quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

A esquerda aos soluços

Vlady Oliver

Ninguém me convence do contrário: há dois golpes em andamento por aqui e ambos parecem ora se somar, ora se subtrair, no desentendimento pela divisão do butim e pela multiplicação dos feitos de otários, país afora.


Num dos golpes está a esquerda bolorenta. Participam dela, num bonde de proporções razoáveis, todo tipo de idiota útil a uma ideologia que não para em pé. Cabe todo tipo de fundamentalismo, cretinismo e dissimulação que a paciência aguenta, numa alegre confraria de infiltrados, que vai dos movimentos dos quadris, que só reclamam do preço da passagem nos ônibus mas não enxergam um palmo da crise dantesca em que nos meteram seus gurus enfeitados com cuecas cheias de grana roubada, até exemplares exóticos de uma esquerda picareta, pendurada numa teta qualquer a vociferar como são fascistas estes indignados.


Nesse golpe, saboreando os valores, costumes e atitudes lavradas por uma cartilha vagabunda que ainda quer ver no comunismo a salvação da lavoura, está o PT. Um bando de quadrilheiros que viu nesse “neo-evangelismo” às avessas o terreno fértil para gozar dos brasileiros com todo tipo de falcatrua que a mente perturbada desses carcamanos consegue maquinar.


Ambos os golpes se complementam. Um rouba a urna enquanto o outro finge que não vê. Um exige pedágio do outro. Um vê no outro a verdadeira danação, quando danados estão. Dilma é a “esquerda da esquerda” para os discípulos de Lula e por aí vai.


Não tentem trilhar uma linha coesa nessa canalhada, meus caros. Bandidos se alinham conforme as conveniências do roubo que praticam. Simples assim. No caso, foi fácil convocar o gigante PMDB para ficar na porta, estacionando os carros. É a gorda propina, distribuída sem miséria para essa corte de safados, a turbina que move o país aos solavancos.


Ninguém contava com a Lava Jato para reduzir ao nível de crime comum o que seria o golpe do século na latrino-américa. Nem com a internet, para mostrar as coisas como as coisas são, sem relativismos e “governabilidades”. Nem que segundos ou terceiros escalões do esquema criminoso fossem tão vulneráveis a um par de algemas tilintando no ambiente.


A saga continua no lambuzar dessa gente rumbeira. A palavra de ordem agora é a mesma do Estado Islâmico: “Voltem para as montanhas!!!” Finjam que são de outros partidos, outras siglas e mergulhem na clandestinidade de novo, até que consigamos reunir a “nova ordem” outra vez e nos lambuzarmos novamente.


Candidatos ao vigarismo não faltam. Da nova postura do compositor de melados, Jaques, o Wagner, até a ressurreição do Brizolão, feita pela pujante motoneta estacionada no Planalto. O que não falta são esquerdos a reclamar a sua parte neste latifúndio, ganha na lábia, com o suor do rosto dos outros.


Estou farto disso aí até o talo. Tem uma dona ganhando rios de dinheiro com um livrinho acusando os fartos dessa lenga-lenga de “fascistas”. Além de ser chamado de “loiro de olhos azuis culpado pela crise” pelo maior vagabundo que este país e esta ideologia torta já pariram juntas e irmanadas, ainda tenho que posar à força na mesma selfie dos amigos do Donald Trump e companhia. Me poupe.


O aerotrem era uma idiotice de direita até ser encampada por um governador meio esquerdo, exterminador de sacolas, não é mesmo? Onde andam agora os escombros de mais essa empulhação? No que diferem dos outros trens, também paridos nas cabeçonas mancas dessa gente rumbeira a sugar nossa grana em “temerosas transações”?


Tenha paciência. Vigarice no olho esquerdo dos outros é refresco. Nesse bando eu não voto nunca mais, mas nem amarrado. Vou até lá quebrar uns LPs da Mercedez que eu não compro nem em liquidação e já volto. Desgracias a la vida!!!


Revista Veja



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