sexta-feira, 28 de março de 2014

31 de março de 1964. Revoluções.


Reis.  Antigos chefes de clãs. Com o passar dos séculos, o clero, para atender seus interesses, aceitou transformá-los em “divinos”.

Imperadores.  Reis oriundos dos militares.

Nobres.  Título que os ex-funcionários públicos do Império Romano, com o decorrer dos tempos, se outorgaram. Na época do Império eles eram funcionários públicos enviados para administrar as áreas conquistadas, taxando os povos residentes, tanto para seu sustento como para o envio dos impostos à Roma.

Burgos.  Foi aproximadamente no ano 1000 que começaram à surgir os burgos. Surgiram naturalmente, por incapacidade dos senhores feudais de manterem todos servos com serviço, principalmente pelo aumento do número de filhos e de novas famílias.

Trabalhadores.  Primeiro eles foram escravos, ascenderam à servos, depois passaram à ser conhecidos como sansculottes, depois proletários e atualmente são chamados de trabalhadores.
O que tem eles em comum e que os caracteriza, desde quando escravos ? Por falta de formação, não tem condições próprias de se organizarem, sendo sempre dependentes de “representantes”.
Explorados e ignorados, só são lembrados quando alguém precisa deles para defender seus próprios interesses de classe.  

Sindicatos pelegos.  Criados por Getúlio Vargas em 1934 - cópia do modelo fascista de Mussolini - os atuais “defensores” dos trabalhadores  passaram das mãos de Getúlio para as mãos de Jango e Brizola e depois de 1980 para as mãos de Lulla.
É nas mãos dos sindicalistas que atualmente está a chave do cofre do Tesouro Nacional, da qual “bom uso” estão fazendo. Para si e seus “colaboradores” diretos. Aos trabalhadores, como sempre, sobram as migalhas da orgia da Corte.

Corte.  Onde se reúnem os três grupos de exploradores – os “nobres” sem mais as perucas e títulos, os burgueses e os sindicalistas pelegos -, para debater, entre um descanso remunerado e outro, como melhor explorar os trabalhadores.

Monarquia Republicana.  Sistema de governo brasileiro desde 1889.

1640 – Revolução Inglesa.  Primeira luta declarada dos burgueses contra a “nobreza” feudal para acabar com o modelo econômico feudalista. Os trabalhadores serviram apenas como bandeira e como bucha de canhão.

1776 – Revolução Americana.  Primeira vitória efetiva da burguesia sobre a realeza e seus “nobres” e que mudaria o mundo conhecido dali para frente. Nas colônias do sul, a revolução precisou de mais cem anos e uma sangrenta guerra civil para os escravos alcançaram o “status”  de  trabalhadores.
1789 – Revolução Francesa.  Primeiro, uniram-se os “nobres”  sem cargos comissionados na Corte, aos burgueses, que viam o progresso  do país obstaculizado pela Monarquia.

Inovaram com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão:
Liberdade – Igualdade – Fraternidade
Não obstante, a bem da verdade, os trabalhadores permaneceram de fora desta intenção.
A França passou nesse período histórico (1789-1870) por 10 sistemas de governo:

1 - Nova Constituição (1789-1792). 
2 - Terror (1793-1794 = 14 meses = 17.000 execuções oficiais).
3 - Diretório (1795-1799). 
4 - Consulado (1799-1804). 
5 – Império. Napoleão Bonaparte (1804-1814). 
6 - Monarquia Bourbon, restaurada (1815-1830).
7 - Monarquia Constitucional (1830-1840). 
8 - República (1848-1851).
9 - Império (1852-1870).
10 - República (1870-  )

Napoleão traiu a Revolução, ao permitir a volta da “nobreza” quase à mesma posição e privilégios de antes. A República então consagrada, foi apenas a passagem de Monarquia Absolutista para Monarquia Republicana, pois os “nobres” continuaram usufruindo das suas regalias, apenas que agora não mais dispunham de terras para a exploração dos servos. Estavam todos enrustidos e garantidos nas folhas de pagamento da Corte, onde criaram novos feudos, mantendo os títulos, apenas não as terras.

Revolução Russa:
1ª parte: 1917-fevereiro.  Tomada do poder e formação de um governo provisório pelos socialistas moderados – mencheviques - pelos burgueses e camponeses.
2ª parte: 1917-outubro.  Derrubada do governo moderado menchevique de Kerenski pelos médios e pequenos burgueses radicais - bolcheviques de Lenin – utilizando os proletários da incipiente indústria russa como ponta de lança. Aplicação dos princípios desenvolvidos por Marx, qual seja, o assassinato puro e simples dos contrários, principalmente dos camponeses e proprietários de terras, sem contar toda “nobreza”.
No plano econômico, novo modelo de produção: tudo na mão do Estado e o Estado na mão dos bolcheviques. Neo-feudalismo.
3ª parte: 1991.  Fim da experiência comunista. Milhões de pessoas sacrificadas. Eleições para escolha dos novos dirigentes: fraudulentas. E os trabalhadores com salários baixos, não encontrando mais mercadorias à venda pela ineficiência do sistema de produção até então. Novamente o elo fraco da corrente foram os trabalhadores, pois aqueles que ascenderam aos cargos de chefia, deram-se bem.

1889 – Revolução Brasileira I.  Mudou apenas a linha de sucessão. Até então, era de pai para filho, quando muito uma disputa em família. À partir daí, o cetro e a coroa ficaram livres para serem disputados pelos cortesãos da Corte e o vencedor passou à chamar-se Presidente em vez de Imperador.
Os “nobres” aposentaram os títulos nobiliárquicos e as perucas e continuaram todos nas folhas de pagamento da Corte, e, como sempre, sem nada produzir, à não ser papéis para atrapalhar a vida de quem os sustentava e sustenta.

1930 – Revolução Brasileira II.  Primeiro, para permitir que a disputa pela chave do cofre não se restringisse à São Paulo e Minas Gerais como até então.
Segundo, foi uma tentativa de cortar o cordão umbilical com os patrões externos, pois colônia continuávamos sendo. Apenas, em vez de Portugal nos conduzir pela coleira, esta tinha passado às mãos dos ingleses.
O processo de industrialização na mão de brasileiros intensificou-se.

1964 – Revolução Brasileira III. Os militares brasileiros formaram e formam um agrupamento ideológico e que a própria estrutura disciplinar  mantém coeso e em constante revoluções desde 1922.
Em 1961 ao proibir a posse do Vice-Presidente Jango (PTB), após renúncia de Jânio (UDN ???), tornaram nacional a liderança de Brizola (PTB), que desfechou a campanha da “Legalidade” para garantir a posse de Jango.
Com isso criaram um forte antagonista, que antes tinha se auto-declarado herdeiro de Getúlio Vargas, ao se “adonar” da carta-testamento do mesmo. Liderança nata, das poucas que o Brasil já teve, inspirou-se no sucesso de Fidel Castro em Cuba e quis imitá-lo na implantação do marxismo.
1966. Forte arrocho econômico para consertar o desastre da construção de Brasília.
1970. “Plante que o Brasil garante”. Crescimento do PIB à 10% a.a.
1973.  Primeiro choque do petróleo.
1976.  Fim do sucesso econômico. O empresário privado brasileiro plantou e o governo não garantiu. Início da quebra da indústria nacional.
1979.  Segundo choque do petróleo. Volta da inflação. Volta dos exilados. Criação do novo chefe dos sindicalistas por Golbery: Lula.
1982.  Estagnação e maxi-desvalorização do dólar. Afundamento da indústria nacional e de todos que acreditaram no agora “Plante que o João garante”.
1985.  Entrega do Poder para os políticos, quando a inflação já estava à 200% a.a.
Os governos de então acreditaram no crescimento econômico à base de empréstimos externos, tanto para o desenvolvimento das indústrias privadas nacionais existentes, como para a instalação de novas empresas estatais, onde Geisel criou mais estatais do que haviam até então.
Com a escalada dos juros à nível internacional, o programa afundou. As empresas estatais deficitárias, por ineficiência e má gestão e mais os juros da dívida, foram bancadas com dinheiro dos impostos para que as mesmas sobrevivessem. A indústria privada nacional, as que não foram vendidas, faliram, logo ou mais tarde, em função do endividamento.
Some-se à isto, o principal problema ainda existente: o custo da máquina pública. Os antigos “nobres” estão todos encostados nas folhas de pagamento do setor público, e hoje, acompanhados pelos cabos eleitorais, parentes, amantes e amigos dos políticos eleitos, que à cada 2 anos, aumentam este número.
Sem contar os trabalhadores filiados aos partidos de esquerda, que tendo apenas o 1º grau completo, fazem um intensivo de 2º grau em sindicalismo e passam à gerentes de estatais.

E os trabalhadores  em 1985 ? Não estavam em uma situação melhor do que 1964. Perderam a estabilidade no emprego nas empresas privadas e ganharam o FGTS, dinheiro este, desde os pecúlios utilizados e não repostos por JK para construir Brasília, mal remunerados e politicamente  empregados por todos os governos, até hoje.

Os trabalhadores não precisam de babás, pseudo representantes, que os utilizam como ponta de lança ou estandartes. Precisam estar na agenda dos governos não apenas em época de eleição, mas sempre.
Sem o seu trabalho, não há Estado como fim em si mesmo; não há empresários; não há acumulação de capital; não há especulação financeira nem imobiliária.
São o eixo da roda, em tôrno do qual tudo gira, mas por incrível que pareça, são o elo fraco da corrente.

Então a questão não é afastar novamente os atuais babás. É inserir pela primeira vez e definitivamente os trabalhadores, via atuação política  de governos, na justa distribuição da riqueza produzida anualmente e não futuramente, em que este futuro nunca chega.


Revolução.  Ato ou efeito de revolver ou revolucionar; insurreição política pacífica ou armada, que muda radicalmente a ordem de coisas existentes num país; mudança profunda da Constituição de um Estado ou na opinião pública de um país e que estabelece nova ordem de coisas.
É isto que é proposto em:  Capitalismo Social



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