Colocar na cadeia alguns mafiosos
apenas satisfaz o espírito dos desavisados e alegra o coração dos
adversários políticos; dá-lhes um pouco de munição para as
próximas eleições, até que eles mesmos sejam flagrados no mesmo
ilícito ou similar. Na prática, nada muda, pois as causas que
permitem a facilidade do atos de se “associar” impunemente ao
dinheiro dos impostos, continuam intactas.
Em Minas Gerais, começo desta
interminável novela de horário nobre, que apelidaram de
“mensalinho mineiro”, os protagonistas continuam soltos e ativos,
enquanto um ministro do STF mantém o processo na gaveta. Na própria
Minas, personagem de outro partido já surgiu, engorda suas contas no
exterior, e mui fagueiramente passeia sua impunidade pelo Planalto,
pois acobertado pelos companheiros nos postos de comando do
Executivo; está blindado contra ação do departamento de justiça,
vulgo Poder Judiciário.
Em São Paulo, parece que finalmente
estoura a fachada de administradores probos mantida até então pelo
PSD do B, poleiro de tucanos. Um procurador mantém engavetados desde
2010 todos ofícios pedindo apuração sobre as já conhecidas ações
dos mafiosos em qualquer obra de vulto, neste caso, do metrô. Claro,
como sempre, juram inocência, mas seus advogados faturam alto para
mantê-los longe das grades.
Em qualquer um dos 5565 municípios
brasileiros, basta ler jornais; escândalos estouram todos os dias,
envolvendo o dinheiro dos impostos nas mãos dos administradores
públicos e seus financiadores de campanha e fornecedores.
Nos 27 Estados não é diferente.
Obras superfaturadas é a regra. Aí não existe exceção. E no
governo federal então, todos que acompanham já conhecem o tamanho
do rombo que esses roubos causam.
Deveríamos nos perguntar: - Mas
isso não tem jeito de parar ? Pois é, não tem jeito não. Não
enquanto forem os bandidos à escolher seus eventuais
substitutos, isso não vai mudar.
Já começam a surgir na internet os
remendos que querem nos impingir como se uma reforma política fosse.
O pior é que a população que acompanha e opina está entrando na
deles, dos políticos, e debate o que eles sugerem, sem se dar conta
que é justamente essa enganação que lhes interessa, ou seja, mais
um remendo no velho colchão, mas que no fundo deixa tudo como está.
Mudam a distribuição de tempos de
propaganda eleitoral; mudam cocientes eleitorais; mudam regras de
associação entre dois ou mais partidos, etc, mas não entregam o
filé mignon dessa maracutaia toda, que é eles, partidos e seus
donos, imporem os candidatos para os idiotas (nós) referendarem.
Acreditem, escrevo, assino embaixo,
me cobrem depois: NADA vai mudar ! Eles continuarão nos roubando com
a maior desfaçatez, e se reclamarmos muito, os cara de pau ainda nos
jogam na cara que somos nós que não sabemos votar.
Votar bem como, se não nos
apresentam candidatos com currículos e sim folhas corridas ?
Não haverá reforma no sistema
político que encare um novo futuro para a sociedade enquanto os
partidos políticos não forem proibidos de
existir ! E isto é apenas o começo, para então
debatermos um novo paradigma, onde justiça social não seja apenas
um mote de campanha, utilizado à cada dois anos, mas que jamais
alcança aqueles à quem é dirigida, salvo através de bolsas-voto,
onde para cada dois reais distribuídos, um real é gasto só para
alardear o feito e que a mídia beneficiada também aplaude. Pudera.
Nunca antes “necepaiz” ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário