terça-feira, 26 de abril de 2016

A anta e o dia seguinte

Martim Berto Fuchs

O PT, expulso do picadeiro, e proibido de participar à partir de então da distribuição da renda do espetáculo, deve botar fogo na lona do circo. O que Brizola e seus “Grupo dos 11” não estavam preparados para fazer em 1964, Lula e seus fiéis seguidores, por convicção ou interesse, como UNE, CUT, MST e outros, estão. Dinheiro para bancar uma verdadeira guerra contra seus inimigos (quem não concorda com eles é inimigo) eles tem, pelo menos é o que demonstram os bilionários desvios efetuados criminosamente nas empresas estatais, dos quais o maior beneficiado foi Lula e sua quadrilha da bandeira vermelha, cuja estrela apenas substituiu a foice e o martelo, muito manjados.

Escrúpulo Lula e os seus não tem nenhum, pois basta atentar para o fato de que começaram sua jornada rumo ao prêmio maior, o Tesouro Nacional, assassinando um dos membros da quadrilha, Celso Daniel, pelo fato do mesmo não concordar na distribuição da renda roubada do circo, que originalmente deveria ir para o partido, mas que também estava sendo desviado para contas particulares. Antes que denunciasse a falcatrua, foi silenciado. Como dizem os socialistas: os fins justificam os meios. Conseguiram, e o rombo é grande, pois grande são os recursos sempre mal usados do nosso Tesouro Nacional. (Não falta dinheiro, falta caráter).

O povo brasileiro não merece passar pelos dias que virão, mas nossas elites sim, principalmente os empresários.

Afastados das decisões à nível de Brasil em 1943 quando da fundação da Confederação Nacional da Indústria, as corporações do trabalho e as patronais, passaram à responder ao Estado, leia-se Getúlio Vargas, seus burocratas  e os militares de então, perdendo a capacidade de afetar o processo político.

Desde então nossos empresários se acomodaram à situação criada durante a ditadura de Getúlio e formalmente apoiada pelos militares. Setenta e três (73) anos se passaram e a subserviência ao governo central continua. Aliás, não só ao governo central. Tornou-se norma associar-se e apoiar políticos já a nível municipal, para deles esperar por benesses seletivas.

Crise de 1964. Crise de 1976. Crise de 1982. Crise de 1992. Crise de 1997. Crise de 2008. Crise de 2013 que estoura em 2016. E as corporações patronais dominadas por empresários fiéis aos poderes Executivo e Legislativo, continuam financiando e bajulando políticos que desgraçam suas próprias empresas. Se fosse apenas o patrimônio dos empresários que estivesse em jogo com sua subserviência, o problema seria só deles. Mas não, esta atitude afeta a vida de milhões de empregados, colocando no desespero suas famílias.

Esses empresários são cúmplices indiretos das Centrais Sindicais, que:
- representam os sindicatos dos servidores públicos, intocáveis,
- representam os sindicatos dos empregados das empresas estatais, intocáveis,
- representam os sindicatos que giram em torno das grandes empresas multinacionais, de onde surge a legislação trabalhista que desarticula a iniciativa privada do país.

Isto se passa à vista dos empresários que dominam as Associações dos Empresários à nível municipal, as Federações à nível estadual e as Confederações à nível nacional.

Agora mesmo o Sr. Jaci Scaf, presidente da poderosa FIESP, escritório das multinacionais no Brasil, que aliás disputou eleição filiado ao PSB, Partido SOCIALISTA Brasileiro (?!?!?!), esteve com o quase Presidente Temer durante 6 horas, para dar o tímido recado de que não agüentamos mais impostos, mas se tiver que ser, tudo bem.

O atual Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, ex-presidente da CNI-Confederação Nacional da Indústria, Sr. Armando Monteiro, (conheça um pouco sobre ele em: http://adaorochas.jusbrasil.com.br/noticias/154577042/armando-monteiro-investigado-por-varios-crimes-e-escolhido-por-dilma-para-ser-o-ministro-do-desenvolvimento), anunciado como Ministro em 01/12/2014, simplesmente não consegue inibir a multiplicação de decretos e leis que atravancam o desenvolvimento da indústria nacional. A burocracia manda e o Ministro obedece; o sindicalismo socialista manda e o Ministro obedece, tanto que não larga o osso.

Depois vão apoiar as “Marcha da Família com Deus pela Liberdade” e pedir para os militares tirarem para eles as castanhas do fogo, sem dar por conta que também na classe militar estão defensores ferrenhos das empresas estatais, que até com razão defendem as empresas 2 em 1, um trabalha e dois olham, pois os que se dizem líderes da iniciativa privada, preferem se acomodar nas benesses estatais e permitir que empresas privadas sob sua responsabilidade fechem as portas aos milhares à cada crise parida nas entranhas de um Estado paternalista e irresponsável.

Mesmo neste momento tão importante para o país, e enquanto o sindicalismo pelego promete incendiar a lona desse circo que é o Brasil, nossa classe empresarial não se mexe, não tem propostas a fazer, permanece inativa, quando muito torcendo por mais uma conciliação. Assim fica difícil.




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