Muito raramente assisto noticiários na TV, mas dia 23/12 à
noite, 20:30, não estando em minha casa, me vi obrigado à escutar com o que o
reincidente Presidente do Senado, com sua costumeira cara de pau, nos “brindava”.
Enquanto ele discorria sobre tudo que o Senado fez de bem para o país neste ano
que passou, me veio a dúvida. De que país estaria ele falando ? Do Brasil ?
Em primeiro lugar temos que considerar seu visual. Depois de
usar um jato da FAB para dar um pulinho até Alagoas e mandar fazer um reparo na
sua cara de pau e no cabelo, ele se apresentou na TV todo sorridente, pois até
a gravação, ainda não sabia que teria de pagar do próprio bolso por mais esta viagem
pirata. Não foi a primeira e nem será a última. Ele tentará outras vezes.
Detalhe: a FAB não tem mais aviões para defesa – e os novos
só virão em 2018 - mas ainda mantém alguns para levar as “otoridades” para
passear, às nossas custas. Se ninguém reclama, fica por isso mesmo. Esta é a
tal de transparência citada pelo Renan na sua fala natalina !
A Casa da Mãe Joana, também conhecida como Senado, mantém na
sua folha de pagamento 13.000 pessoas, segundo o senador Pedro Simon. Desde
ascensoristas com salário de 8 mil reais, MENSAL, até motorista que serve a filha
do Sir Ney, o Ribamar, o dono da sesmaria do Maranhão, com 13 mil reais, MENSAL.
Aí até que se justifica (!?!?!?), pois o motorista também leva a madame para
serviços particulares quando a mesma está em Brasília e pelo que consta, também
serve de mordomo no palacete da família.
O Renan deve estar se perguntando: - Por que cada vez que
solicito um jato da FAB para minhas viagens particulares, o pessoal vem com
esse berreiro todo ? Por que não falam do Sarney ? Pois é seu Renan. Por
enquanto é você o porteiro da Casa da Mãe Joana. Termine o mandato de 2 anos ou
renuncie antes, novamente, para não ser cassado, e o próximo será o Ribamar.
Mais uma vez. Aí voltaremos a nos ocupar dele. Até lá, agüente. Ia dizer ou se emende,
mas aí já é pedir demais.
O Senado é uma instituição romana, antiga, da época anterior
ao Império. Era o órgão, composto pela
aristocracia do dinheiro, que administrava Roma. Quando da sua expansão bélica,
os Senadores se desentenderam, acabando, resumidamente, apelando para os
militares administrarem o império já em formação.
Lá se vão 2050 anos. Hoje, nem a Itália tem mais Senado, à
não ser uma Câmara Alta municipal, em Roma. Digamos que essa excrescência é
coisa de país rico, como o nosso.
Nosso Senado hoje em dia serve para:
- Colocar os cabos eleitorais, parentes, amantes e amigos,
encostados na sua folha de pagamento. Já são 13.000, mas daí teríamos que
descontar aqueles que fizeram concurso, cujo resultado eles recebem em casa
antes da prova, para ir se acostumando
com as respostas e acertar o mínimo necessário para ser aprovado.
- Manter os salários dos privilegiados acima do teto
permitido, até alguém denunciar insistentemente. Aí esta mordomia é encerrada, até que na calada da noite passem uma
nova norma interna, abrindo um novo caminho, para uma nova falcatrua. Nesta
última, agora momentaneamente proibida,
desviaram 250 milhões para o bolso de alguns cretinos.
- Os candidatos escolherem alguém que lhes financie a
campanha e como premio o financiador é escolhido como suplente. Quatro anos
para o titular se locupletar; aí ele se candidata a Prefeito ou Governador, até
para Presidente, e os outros 4 anos para o suplente reaver com altos juros o
valor emprestado.
Em Capitalismo Social essa excrescência chamada Senado
deixará de existir, salvo que alguém justifique com argumentos convincentes a
necessidade deste sumidouro de dinheiro continuar existindo.
Quando se lê e compara diversos livros de história, acaba se
compreendendo porque países aparentemente com tudo para continuar se
expandindo, de uma hora para outra começam declinar. Como exemplo vivo, basta
mirar-se na atualidade brasileira para vivenciar o declínio de um povo, de uma
nação.
Nossos jovens de hoje querem ser políticos, pois
dificilmente outra profissão, à não ser banqueiro, trará tanto retorno em tão
pouco tempo de atuação. Retrato de uma tragédia anunciada.
Enquanto a sociedade não debater um novo Contrato Social, e
ainda por cima manter funcionando inutilidades como esse tal de Senado, não
adianta falar em ética e moral, nem emendar mais uma vez nosso processo
político, como parece que o Congresso Lamaçal está se propondo, pois a chave do
galinheiro está na mão das raposas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário