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27 Generais de Exército
Nós, Generais-de-Exército, antigos integrantes do
Alto Comando do Exército e antigos Comandantes de Grandes Unidades situadas em
todo o território nacional, abominamos peremptoriamente a recente declaração do
Sr. Ministro da Defesa à Comissão Nacional da Verdade de que as Forças Armadas
aprovaram e praticaram atos que violaram direitos humanos no período militar.
Nós, que vivemos integralmente este período, jamais aprovamos qualquer ofensa à
dignidade humana, bem como quaisquer casos pontuais que, eventualmente surgiram.
Vivíamos uma época de conflitos fratricidas, na qual erros foram cometidos
pelos dois lados. Os embates não foram iniciados por nós, pois não os
desejávamos. E, não devemos nos esquecer do atentado no aeroporto de
Guararapes.
A credibilidade dessa comissão vai gradativamente se
esgotando pelos inúmeros casos que não consegue solucionar, tornando-se não
somente um verdadeiro órgão depreciativo das Forças Armadas, em particular do
Exército, como um portal aberto para milhares de indenizações e "bolsas
ditadura", que continuarão a ser pagas pelo erário público, ou seja, pelo
povo brasileiro. Falsidades, meias verdades, ações coercitivas e pressões de
toda ordem são observadas a miúdo, e agora, demodo surpreendente, acusam as
Forças Armadas de não colaborarem nas investigações que, em sua maioria, surgem
de testemunhas inidôneas e de alguns grupos, cuja ideologia é declaradamente
contrária aos princípios que norteiam as nossas instituições militares.
A Lei da Anistia - ratificada em decisão do Supremo
Tribunal Federal e em plena vigência - tem, desde a sua promulgação, amparado
os dois lados conflitantes. A Comissão Nacional da Verdade, entretanto, insiste
em não considerar esse amparo legal. O lado dos defensores do Estado brasileiro
foi totalmente apagado. Só existem criminosos e torturadores. Por outro lado, a
comissão criou uma grei constituída de guerrilheiros, assaltantes,
sequestradores e assassinos, como se fossem heroicos defensores de uma
"democracia" que, comprovadamente, não constava dos ideais da luta
armada, e que, até o presente, eles mesmos não conseguiram bem definir. Seria
uma democracia cubana, albanesa ou maoísta? Ou, talvez, uma mais moderna como
as bolivarianas?
Sempre que pode a Comissão Nacional da Verdade açula
as Forças Armadas, exigindo que elas peçam desculpas. Assim, militares
inativos, por poderem se pronunciar a respeito de questões políticas, têm
justos motivos para replicarem com denodada firmeza, e um deles é para que não
vigore o famoso aforismo "Quem cala consente!". Hoje, muitos
"verdadeiros democratas" atuam em vários níveis de governo, e
colocam-se como arautos de um regime que, paulatinamente, vai ferindo
Princípios Fundamentais de nossa Constituição. O que nós, militares fizemos foi
defender o Estado brasileiro de organizações que desejavam implantar regimes
espúrios em nosso país. Temos orgulho do passado e do presente de nossas Forças
Armadas. Se houver pedido de desculpas será por parte do ministro.
Do Exército de Caxias não virão! Nós sempre
externaremos a nossa convicção de que salvamos o Brasil!
GENERAIS-DE-EXÉRCITO
SIGNATÁRIOS
Leônidas Pires
Gonçalves; Zenildo de Lucena; Rubens Bayma Denys, José Enaldo Rodrigues de
Siqueira; José Luiz Lopes da Silva; Valdésio Guilherme de Figueiredo; Raymundo
Nonato Cerqueira Filho; Pedro Luis de Araújo Braga; Antônio de Araújo Medeiros;
Frederico Faria Sodré de Castro; Luiz Gonzaga Schoroeder Lessa; Gilberto
Barbosa de Figueiredo; Rômulo Bini Pereira; Claudio Barbosa de Figueiredo;
Domingos Carlos de Campos Curado; Ivan de Mendonça Bastos; Paulo Cesar de
Castro; Luiz Edmundo Maia de Carvalho; Luiz Cesário da Silveira Filho; Carlos
Alberto Pinto e Silva; José Benedito de Barros Moreira; Maynard Marques Santa
Rosa; Rui Alves Catão; Augusto Heleno Ribeiro Pereira; Rui Monarca da Silveira;
Américo Salvador de oliveira; e Gilberto Barbosa Arantes.
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