas, a de Cuba também custou muitas vidas, não tanto em
razão do ato em si, mas principalmente depois, quando, seguindo os preceitos do
fundador, o ateu Marx e o “cristão” Engels, era imperioso exterminar os
contrários. Entende-se. Um teoria tão esdrúxula como o
marxismo/comunismo/leninismo/bolivarianismo, só pode se manter se todos
contrários forem aniquilados. Para os que ficam, é só baixar a cabeça e vegetar na
pobreza.
Cuba foi
a ponte por onde se introduziu finalmente o comunismo nas duas Américas,
Central e do Sul, repelido facilmente na do Norte. No Brasil, ocasionou o
contra-golpe de 1964. O comunismo foi contido, mas a cultura do ócio foi
mantida.
Introduzido
em 1930, o capitalismo de estado foi grandemente reforçado em 1964 pelos
militares nacionalistas, que mantiveram intocada a posição dos antigos “nobres”,
todos empoleirados nos melhores cargos públicos e dos “empresários” burgueses, sócios
do Tesouro, que privatizam o lucro e socializam o prejuízo, até hoje.
Essa
tragédia teve sua culminância em 2003, quando o terceiro grupo de mamadores,
até então de fora, passaram à fazer parte do poder. Refiro-me aos
“representantes do povo”, os sindicalistas pelegos. Se já estava difícil manter
o barco flutuando até então, a carga extra acabou por afundá-lo.
Os novos
personagens, todos pobres, pois até então não tinham tido a oportunidade de se
abastecer no caixa comum dos poderosos, quando receberam a chave do cofre,
perderam a pouca elegância que tinham e entraram com tudo no fausto, na orgia e
no toma-lá-dá-cá.
Não só
passaram a desfrutar de todas regalias até então reservadas aos dois outros
grupos, como caíram na asneira de querer expulsá-los da Corte e ficar com tudo
para si.
Aí
literalmente caíram do cavalo. Estão sendo saídos das benesses que só o Tesouro
Nacional pode garantir. Como todos defensores do comunismo, em todos países
onde colocaram suas idéias em prática, também aqui conseguiram a "proeza" de
falir as finanças públicas.
O Brasil
hoje enfrenta dois seriíssimos obstáculos: um, ficamos sem dinheiro até para o
SUS, não obstante continuarmos nos endividando de forma irresponsável.
Outro,
não conseguimos nos livrar da cultura do ócio remunerado. O primeiro seria até
de fácil solução, se finalmente admitíssemos enfrentar o segundo.
É
lamentável que em todas ditas “revoluções” levadas a cabo, nossos
revolucionários não tenham tido coragem de enfrentar a raiz dos nossos
problemas. Agora mesmo, quando estão expulsando os bolivarianos da Corte, e na
iminência de faltar dinheiro até para seus salários, eles se negam a mexer nas
causas, tentando mais uma vez maquiar os efeitos.
Não
falta legitimidade ao vice-presidente Temer para exercer seu mandato. Como a
titular foi suspensa, cabe ao vice exercer as funções. Inseguro por diversos
motivos, inclusive pelo ataque que vem sofrendo por parte dos expulsos do
paraíso, ex-companheiros, que apostam no quanto pior melhor, ainda tem contra
si o fato de contar em suas fileiras com diversos candidatos à viajar para a
República de Curitiba.
Então,
fica a pergunta: quem tomará a si a responsabilidade de enfrentar de uma vez por
todas as reais causas de estarmos cada vez pior de vida ? Os políticos que aí
estão ? Mesmo que a justiça aja, prendendo todos que merecem, o espírito de
corpo continuará predominando nos restantes, pois não creio que haja mais de
meia dúzia deles que não tenham colocado sua grande família nos empregos
públicos criados com essa finalidade.
O presidente interino Temer esta demonstrando que a atual classe política, alicerçada nos partidos, não tem condições de levar o país para novos rumos. E não resolve cassá-lo também e fazer novas eleições gerais em outubro. Apenas serão trocadas as moscas, isto se não permanecerem as mesmas. Isto é 100% certo. Só contradiz esta afirmação quem fechar os olhos para a realidade, ou estiver de acordo com a podridão e o descalabro reinante e dele quer continuar se aproveitando.
Em 2016
o Brasil terá que fazer uma verdadeira revolução, esta cultural, do contrário
continuaremos negando futuro para nossos jovens e aumentando a desesperança da
nação como um todo.
Antes
que façam alegoria com a revolução cultural patrocinada por Mao Tse Tung na
China (1966), leiam amanhã a proposta de Capitalismo Social na íntegra.“1.Militares da reserva, que possuem homens cultos, patriotas e conhecedores dos nossos problemas, apoiados pelas FFAA, assumem o Poder Executivo, escolhendo entre si um líder, sem interferência de civis.
2.Extinguem todos partidos políticos
formados e os em trâmitação.
3.Cassam os direitos de todos políticos
com mandato, em todo país, ficando as Casas Legislativas fechadas até que a Justiça Eleitoral
organize a Assembléia Nacional Instituinte Exclusiva. Trabalho com prazo
determinado.
3.1.Nomeiam os Ministros de Estado
do Poder Executivo, não mais de 14.
3.2.Nomeiam os governadores e seus
Secretários, não mais de 14.
3.3.Nomeiam os Prefeitos e seus
Secretários, não mais de 14.
Único. Todos atuarão exercendo ativamente
suas funções, não obstante transitórias.
4.Os políticos cassados e com ficha
suja passam à ser julgados imediatamente
pelos órgãos competentes, estritamente
dentro das Leis vigentes. Caso os julgadores façam corpo mole como até
agora, serão aposentados incontinenti e nomeados outros. Os aposentados estarão
proibidos de voltar ao serviço público, seja via eleição ou concurso.
5.Revisão imediata da função e
necessidade de permanecer no serviço público, em todas esferas, os concursados
que detestam trabalhar e os não concursados sem capacidade e sem trabalho.
6.Para as eleições da A.N.I.E.,
serão aceitos todos cidadãos com ficha limpa, mesmo os atuais políticos
cassados, apenas que todos como candidatos independentes e aprovados na Prova de
Qualificação aplicada pela Justiça Eleitoral. Partidos
políticos: extintos e proibida a formação de novos.
Único. Os que participarem da
A.N.I.E. não poderão se candidatar para as eleições que se darão logo após o
término da Assembléia, as quais concederão mandato de 5 anos para os novos
eleitos.
7.Uma vez apuradas e confirmadas as
apurações da eleição, os governos de transição à nível federal, estadual e
municipal, transmitirão para os novos eleitos seus cargos.”
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