Apenas não aprovo o termo “mínimo”. Dá a entender que poderia se fazer mais, apenas não se faz por falta de merecimento. Prefiro o termo “Estado ideal”.
Desde que D.João VI e seus inúteis (“nobres”), aqui desembarcaram em 1808, e se serviram sem cerimônia das melhores casas do RJ, à revelia, que nossa sina é sustentar a Corte.
Somaram-se aos “nobres”, na Corte, - depois que os ingleses, atendendo aos seus interesses, proibiram o comércio escravagista - os ex-”importadores” de escravos, que vieram à ser nossa incipiente burguesia; aplicando o capital oriundo deste nefando comércio, agora à juros, como rentistas, ajudaram sustentar e manter a Corte no luxo e no ócio, ao qual estavam acostumados.
Apenas a partir de 2003 foi completado o tripé que sustenta a estrutura da atual Corte, com o ingresso arrasador do grupo “ético” do sindicalista-mor, Luiz Inácio Lulla da Silva.
Desacostumados estes ao luxo e ao dinheiro fácil, logo se encantaram com a facilidade de enriquecer impunemente usufruída pelos membros da Corte, e de “éticos” passaram à etílicos, também enriquecendo à olhos vistos (menos para a Receita Federal).
Nunca houve uma conduta responsável nos salões dos Palácios, mas a partir do ingresso dos sindicalistas pelegos, as orientações passaram de vez para a máxima de Maquiavel: “Os fins justificam os meios”.
Embotados e iludidos pela sua própria retórica, obsoleta, além de colocar nas folhas de pagamento do setor público todos seus filiados, parentes, amantes e amigos, perpetuaram a triste sina deste país, qual seja, mesmo riquíssimo em todos seus recursos naturais, estar nas mãos de uma Corte irresponsável, que abusa da imunidade e da impunidade para cometer todo tipo de desatino, transformando o Estado em um fim em si mesmo.
Chegamos ao candidato Everaldo
Se propõe justamente atacar esta que é a causa principal das mazelas do nosso país: o custo da máquina pública, com todas suas implicações.
Erroneamente ou por má fé, as esquerdas consideram a dívida pública como a causa principal, propondo o calote, como se o Governo já não estivesse dando calote em tudo e em todos (PEC do calote, precatórios), há muitas décadas, sem que isto melhorasse nossas finanças. A dívida é consequência, é efeito, e não causa.
Mas parece que o candidato Everaldo não aprendeu com a história recente do país, que tentar esta odisseia só com boa vontade é impossível.
Jânio Quadros tentou. Impossibilitado pelas forças ocultas, não tão ocultas assim, quis dar o golpe, renunciando, voando até SP e esperando dentro do avião que o povo ou o exército o carregassem triunfalmente de volta ao Poder. Está esperando até hoje.
Depois Collor, também tentou. Estava juntando dinheiro junto à iniciativa privada para comprar os votos necessários no Congresso “Lamaçal” para mudar os rumos deste país. A Corte o desbancou da Presidência por causa de uma Fiat Elba e da reforma de sua casa em Brasília.
Agora, o candidato Everaldo retoma esta bandeira, certíssima, de fechar o ralo por onde escoa o dinheiro dos impostos. Por uma questão de coerência, terá meu voto, mas não conseguirá nada, pois a Corte irá facilmente destroná-lo ou inviabilizar seus objetivos, pois está pensando que conseguirá locomover-se livremente pelos corredores do Palácio. Ledo engano. Outros já tentaram e sabemos o fim da história.
Ou batalha antecipadamente por um novo Contrato Social, dentro de um novo paradigma, bem antes do período eleitoral, ou suas bandeiras serão soterradas uma a uma.
por Martim Berto Fuchs
Nenhum comentário:
Postar um comentário