Cristovam Buarque (PDT-DF),
senador
“O que une esse grupo
que ganhou o prêmio é que nós não somos indiferentes. Eu não sei ser
indiferente em relação aos problemas que estão aí. O imediatismo está
consumindo o trabalho da gente. A gente está vivendo uma guerrilha com uma arma
poderosíssima, a internet, colocando focos em cada cidade. O que aparece mais é
Rio e São Paulo por causa da violência, mas é raro um dia em que não há
ocupação de uma câmara de vereadores, uma manifestação que toma a rua que vai
para o aeroporto. Isso vai crescer. Não tem como achar que isso vai diminuir.
Quem acha que vai diminuir graças à policia está errado. Claro que tem de haver
polícia para parar quebra-quebra. Mas tem menino que está indo aí para rua que
o que ele mais deseja é ser preso, porque, em um regime democrático, não vai
haver prisão demorada, ninguém vai ser torturado ou desaparecido. Há um clima
de indignação de muitos, de desilusão de muitos e de desespero de outros, que
nunca nem tiveram ilusão. Bota uma máscara e sai para quebrar. Uns saem para
mudar o Brasil, outros para quebrar as coisas do Brasil. Isso vai crescer. E
nós o que vamos fazer? O que podemos fazer? Vamos manter o divórcio? Deixar que
o assunto seja de polícia ou entender o que está acontecendo?”
Comentário do Blog:
1.
“E nós o
que vamos fazer?” Tenho acompanhado
seus artigos nos jornais. Leio e entendo que o senhor está preocupado com a
situação. Mas Senador, para mudar é preciso se basear numa proposta concreta.
Não basta apenas falar em educação e defendê-la como caminho para mudanças na
sociedade. Na Constituição está escrito que o Estado tem obrigação com a mesma.
Está provado e COMPROVADO que o Estado brasileiro é um fim em si mesmo, consumidor
voraz de toda arrecadação apenas para satisfazer seus apetites, esquecendo-se
de cumprir com as obrigações básicas que lhe cabem e pelas quais justamente
arrecada: educação, saúde, segurança e infra-estrutra.
2.
Mas fiquemos apenas na educação, que é seu tema
preferido. O atual governo aumentou a arrecadação sobre o PIB, de 26% - último
ano governo FHC – para 38%. Onde foi parar esse dinheiro ? Boa parte em excesso
de publicidade, sabemos – agora, mais 300 milhões da Petrobrás em publicidade
de elogios à esse “governo” -, mas quanto à parte prática, o que se fez e se
faz se até médicos já estamos importando ?
Portanto
Senador, chega de querer mudar os efeitos sem atacar as causas, caso contrário
serei obrigado a modificar o conceito que do senhor faço. Está mais do que na hora
de atacar as causas que mantém a sociedade brasileira refém dos políticos e
seus financiadores, e essas causas começam por declararmos nossa independência em relação aos países do
primeiro mundo e à Oligarquia Financeira Internacional e proclamarmos uma república realmente democrática.
Isto
só será possível se rompermos definitivamente com nossa “Monarquia”, não mais a
absolutista, mas a republicana que a substituiu, pois a “Coroa” continua mudando
de mãos, apenas que agora entre os comensais da Corte, repartidos entre dezenas
de partidos políticos, e mantendo de fora dessa disputa quem não pertencer à
uma dessas organizações criminosas que vocês tão elaboradamente denominam de partidos.
Vamos
educar nosso povo SIM, é imprescindível, mas com ações concretas e não apenas
através de propaganda paga. Para isso acontecer, não é mais possível que o
Estado dilapide e roube através de seus representantes, TODA arrecadação
extorquida dos contribuintes indefesos.
As escolas públicas estão
viradas num lixo !!!
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