por Sérgio da Costa Ramos
No momento
em que um bando de humoristas pretende fundar o Partido Pirata do Brasil
(PPBr), 33º partido político tupiniquim, sugiro ao leitor: quer ganhar um dinheirinho desonesto ? Funde
também o seu partidinho, com direito a fundo partidário, horário na TV e
propina de outros partidões.
O seu
partido, aliás, já nascerá partido. Mas as recompensas logo virão. Todo mundo
vai ficar feliz se o novo partido conseguir um lugarzinho na famosa base
aliada.
No Brasil,
as alianças não se fazem mais entre dois partidos unidos por ideias ou programas. São alianças do tipo “ménage à
trois”. Ou até superior a três. São quádruplas, quíntuplas, sêxtuplas.
Agremiações políticas não tem mais identidade em torno de ideias. Dois partidos
aliados na mesma esquina é briga na certa. Só concordam em discordar.
Perguntem a
alguém do PMDB “ que dia é hoje”. A resposta nunca será: “Hoje é dia 6 de
setembro de 2014”. Primeiro, será preciso uma “consulta às bases”, depois, “uma
reunião do diretório e da executiva”.
A Justiça
Eleitoral tentou acabar com esta infame troca-troca. Mas os trânsfugas venceram
no cansaço. Não há nada mais surrealista do que uma conversa entre urubus que
mudaram de ninho.
–
Você
continua no PSXW ?
–
Eeeeeu
? Saí daquela arapuca ! Aquele partido tinha dono. A família inteira se
candidatava. E tinha pouco voto. Esperavam que eu puxasse o voto da legenda.
Aqui, ó !
–
E
o que você fez ?
–
Requeri
à Justiça a minha mudança de partido, por “incompatibilidade ideológica” e
“perseguição à um filiado”.
–
E
a Justiça deferiu ?
–
Claro.
Provei que falava a verdade. Agora é vida nova …
–
Vai
fundar um partido ?
–
Na
verdade, já tinha um pronto. É um partidinho do tipo “linha-auxiliar”, que
outros chamam de “boca-alugada”, só pra aumentar a secundagem na televisão.
–
Mas
este seu partido terá um programa ? É a favor do que ?
–
Ainda
não sei. Mas somos a favor da “propriedade” do mandato. O diploma pertence a
uma pessoa, que batalhou e foi eleita. O partido a gente escolhe depois.
–
E
qual é a sua grande bandeira política ?
–
Olhe,
nossa bandeira é sempre mutante. No momento, somos contra a miséria da classe
política.
–
Você
não acha esse programa um tanto limitado e egoísta ?
–
Se
a gente não cuidar do nosso bolso, quem é que vai cuidar ?
Leilão
por Moacir
Pereira
Candidato do
PT ao governo do Estado (SC), Cláudio Vignatti denunciou em entrevista na CBN
Diário que o processo de alianças políticas em Santa Catarina foi precedido de
um verdadeiro leilão. Tudo em troca de tempo na TV. Enfatizou que alguns
partidos pediram milhões de reais para integrarem sua coligação.
Transcrito do Diário Catarinense de 06 de setembro de 2014.
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