domingo, 21 de setembro de 2014

Psicologia e mediunidade: reflexões

por Vera Merli Bim

O fenômeno mediúnico se processa por via do inconsciente humano que se localiza no perispírito. Portanto, é um fenômeno espiritual e psicológico. Ao desprezar as influências espirituais do ser humano, a psicologia deixa de compreendê-lo integralmente, assim como para entendermos a comunicação mediúnica, se faz necessário o conhecimento de sua psique.

A psicoterapia só será completamente eficaz, se considerar as influências espirituais do ser; se assim não o fizer, a psicologia será apenas uma ciência de estudo do comportamento, a “comportamentologia”.

Como já foi dito, o fenômeno mediúnico ocorre por intermédio do inconsciente, interferindo no estado psíquico e emocional do ser encarnado. Não se trata de uma qualidade ou defeito adquirido em práticas transcedentais ou místicas, e sim de um fenômeno decorrente do desenvolvimento da consciência durante a evolução da espécie.

A mediunidade não é apenas uma faculdade inerente aos espíritas; é um fenômeno do inconsciente perispiritual, cuja estruturação se deu nos primórdios da evolução anímica, quando da passagem do animal ao humano.

Durante o aperfeiçoamento do espírito, o Homem recebeu uma dimensão energética acima da vibração do corpo físico que supera as que ocorrem no corpo físico e nos centros cerebrais, o que permite a comunicação entre os seres. A faculdade mediúnica existe devido a evolução do aparelho cerebral.

O contato do Espírito com a matéria, e  o conhecimento colabora com a constituição do perispírito,  incluindo a absorção das Leis Divinas.  A psique humana é muito complexa, fazendo com que  o  terapeuta utilize-se de hipóteses para seu estudo, que embora possam explicar a mente humana, são sempre incompletas, parciais.

Admite-se,  através da Física Quântica, que a estrutura cerebral gera um campo tetra-dimensional no qual ocorrem os fenômenos psíquicos, onde encontramos a mente  e seus processos. Entretanto esta hipótese não é considerada ainda por muitos estudiosos, assim como a do perispírito como sede da psique humana.

São inúmeros os tratamentos de transtornos mentais sem sucesso, devido a não consideração da mediunidade.  Não se faz necessário transformar esses doentes em espíritas, impondo-lhes uma crença para obtenção da cura, mas sim em considerar que os processos psíquicos estruturam-se em uma ou várias existências do Espírito; que ao incorporara os fenômenos espirituais a eles, se permitirá uma percepção maior sobre a personalidade do paciente, contribuindo para uma cura mais rápida e eficaz.

O pensamento não é sensorial; ele é a somatória das experiências acumuladas ao longo dos séculos durante diversas encarnações e desencarnações, assim como das interferências espirituais através da mediunidade.

Alguns questionamentos com o paciente, assim como com seus familiares, somados aos sintomas que apresenta e a interpretação  que o mesmo dá a esses sintomas,  revelam aspectos importantes sobre a natureza  espiritual de seus problemas. Muitos sintomas das psicoses e de transtornos psíquicos são acentuados pela mediunidade desconhecida ou não educada.

“Invasão psíquica”
O pensamento de um desencarnado, ao penetrar na mente de um encarnado, pode provocar uma série de transtornos tanto mais sérios quanto for a ligação entre ambos. Se tal relação tiver ocorrido em vidas passadas, o desencarnado poderá provocar alterações no estado psíquico e emocional do encarnado, que quanto mais consciente de sua  responsabilidade como médium, menos perturbação sofrerá.

Essa “invasão” psíquica quando não percebida, provoca perturbações que podem evoluir para uma psicopatologia, seja qual for a relação entre encarnado e desencarnado, ocorrida em vidas passadas, ou presentes e até entre desconhecidos atraídos pela conformidade de comportamento e da moral.

A mediunidade deve ser utilizada como instrumento para o crescimento pessoal, importante para a evolução e a felicidade do indivíduo. Não deve ser aplicada apenas na prática espírita, mas também nas relações humanas do dia a dia. Assim, ela será realmente integrante do ser e estará contribuindo não só com o aprimoramento do médium mas também com uma evolução social sadia.

O mesmo ocorre quando empregamos os Mandamentos Divinos em todas as esferas de atividades, sejam familiares, profissionais, políticas ou sociais, o que tra como consequência equilíbrio nas relações, além de indivíduos e  de sociedade saudáveis e prósperos.

A mediunidade educada permite o conhecimento e a valorização dos conteúdos existentes no inconsciente de si próprio e do é oculto. A maturidade espiritual do médium também controla o desequilíbrio psíquico, que poderá ocorrer através da vaidade e do “poder” que possa vir a dominá-lo. A maneira de se usar a mediunidade concorre para a perturbação psíquica ou não ,  e é de responsabilidade do médium.

Vera Merli Bim
Tarefeira do Grupo Espírita União e Caridade
Penha – SC.
veramerlibim@gmail.com


Transcrito do  Jornal Espaço Espírita -  FEV-MAR-ABB 2013

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