Água mole em pedra dura tanto bate
até que fura.
O
Presidente da República indica o futuro Ministro do STF, (na verdade impõe), o
Senado sabatina (na verdade, faz de conta), e uma pessoa que serviria quando
muito para advogado de porta de cadeia, se torna um plenipotenciário Ministro
da mais alta Corte de Justiça da República.
Sabemos
que neste sistema de indicação puramente política, a primeira obrigação do novo
Ministro é defender seu padrinho dos deslizes em relação ao que tem guardado
nos cofres públicos, de cujo cofre, ele, padrinho, tem a chave.
Celso de
Mello foi colocado lá pelo Ribamar Sarney; Marco Aurélio Mello pelo Fernando
Collor; Gilmar Mendes pelo FHC; Alexandre Moraes pelo Temer e os outros foram
imposições do presidiário; e, desde sua prisão, trabalham de comum acordo com
os ricos advogados que o defendem, primeiro para evitar, e agora para livrá-lo.
Água
mole em pedra dura tanto bate até que fura. Depois de muito esperneio, acharam
uma brecha na Constituição – que desde que foi promulgada, para agradar gregos
e troianos, permite N interpretações -, e transferiram parte dos crimes
cometidos pelos ladrões de colarinho branco, das mãos dos juízes federais de 1ª
instância e automaticamente da 2ª instância, para o TSE, onde, os próprios
Ministros do STF são os protagonistas. Ou seja, fizeram a alegria dos
milionários advogados de defesa, que imediatamente se pronunciaram favoráveis.
Agora, esses
advogados poderão justificar junto aos seus clientes, as verdadeiras fortunas
que extorquiram dos mesmos, dinheiro este roubado por eles dos cofres públicos.
O
Senado, que numa República Democrática nem deveria existir, tem agora a
oportunidade de se redimir. Usando das suas prerrogativas Constitucionais, pode
e deve reverter as aprovações dos indicados para o STF, principalmente daqueles
que ostensivamente, esquecendo que são guardiães da Constituição, a transgridem
sistematicamente.
Oportuno
ressaltar que isto não é golpe, pois está previsto na Constituição, justamente
para impedir que pessoas desqualificadas para o mais alto cargo da magistratura,
se tornem defensores de bandidos em vez de defensores da Lei.
O Senado existe para defender o
Estado, o status quo, a estrutura de Poder. É dominado pelas oligarquias, cujos
membros estão sempre mudando para os partidos no Poder, ou, se acumpliciando a
eles.
Sabemos que
o grande problema do Senado são os seus integrantes, que acostumados a viver no
país onde se confunde imunidade com impunidade, tem, muitos deles, telhado de
vidro. Vai depender de quantos deles terão a ficha suficientemente limpa para
enfrentar quem pode determinar suas prisões.
Dos
anteriores Presidentes do Senado, nenhum deles se atreveu a enfrentar os
supremos togados, principalmente depois do que estes fizeram com o Deputado Eduardo
Cunha, Presidente da Câmara, que num vapt vupt estava preso.
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