por Hélio Fernandes
Se a coisa parece confusa, não significa que seja fruto
do acaso. O barco parece à deriva, mas nunca deixou de ter um timoneiro, mesmo
que este não se anuncie.
Embora sem ser historiador ou tiver a pretensão de
sê-lo, enfileiro-me entre os que consideram a História uma ciência. Àquele, se
obriga a acompanhar a vida social do homem desde a sua existência, pelo que
dizem os estudiosos a mais ou menos 200 mil anos… Mas para mim, de cultura
ocidental, o show do movimento histórico e o progresso da humanidade, não vem
de tão longe, mas de 4.000 anos antes de Cristo.
O estudo científico projeta que cada época tem a
sua própria análise filosófica e, no dizer do filósofo russo Giorgi Plekhanov,
não deve se limitar a uma sucessão de fatos, mas saber a razão por que tais
fatos se sucederam à sua própria maneira.
Hegel ensina que a filosofia da História é a
História considerada como inteligência. Para ele, “Os fatos são tomados tais
quais são, e o único pensamento que ela neles introduz é o pensamento de que a
razão domina o mundo”.
Eu escrevo apenas o que acompanhei – sendo, como o
antigo Repórter Esso, “testemunha ocular” – não adoto o fatalismo dos árabes ou
o pensamento cristão, seja católico (Agostinho) ou evangélico (Calvino), de
tudo depende da vontade de Deus.
Pretendo mostrar as coisas como são ao meu modo de ver,
e o importante papel do indivíduo impondo-se aos acontecimentos. Vou ao exemplo
colegial que ensinava na minha adolescência mostrando que se não tivesse
ocorrido a Revolução Francesa, Napoleão teria morrido com as divisas de coronel
ou talvez de general…
Nesta apreciação sobre a política brasileira, levo
em conta de que percebi que as particularidades individuais se impuseram a
situações causais. Não tivesse havido uma ruptura democrática com a derrubada
de João Goulart em plena “guerra fria”, o general Golbery do Couto e Silva não
teria assumido o importante papel que ocupou no regime militar.
E sem Golbery, a existência de Lula da Silva, como
indivíduo, não passaria de um pelego sindical do ABC paulista; e que o Partido
dos Trabalhadores possivelmente não teria existido. E os 12 anos de poder de
Lula e do seu partido não teriam importância (acontecido) se não
fosse o famigerado instituto da reeleição imposto por Fernando Henrique
Cardoso.
Relembro que a criação do PT, “um novo gênero de
partido”, nos deu uma organização política “acima das classes”, como Mussolini
adotou ao estabelecer as bases do Partido Nacional Fascista na Itália. E assim,
o PT vem se mostrando como uma cópia de papel carbono do mussolinismo.
Como o fascismo, o crescimento e a sustentação do
lulo-petismo se devem principalmente à capacidade de modificar sistematicamente
suas posições diante das situações difíceis, como ocorreu no caso do Mensalão;
e se alicerça na bilionária propaganda de massa promovida pelo governo e pelas
empresas estatais.
Enquanto o PT-governo enche de favores banqueiros,
empresários e indústria automobilística, o partido recebe contribuições das
empresas dependentes de contratos governamentais, principalmente das
empreiteiras. E vem dinheiro também da arrecadação do dízimo de mais de 25
mil aparelhados ocupantes de cargos comissionados na administração pública.
Esta gorda “caixinha” fortalece a organização,
sustenta uma vasta burocracia e atende à manutenção de agentes provocadores.
Isto se viu recentemente com a mobilização de jovens atuando organizadamente
nas redes sociais para enfrentar a oposição na internet; esse recrutamento tem
as mesmas características dos Fasci Giovanilli di Combatimento, do Partido
Nacional Fascista.
À similitude do lulo-petismo com o fascismo
italiano, descrita acima, acrescenta-se que, como os fascios faziam com
Mussolini, o PT vive à base do egocentrismo de um chefe, Lula, que tem sua
personalidade cultuada.
Arriscando-se (acho quase certo) a perder as
próximas eleições presidenciais, o lulo-petismo põe as garras de fora, abrindo
um caminho para o estado totalitário através do decreto presidencial 8243,
furtivamente baixado pela presidente Dilma.
É uma lei de exceção, uma Carta Fascista para
substituir a Constituição: Transfere o poder dos representantes eleitos
para os farsantes “movimentos sociais”, as gangues dos sindicatos
apelegados, MST e derivados, ONGs fajutas e toda espécie de arrumadinhos “caça
níqueis” intitulando-se “do povo”.
Este maldito decreto dá ao PT-governo o arbítrio eventual
sobre toda sociedade. Torna-o, não um adversário político, mas um inimigo
do povo brasileiro, com ilimitado poder totalitário. Permitirá a implantação de
uma máquina policial tentacular, como a ditadura militar não teve.
Certamente irá suprimir as liberdades de
imprensa, de opinião e reunião, e deixará as cabeças pensantes do País sem
condições legais de divergir, obrigando-se a manter subterraneamente a luta
pelas liberdades individuais e públicas.
Somos uma Nação que pela origem multi-racial e a consequente
formação democrática e liberal, cristalizou uma cultura de resistência passiva.
Mas a História está cheia de explosões populares, inúmeros levantes contra as
invasões estrangeiras e a dominação colonial portuguesa são o melhor exemplo.
Para evitar isso, uma guerra civil fratricida, será
preciso enfrentar uma batalha para que o decreto fascista do lulo-petismo não
se imponha. Nas ruas, nas redes sociais, em família, na igreja, no trabalho e
no clube.
Helio Fernandes, veterano jornalista, foi editor-redator-chefe da
Tribuna da Imprensa.
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